terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pie in the sky: Música, Religiom e Política

Este é um escrito sobre frikerio musical... no que ti tamém podes colaborar



Fai uns meses meu pai amosou-me como curiosidade a cançom "The preacher and the slave", escrita por Joe Hill em 1911 e incluída no Little Red Songbook da IWW (Industrial Workers of the World). A IWW é umha antiga associaçom de trabalhadores, hoje vida bastante a menos, pero moi importante fai um século, quando eram moi activos nos USA, cumha linha moi reivindicativa. Um dos brancos das suas críticas era a organizaçom religiosa conhecida como Exército de Salvaçom (Salvation Army), cujos cánticos parodiavam. "The preacher and the slave" ataca as promesas de outra vida melhor no ceo, na que os trabalhadores poderiam por fim, segundo o Exército de Salvaçom, comer "pie" (empanada ou pastel), mentres que nesta vida tinham que conformar-se com trabalhar, rezar, e comer erva. A letra é genial (note-se a alusom ao Salvation Army como Starvation Army ou "exército da fame"):


Long-haired preachers come out every night,
Try to tell you what's wrong and what's right;
But when asked how 'bout something to eat
They will answer in voices so sweet

You will eat, bye and bye,
In that glorious land above the sky;
Work and pray, live on hay,
You'll get pie in the sky when you die

And the Starvation Army they play,
And they sing and they clap and they pray,
Till they get all your coin on the drum,
Then they tell you when you're on the bum

Holy Rollers and Jumpers come out
And they holler, they jump and they shout
Give your money to Jesus, they say,
He will cure all diseases today

If you fight hard for children and wife-
Try to get something good in this life-
You're a sinner and bad man, they tell,
When you die you will sure go to hell.

Workingmen of all countries, unite
Side by side we for freedom will fight
When the world and its wealth we have gained
To the grafters we'll sing this refrain

You will eat, bye and bye,
When you've learned how to cook and how to fry;
Chop some wood, 'twill do you good
Then you'll eat in the sweet bye and bye

Musicalmente a cançom nom está mal, e pode atopar-se em multitude de versiões. Por exemplo, a deste fulano:

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Bem, pois pouco despois de conhecer esse clássico, estava eu escoitando umha das minhas canções favoritas dos Dropkick Murphys, "Worker's Song" -um nº 1 nas listas punkarras de Arbolícia-, quando ao chegar o estribilho dei-me de conta que umha frase que nunca entendera di precisamente... "pie in the sky"! Vede vós mesmos:

Yeh, this one's for the workers who toil night and day By hand and by brain to earn your pay Who for centuries long past for no more than your bread Have bled for your countries and counted your dead
In the factories and mills, in the shipyards and mines We've often been told to keep up with the times For our skills are not needed, they've streamlined the job And with sliderule and stopwatch our pride they have robbed
CHORUS: We're the first ones to starve, we're the first ones to die The first ones in line for that pie-in-the-sky And we're always the last when the cream is shared out For the worker is working when the fat cat's about
And when the sky darkens and the prospect is war Who's given a gun and then pushed to the fore And expected to die for the land of our birth Though we've never owned one lousy handful of earth?
CHORUS (x3)
All of these things the worker has done From tilling the fields to carrying the gun We've been yoked to the plough since time first began And always expected to carry the can.

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Nom queda aí a cousa. Hai outra cançom, um autêntico clássico ademais, que todos teredes escoitado algumha vez (espero) e que já desde o começo fai referência ao "pie in the sky". Dei-me de conta mentres a escoitava por enésima vez, indo num trêm de Udine a Venezia o passado setembro. Trata-se de "The harder they come" de Jimmy Cliff, um dos melhores temas saídos de Jamaica -e por suposto nº 1 de reggae durante várias semanas em Arbolícia-, e di assi:
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Well they tell me of a pie up in the sky Waiting for me when I die But between the day you're born and when you die They never seem to hear even your cry

CHORUS:So as sure as the sun will shine I'm gonna get my share now of what's mine And then the harder they come the harder they'll fall, one and all Ooh the harder they come the harder they'll fall, one and all

Well the officers are trying to keep me down Trying to drive me underground And they think that they have got the battle won I say forgive them Lord, they know not what they've done

CHORUS

And I keep on fighting for the things I want Though I know that when you're dead you can't But I'd rather be a free man in my grave Than living as a puppet or a slave

