quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Grelo Folk: perfecto de 10






Outono, tempo de grelos, e outro ano em que a associaçom cultural O Abordelo organiza umha nova ediçom do Grelo Folk. Umha cita à que sempre acudo com umha alegria especial; e esta vez nom foi umha excepçom, ainda que as circunstâncias fixeram que esta ocasiom tivesse um cariz algo fúnebre. E é que tocava lembrar dous ausentes forçosos, duas persoas às que a da gadanha veu buscar com excessiva presa. Umha perda estava ainda relativamente recente: a do Manolo de Molde, genial puntal do Abordelo que foi devidamente homenageado tal e como dá fe o vídeo anterior. Seguro que as suas cinças sobrevoárom o mosteiro por umhas horas.



O Leo e XM Pereiro


A outra perda, mália ser moi anterior, tamém estava de atualidade, por ser o protagonista do Dia das Letras deste ano. Lois Pereiro foi lembrado em primeiro lugar no pregom, pronunciado polo seu irmão Xosé Manuel. E a seguir, por Ondas Martenot, o grupo que fora formado para homenageá-lo tocando algumhas das suas canções favoritas. Quase quase podemos falar de super-grupo, já que ali estám os papaqueijos Antom & Amil, Leo arremecaghona e Cristina Asenjo. No repertório, "People are strange" de The Doors, "Innocent when you dream" de Tom Waits, "Should I stay or should I go" de The Clash, "Love will tear us apart" de Joy Division, "Narcisismo" de Radio Océano/Lois Pereiro... ou seja, o toke indie, por chamá-lo de algum jeito, que até agora nom se escoitara nos Grelos e que moito me prestou.


Que modernosss!


A seguir, um achádego peculiar: a Orquestra os Modernos. A palavra "retrofuturismo" cobra um novo significado quando se aplica a esta tropa, um conjunto de música bailável que aspira a estar à última... segundo os estándares de começos do século XX. Tremenda festa montárom, a base de moita ironia e boa música. A todo isto, hai que dizer que o som era espectacular, "perfecto de 10", nom só no caso deste grupo senom em geral de todos. Vinham despois uns habituais por estes lares, os Cuchufellos, pachanga e canha desde as terras de Trives. E para rematar, Estimaba que viñeras, dos que a verdade já pouco podo dizer, pois a essa hora marchei botar a soneca ao carro.


Enfim, tenho que admitir que sempre o passo genial nesta festa, e parece mentira quanta felicidade pode aportar algo no fondo tam singelo. Só podo agradecer aos organizadores que ano tras ano sigam rompendo os cornos para montar isto, e pregar-lhes (Ana, Pablo, vai em sério) que por favor, nom se lhes ocorra deixar de fazê-lo. Que as endorfinas som moi necessárias para a saúde.


Ah, e se podo, umha petiçom: que o do vindeiro ano recunque no modernismo... e no postmodernismo! :-D

domingo, 16 de outubro de 2011

Solpores desde Romil













Primeira entrega desde a nossa janela, de Julho a Outubro de 2011.

sábado, 8 de outubro de 2011

EMA - California



FUCK CALIFORNIA, YOU MADE ME BORING
I'VE BLED ALL MY BLOOD OUT
BUT THESE RED PANTS THEY DON'T SHOW THAT

O primeiro impacto, o de escuitar "California" sem prévio aviso, foi brutal. Como cada vez tenho mais a sensaçom de estar um pouco de volta de muitas cousas musicalmente falando, aprécio essa bendita emoçom o que nom está nos escritos. Isso que passa quando escuitas uma cançom de alguém que nom conheces, esperando que "esteja bem", e de súpeto, plas! Óstia que te criou, a cançom colhe-te polos pelos e deixa-te pegado, movendo a cabeça e pensando "como mola". Se ainda nom escuitaches este tema, agora podes experimentá-lo: sobe o volume do ordenata e dá-lhe ao play do video de embaixo... e olha para el, que a interpretaçom da cantante vale tamém o seu peso em ouro.


A rapaza é Erika M. Anderson (EMA), uma nativa de Dakota do Sul que vem de publicar Past Life Martyred Saints, talvez o disco mais recomendável dos que levo escuitado este ano. Sónicamente é uma mistura de folk e noise, com algum toque electrónico; liricamente é uma sucessom de confissões de amor e desamor. Honesto e desesperado, oscilando continuamente entre a dependência emocional ("I wish that every time he touched me left a mark", canta em "Marked") e o anseio radical de liberdade. Um disco novo para sentir-se novo e sem nada que perder ("I'm just 22 and I don't mind dying"). Um disco que tem um feixe de temazos, como "Grey Ship" ou "Milkman", ademais dos já citados. Um disco que evoca dor, beleza, alienaçom, crueza, sensibilidade, loucura... vamos, um disco para celebrar que estamos em 2011 e PJ Harvey, Cat Power ou Kim Gordon tenhem polo menos uma digna herdeira.