CHORUS

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A cousa nom acaba tampouco aqui: hai várias canções que levam por título "Pie in the sky", de gente tam diversa como a E.L.O. ou Frank Black, entre outros. Pero nom atopei nengumha mais onde essa referência tenha esse carácter reivindicativo, fiel à original, que si tenhem as que ponho aqui. Assi que quedades invitados a informar de qualquer outro achádego nesse aspecto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os Ancares II: volta a Búrbia

A derradeira fim de semana de outubro do 2007 voltamos a Búrbia. E por fim demos finalizado a ascensiom aos Lagos... e valeu moito a pena!



A primeira tarde descubrimos um recuncho no que o rio vai encaixonado entre as rochas, e onde se podem atopar poças



O segundo dia saímos cedo pola manhá e começamos a ascensiom aos Lagos, entre o Cuinha, o Mustalhar e outro cume de pintoresco nome que nom dou lembrado.
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Nom tardamos em completar o primeiro tramo e puidemos contemplar a primeira panorámica. O povo já nem se albiscava.
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Polo caminho atopamos as nossas amigas amanitas
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O rio baixava por entre umha mesta fraga, pero pouco mais arriba as árvores começariam a escasear...
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Superamos o refúgio e continuamos subindo, chegando mais arriba do que nunca antes o fizeramos
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Polo caminho atopamos companheiros saltarins...
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E conseguimos ver os lagos!
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A auga estava fresquinha e nom invitava a banhar-se...

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... pero a panorámica final mereceu a pena

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Castañazo Rock: o Revival Bravú!

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Nom sei a quem se lhe ocurriu a idea de fazer um revival do bravú, pero hai que felicitá-lo. Porque a idea nom era trivial: nom havia nengumha efeméride óbvia, se acaso os... 16 (?¡) anos do primeiro disco d'os Diplomáticos. E, porém, como dizia o lema da revista Bravú (4 números só), a situaçom requeria-o. Requeria-o porque foi a época da nossa adolescência, medramos com esta música e estes valores, escoitando histórias de gente à que lhe fervia o peito, histórias de karnotxos e de nakras, de curas pinantes e galos vermelhos, de Xans que se penduravam de carvalhos e de travestis que gastavam os quartos na subhasta das fanecas. Assi que já nos tardava revivir esses tempos, e ali, em Chantada, na noite do 3 de novembro do 2007, nos juntamos Antom, Carlos, Pablo e mais eu. Umha boa tropa da tralha!
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Chegamos, como nom podia ser menos, tarde, e tras pagar uns módicos 2 €, entramos no mercado gandeiro, onde, como nom, comprovamos que os concertos levavam aínda mais retraso que nós. Assi que aproveitamos para cear: vinho, polvo, bocatas e carne ao caldeiro. Nos bancos atopamos família de Pablo: Ana, que nom se perde umha, e Xan Papaqueixo -que nom o podia perder porque tinha que tocar. Tamém atopariamos mais tarde a outra que nom podia faltar: Miriam, a quem a festa lhe quedava, por umha vez, mais ou menos perto da casa.



Mentres ceavamos começarom a tocar Zënzar, a já veterana banda de Cerceda. Aínda que vivírom a época do bravú nom chegárom a ser incluídos nesse saco, simplemente estavam por ali... fazendo o de sempre, o que mais lhes gusta: rock a saco e sem mais concesiões que as necesárias para desfrutar tocando. A verdade é que esse era o espírito musical bravú: tocar o que che apetece (basicamente rock) sem pretender ires de cool. Nom se farám ricos, pero é provável que morram dando-lhe às guitarras. Entranháveis.
Carlos Blanco fazia de mestre de ceremónias e introduzia os que fôrom, para mim, os grandes trunfadores da noite: Os Tres Trebóns do Rosal, capitaneados por Xurxo Souto e transformados, nesta ocasiom mais que nunca, num all-star bravú. Interpretárom à perfeiçom o que havia que fazer numha ocasiom como esta -homenagear- e acabárom cumha dúzia de músicos no escenário, entre eles gente d'os Papaqueixos e os Diplomáticos. Pero nom nos precipitemos: dizia que revisitárom vários temas dos de Monte-Alto, como "Berbés", pletórico, ou "Estrume" -que Xan nos devia: quase 10 anos atrás, na Festa Folk no rio Dez, passamos todo o concerto d'os Papaqueixos reclamando que a tocaram... só porque el a tocava no disco dos Diplomáticos-. Meicende cheira, Pontevedra apetrena! O momento cúmio foi quando empalmárom "Como o vento", de Radio Océano ("erguemo-nos em silêncio quando nos chama o mar..."), "Tecnotraficante" dos Papaqueixos ("Sito Miñanco preso político!", fazia tempo que nom bailava ska pogueando desse jeito), e "Licor café" de Lamatumbá. Por orde cronológica, agora qeu caio; outro simbolismo mais.
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Tras semelhante exhibiçom, Cuchufellos tinha-no difícil para manter o nivel. E claro, nom o conseguírom. Quizais, se polo menos nom tardaram mais de média hora em ponher-se a tocar, poderiam ter mantido o ambiente. Pero, polo que a nós respecta, enfriárom abondo a festa -que a essas horas da noite já começava a estar fria de por si, metereologicamente falando. Claro que jogava na sua contra o feito de que nom os conhecia de nada, e conste que nom deixárom mal sabor de boca. Haverá que ve-los noutra ocasiom.

Menos mal que despois vinham uns grandes, provavelmente o mais agardado da noite: o retorno d'os Rastreros. Para os que nom os vimos no seu dia era um concerto especial. E abofé que nom defraudárom. Nom sei se era por jogar na casa ou que, pero saírom super-enchufados e derrochando r'n'r (facciom punkarra) por todos lados. Cançom tras cançom iam subindo o pistom, e de súpeto decatavas-te de que... aínda nom caera nengum hit! Isto si que é ter um repertório amplo. I é que aquel CD que sacaram foi um dos melhores discos da sua época na GZ... e aínda nom esquecérom como defende-lo ao vivo! "Pandeirada salvaxe", "Johnny caraperro", "Rozando nos toxos", "O sacristán de Basán", e como nom, os dous hinos "Vida de Xan" e a moi actual "The Jet(a) Set", co seu retrouso "1000 obreros muertos, a ellos les da igual, la reina se masturba y el rey habla de paz!", que desta vez nom (auto)censurárom como si fizeram no disco.
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Como a cousa ia de umha de cal e outra de area, tocava baixar o pistom; e isso é o que fizérom Ruxe Ruxe. Nom tenho nada persoal em contra deste grupo, nom me caem mal nem nada, e lembro com agrado o seu concerto alá no Grelo Folk de Monfero, onde já lhes tocara a papeleta de sair despois duns Papaqueixos que rebentaram a noite. Mais, nom sei por que, nom me acabam de convencer. Assi que mentres tocavam aproveitamos para suxeitar um pouco a barra -por se acaso caia- e baixar uns poucos litros -nom nos fossemos deshidratar.
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E seriam já as 5 quando por fim saírom Motor Perkins. Tinha ganas de ve-los desde que oíra um par de canções suas na rádio. Soam como os Pogues circa 1984-85; e isso, sei-no, é moito dizer. Pero é que estes paisanos do Deça som quem de montar moita festa e de soliviantar os ánimos ao mais puro estilo festeiro-republicano-irlandês. Merquei a sua maketa e agora nom a dou sacado do reproductor do coche, se tedes a ocasiom de atopa-la, aseguro-vos que som 3 € moi bem gastados. Por certo, tenhem canções própias, e tam boas como as versões. Do concerto em si, aparte das boas sensações, nom lembro mais que algumha image e... pouco mais. É-che o malo de tocar a essas horas. Em qualquer caso, rosas vermelhas para eles, e que o vento os leve prá onde correm regatos de whiskey.
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E quando rematárom retiramo-nos, co corpo derrotado pero o espírito cheo, a tentar durmir um par de horas no coche. Fora umha boa noite, umha para lembrar. Desde logo, o concerto de meses em Arbolícia.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Paisages 8: As Cies

Verão do 2006. Arde Arbolícia -pero nom queima! Um grupo de aborigens busca refúgio nas ilhas. Ali, o lume é só um mal recordo e o rastro do fume confunde-se ao longe com a brétema da ria. Os dias passam felizes. Continuará...


















segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A Nova Geografia Galega (III): A Marinha - Návia (2)

A Marinha Occidental - Terra de Viveiro:

Viveiro tem a sua orige como vila no florecemento dos burgos costeiros na Idade Meia, jogando um importante papel como umha das principais cidades de Galiza no Antigo Régime. No s. XIX experimentou um estancamento asociado ao declive do seu comércio portuário e à falta de industrializaçom. Hoje em dia, o povo de Viveiro prolonga-se polo lado direito da ria até o porto de Celeiro e polo esquerdo à zona de Covas. Ambas entidades formam parte a efectos prácticos da mesma realidade: a localidade mais povoada da costa norde galega, superando os 10.000 habitantes.

O concelho ou comuna de Viveiro que se propom aqui ocuparia a parte occidental da Marinha, o que na actualidade son os concelhos de Burela, Cervo, Jove, Viveiro, Ourol e O Vicedo. Tamém apostamos por incluir o terço norde do concelho de Manhom, é dizer, as parróquias d’o Barqueiro e Bares; se bem se trata dumha zona de transiçom com o Ortegal. Contaria no seu conjunto com uns 37.000 habitantes e umha extensom de 525 km2.

Já que logo, fariam parte deste concelho, entre outros, os núcleos de Burela, importante centro pesqueiro e económico onde se atopa ademais o Hospital Comarcal da Costa; e o de Sam Cibrão, que conta com o complexo industrial de Alúmina-Alumínio (ALCOA).

A Marinha Central:

Como já se dixo na introduçom, podem-se distinguir neste espaço quatro unidades naturais (entre parénteses, os concelhos actuais aos que correspondem): a depressom de Mondonhedo (Mondonhedo), o Valadouro (Alfoz e Valadouro), Lourençá (Lourençá), e a foz do rio Masma (Foz e Barreiros); sumando 25.000 habitantes em 567 km2

Historicamente o centro comarcal desta terra foi Mondonhedo, que se atopa em decadência prolongada dende fai máis dun século, ao ser incapaz de compensar a perda da sua condiçom capitalina. Na actualidade tem mais importância como centro comercial e de serviços a vila de Foz.

A Marinha Oriental - Terra de Ribadeo:

La Tierra de Ribadeo (territorio de la ribera oriental del Eo, sin ninguna vinculación con la villa gallega de Ribadeo salvo la inmediatez geográfica) es el nombre que durante buena parte de la Edad Media designó la parte occidental de Asturias incluida en el antiguo concejo de Castropol, que se extendía aproximadamente entre los ríos Eo y Navia. Históricamente dicho territorio correspondía al que en época prerromana y romana ocupaban las tribus más nororientales de los pueblos galaicos. En la actualidad tiende a singularizarse esta zona asturiana con el nombre de Comarca del Eo-Navia. (sacado da Wikipedia espanhola)

A vila de Ribadeo conta com umha história semelhante à de Viveiro, sendo hoje o núcleo reitor desta comarca situada nas beiras do rio Eo. A sua vila “xemelga” (situada na outra beira da ria) é Castropol, que contou historicamente com umha enorme influência na zona, ao ser primeiro capital dum estensísimo concelho e posteriormente cabeça de partido judicial. Ao seu carom está a pequena localidade portuária de Figueiras. Completando um triángulo geográfico acha-se, no começo da ria, a vila d’a Veiga (Veigadeo ou Vegadeo). Já um pouco mais longe, na costa cantábrica, atopamos Tápia de Casariego, podendo-se dizer que dende ali para o leste as terras ficam já mais baixo a influência de Návia.

Esta área, em torno à desembocadura do Eo, abrangue os concelhos de Ribadeo, Travada (alomenos em parte), Castropol, Veigadeo e Tápia, com um total de 23.000 habitantes repartidos em 420 km2.

Se remontamos o Eo atoparemos no seu curso meio outra zona, continuaçom da mencionada, cujo centro é a Pontenova, e que corresponde, grosso modo, com o que historicamente se denominou Terra de Miranda, a qual constituiu noutrora umha circunscriçom administrativa e eclesiástica. Hoje em dia, aínda sem cobertura oficial, existe umha área económica artelhada em torno à vila da Pontenova, cuja influência se estende aos vezinhos concelhos de Riotorto, Taramundi, Santiso de Abres e a parte meridional de Travada, com os que comparte ademais algumhas características etnográficas comuns (ferrarias, cabaços, ...).

La vida comercial se hace casi exclusivamente con Lugo y Puente Nuevo [A Pontenova], lugar este último centro ferial de la zona. En el aspecto lingüístico, Taramundi está dentro de la extensa zona astur de habla gallega, sin que apenas haya influido el castellano ni tampoco el bable. (Gran enciclopedia Asturiana, 2ª ed., 1984. Tomo 13, voz “Taramundi”)

Trata-se pois dum pequeno espaço que, aínda que englobável dentro da comarca do Eo ou de Ribadeo, conta com a sua própia singularidade. Ocupa umha extensom aproximada de 350 km2 e conta com umha povoaçom de 7.150 habitantes.

Como já dixemos, aínda sendo individualizáveis estas duas comarcas, correspondentes aos cursos baixo e meio do Eo, imos avogar pola criaçom dum só concelho que inclua as duas. Quedaria assi constituída a comuna do Eo, com um total de 770 km2 e uns 30.000 habitantes.

Baixo Návia:

Esta bisbarra corresponde-se lógicamente com o curso baixo do rio Návia, que coincide com a área de influência da vila do mesmo nome. Trata-se dos concelhos baixo administraçom asturiana de El Franco (capital: A Caridade ou Caridá), Návia, Coanha, Boal e Vilaiom (“Villayón”), que sumam 460 km2 e 20.500 habitantes.

A cabeceira comarcal é a vila de Návia, centro económico da zona desde o s. XIX, devido principalmente à sua industria (papeleira, láctea ou naval).

Os Oscos - Alto Návia:

Os Oscos (ou Ozcos, segundo a grafia tradicional que se emprega ali), é umha bisbarra situada nas montanhas que separam as cuncas do Eo e o Návia; conta com umha extensom meia (186 km2) e baixa povoaçom (1.440). Com umha forte personalidade, individualizada dende fai moito tempo, atopa-se na atualidade repartida (absurdamente) en três pequenos concelhos –Santalha, Vilanova e Samartim, todos com o apelido “de Oscos”. Carece dum núcleo que tenha um carácter claro de cabeça comarcal, tendo jogado esse papel ao longo da história, nom umha vila, senom um mosteiro, o de Vilanova. Por certo que desta bisbarra era originário o ilustrado Antonio Raimundo Ibáñez, marqués de Sargadelos, industrial iniciador da siderúrgia moderna, quem criou a fábrica de cerámica de Sargadelos e o alto forno que foi daquela o primeiro do estado espanhol.

Cremos que cómpre umha unificaçom dos três concelhos num só, e quizais, por razões de viabilidade, mesmo a sua inclusiom num espaço maior como seria este concelho de Os Oscos–Alto Návia.

Uniria-se assi aos concelhos do curso meio do Návia, é dizer: Eilao (“Illano”), Pezós, Grandas de Salime, e a parte occidental do concelho de Alhande, a que corresponde a Verduzedo. Hai que sinalar que neste último caso a fronteira lingüística e cultural entre Asturies e Galiza nom coincide com nengumha fronteira administrativa, senom que descorre polo meio do concelho de Alhande, e sem embargo está claramente marcada. Abonda ver o que di ao respecto a “Gran enciclopedia Asturiana”, na sua voz “Allande” (2ª ed., 1984. Tomo 1):

Las dos partes en que se divide el concejo por la línea que señala el Puerto del Palo (1146 m) poseen distinta condición agrícola, agrupándose en la oriental o “del Palo acá”, con mucha diferencia, los pueblos y parroquias de mayor potencialidad agropecuaria (…). A sus habitantes, que hablan el bable occidental, los llaman coritos o curitos y son los antiguos pésicos del convento astur. En la zona “del Palo allá”, “Tras el Palo” o “Tras la Sierra”, encontramos las parroquias del paisaje bravío, montaraz y pastoril; sus pobladores, que reciben el nombre de gatsegos, por su dialecto, y en alguna zona farracos, son herederos de los galaicos prerromanos.”

Já que logo, a parte occidental (em torno a Verduzedo) é a que incluímos nesta bisbarra.

Como antecedente desta unidade comarcal pode-se mencionar o antigo arciprestádego de Grandas de Salime, cujos límites eram algo menores que os da bisbarra proposta aqui. Em suma, a comuna d’os Oscos-Alto Návia abranguiria 640 km2 e uns 4.000 habitantes.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Gente de Arbolícia 2: O ancião que viu o mar por primeira vez

Escrito por Maria Cedrón e publicado n'a Voz de Galicia o 23 de Julho de 2006.


«Ai Dios... nunca vim tanta extensión. E claro, tras do horizonte tamém haverá pueblos». Dositeo fizo-se essa pregunta despois de ver onte por primeira vez o mar em Valdovinho. Soubo que navegando en direçom a aquela linha distante que albiscavam os seus olhos estava a Grã-Bretanha e que, se em lugar de olhar para o norte tivesse botado a vista ao oeste, estaria América do norte. Entom, com curiosidade de descobridor, fizo-se outra pregunta: «E Buenos Aires aínda quedará moito máis longe, ¿ou?».


A sua pregunta nom era casual. Dositeo, da casa de Ramos, naceu em Touzom, na parróquia de Penamaior (Becerreá), e queria saber onde está a Argentina. Vários dos seus irmãos recorrérom mais de 10.000 quilômetros e assentárom-se ao outro lado do Atlântico. Dositeo, com 87 anos, fizo onte a viagem mais longa da sua vida. Foram pouco mais de 168 quilômetros. «Hoje (por onte) vim ou que nunca vim -di durante o retorno-. Som moitas cousas num dia. Todo grácias ás rodas. Porque se temos que fazer todo este caminho a pé...».


Durante os últimos 70 anos, Dositeo nunca saiu da província de Lugo. Foi várias vezes à cidade das muralhas em táxi «para ir aos médicos». Antes, quando começou a guerra, em 36, passou uns dias na Corunha para tratar umha úlcera que ainda tem num pé. Só tinha visto a ria.


Por isso, onte colheu o seu bastom e um chapéu para o sol disposto a ver, por fim, as ondas. Com curiosidade de neno descreveu a existência de duas Galizas. «Aqui saes dumha poblaciom e metes-te noutra -comentou chegando já ao litoral-. Esta deve ser boa terra. Ve-se moita gente e moita produçiom. Aqui hai moita riqueza e ali pobreza». E justo ao passar sobre a ponte da ria de Ferrol, olhou ao longe: «Esso que se vê alí parece néboa, pero é o mar, de verdá?».


Pola estrada, descendo para a praia seguiu analisando a paisage. «¿E aqui nom nevará?, ¿Tampouco xeará? Hai moito milho, deve haver moito javali porque lhes gusta moito». Sorprendeu-lhe, no meio de tanto plano, ver um monte ao longe, um alto sem repetidor.


Chegou o grande momento. Com bastom e um pé vendado, Dositeo pisou a area pola primeira vez. «Nom se anda moi ben, pero hai que andar. Na vida hai que andar». Mais el, de súpeto ficou parado, pensando. Despois sorriu. «¡Que lindo está o mar. Como trabalha -dixo referindo-se às ondas- Mira, e fai ruído, he, he... E como farám esses rapazes (surfeiros) para que nom os envolva a auga co seu arte?».


Contemplou todo o que havia ao seu redor: «E hai gente durmindo. E nom tenhem medo a que lhes venha a auga». E entom chegou umha onda. Dositeo levou um susto, mais riu. «Estes estám descansando, mais cum olho para trás». Despois dum tempo, Dositeo olhou ao céu. «Cheira a tormenta. Vai chover, haverá que marchar».

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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Paisages 7: Nos confins da Europa

O planeta Arbolícia está situado ao começo -ou ao final, segundo se mire- da sistema conhecido como Europa. E devido a esta posiçom extrema é possível admirar nas terras arborícolas fenómenos tamém extremos, como som os que nos ocupam hoje: os acantilados mais altos da Europa. Situam-se no borde planetário noroccidental, ali onde a serra da Capelada se afunde direitamente no océano. Som as terras de Ortegal, golpeadas mais que banhadas polas forças conjuntas de dous mares. Terras de vento e cabalos.


Em chegando, os rios adoptam formas curiosas ao desembocar...

Nom tardamos em atopar os bosques primigénios, onde todo é luz e fieitos

Montes que se ofrecem abertos ao mar...

A alguns os invitam a descansar, a outros, a caminhar

Mais fraga, mais verde

e por fim, os acantilados!

Escarpados? Provem a subir em bicicleta por essas abas...

A costa

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Summercase : Madrid : 13 : 14 : Julho : 2007


Já estava tardando um festival como é devido: onde haxa grupos que che gustem de verdade, e nom 2 ou 3 mais um montom que nem fu nem fa. Si, estava tardando já a ocasiom de ver em direito, por vez primeira, a PJ Harvey, Bloc Party, Flaming Lips, Jesus & Mary Chain, DJ Shadow ou LCD Soundsystem, entre outros; e confirmar o veredito emitido sobre Arcade Fire ou !!!

Si, estes últimos anos foramos ao Festimad (por 2 vezes: 1 moi bem, e outra moi mal... lembrai, foi o ano dos distúrbios), a Paredes de Coura (cartelazo: Nick Cave ou uns daquela semi-desconhecidos Arcade Fire, entre outros moitos), e à Cultura Quente, ao festival do Norte ou aos Festitoms (ai! Das waren noch Zeiten!), entre outros. Mais o de este ano era, a priori, o que melhor pintava. E hai que dizer que nom defraudou.
Devemos ser a tribo mais musical do mundo, porque aquela fim de semana começárom a aparecer galegos a dúzias, alguns já contavamos com eles, outros nom, outros os atopamos de puta casualidade (Josetxo & Ñas...). O caso é que ninguém se queria perder a festa: houvo quem foi em aviom (estes do CTAG, que nom tenhem tempo livre), quem saiu dias antes (os estudantes, que tenhem tempo livre de mais), e quem fomos o mesmo dia -como tem que ser, sem excesos ;-)

O tema é que Mari e mais eu chegamos a Madrid o venres 13 de julho pola tarde, e tras algumha confussiom sobre se teriamos pousada em Casa Táboas ou em Casa Jessica, finalmente se acordou que a Casa Jessica estava bem para durmir, mentres que a Casa Táboas, polo seu ar acondicionado e o seu amplo salom, estaria bem para passar as tardes. Tardes que se alongavam mais da conta porque mover 10 ou 20 persoas nom é tarefa doada: sempre hai alguém que fai algo e nom nos podemos ir. E com essas foi como, tanto o venres como o sábado, chegamos tarde para ver os primeiros grupos que nos interessavam. No primeiro caso, os clássicos James, aos que apenas lhes vimos o pelo desde longe mentres tocavam algum velho éxito; no segundo, os Editors, cujos discos tinha eu já bem escoitados e devecia por oi-los (a falta de Interpol...). Em fim, era visto que havia poucas possibilidades, já nom me fazia demasiadas ilusões.
O caminho a Boadilla del Monte (entranhável exemplo de urbanizaçom para a classe meia espanhola das que abundam em Madrid) nom é nem longo nem curto, e se vas em bus (gratuito) como fizemos o venres, pois nom está mal: deixam-te à porta do festival e nengum problema. Umah vez ali, passas o control da entrada e, inevitável quando vai tanta gente, começas a buscar puntos de encontro. No nosso caso, foi singelo, um amor a primeira vista: em quanto vimos o punto de encontro nº 6 soubemos que era o nosso: no meio dos escenários, a carom dumha barra e perto da zona chill-out (todo isto nom é que o notáramos à primeira). Estavamos destinados a passar ali moitas horas.

A primeira tarefa nom parecia doada: havia que quedar com Llorenç! E quem é Llorenç? Pois um companheiro do Moi nas suas andanzas erasmusianas por Clausthal, a quem o nosso amigo ourensão deixou um pelim colgado (nom polo seu gusto, desde logo) ao rajar-se de ir ao Summercase. Pero aqui estavamos nós para evitar que o Llorenç passara o festival só! E abofé que saímos bem parados, já que o colega castellonense, ademais de ter um excelente humor e um estado de ánimo envejável para um festival, é um experto cultivador e um diestro liador, ademais de ter o excelente costume de compartir, polo que estivo todo o festival suministrando-nos caldeiros de maconha que nos davam moita vidilha.

Umha vez contactados com Llorenç, puidemos ir ao primeiro concerto da noite e foi DJ Shadow. Si, um pouco cedo para el (e para nós), e notou-se. Nom emocionou, pero polo menos quedamos contentos de saber que asistiramos a um evento único, já que Mr. Shadow dixo que era o último show deste tipo que fazia (a ver se é certo).

Passando de Jarvis Cocker, achegamo-nos a ver aos Jesus & Mary Chain, um grupo desses que pola sua categoria mítica é umha cita inexcusável. E, senhores, puidemos presenciar um autêntico concertazo! Para uns filhos tardios do noise coma nós, aquilo foi o revival impossível que por pouco nom vivemos. Aínda que algo limpos para o meu gusto (eu queria mais distorsiom e mais ruído!), soárom de puta madre e nom hai nada que reprochar-lhes. Um hit tras outro e a atitude adecuada.

Despois de tal exhibiçom já ia tocando algo de relax, assi que buscamos os sospeitosos habituais (Edu sempre se apunta ao chill out em determinados momentos) e nos fumos deitar na fresca erva que havia baixo a carpa de relax. Hai que dizer que a organizaçom (que já em geral estivo moi bem) apuntou-se ai um puntazo: havia mesmo sofás! Que vício... e singularmente ajeitado para oir a Air... assi com calma.

E boa falta nos fizo o descanso, porque tocava esmagar-se na carpa para ver a !!! e, entre a farmacopea, a animaciom e que som uns putos desgraciaos... houvemos morrer, pero de gusto. Aaargh!!! Estes tios som o mais parecido ao espírito eterno do rockandroll que te poidas atopar (e ninguém o diria, fazendo parte da selecta escena musical dance-rock neoiorquina). Já os viramos (pouco) em Paredes de Coura pero aqui rompérom a baralha, desde o segundo zero. O cantante -que showman, joder, em sério James Brown está morto?- que sae ouveando em gayumbos e daí em adiante o show que nom para. Que animais, que bestas escénicas, que forma de atualizar o funk e o primigénio espírito do r'n'r (que era bailar, nom o esquezades!)

Já nos perderamos a Kaiser Chiefs (sem pena nengumha) ou The Gossip, e ao fondo soavam Chemical Brothers. Pero a estes já os viramos em Compostela, assi que era bom momento pra retirar-se (nom quedava moito mais) e fazer cola (1 horinha... total, nada) para colher um bus que nos deixara em Madrid.

Outros com menos escrúpulos colarom-se... mais isso é outra história.

2º DIA

Se o venres me amolou um pouquinho perder-me a James, o sábado fodeu-me moito nom poder ver os Editors. E isso que desta vez vinhemos em coche, porque Maricarmen, que nom bebera nada a noite anterior, sentia-se com forças para repetir a jogada.

Entom, a única opçom sensata era ir colher sítio para PJ Harvey. A diva do rock alternativo actuava numha carpa às 10 da noite e a expectaçom era máxima. Um quarto de hora antes do começo já estavamos estratégicamente colocados, e suando.


Pensando em PJ...

Coa calor que fazia nom sei como ia tam tapada, nesse vestido branco tam comentado. Porque com PJ foi o momento marujo do festival, curiosamente fazendo coincidir aos tios, aos que causa moito morbo (que algo influirá o de que agora se ponha guapa, nom como fai 15 anos) e as tias, entre as que predominou a admiraçom. Isso si, admitindo todos que é mais bem feúcha... pero aqui faltava sem dúvida Nacho (perdido no médio de Portugal), o seu fam nº 1 neste aspecto.
O concerto sorprendeu-me por ser em solitário, às vezes à guitarra e às vezes ao piano, o qual nom se escoitava um caralho. Ela preguntava se se oia e provava a tocar canções mais tranquis ou mais canheiras pero a cousa nom dava para moito. De todos os jeitos nom defraudou e saimos de ali contentos...
... e inevitavelmente a um momento de massificaçom e estreiteces como o vivido na carpa tinha que seguir um de relax e reponher forças, que a noite é longa, e polo tanto de tomar umhas birras no punto 6. The Flaming Lips sairom perxudicados disso, porque apenas nos achegamos ao escenário durante o seu concerto. Ou do pouco que vimos, porque fomos colher sítio para ver a Arcade Fire. Média hora antes e já estava ateigado de gente, colhimos sítio moi diante (10ª fila, centrados... o melhor de todo o festival). A espera valeu a pena: a primeira nota do concerto foi umha liberaçom, um subidom instantáneo, que se prolongou por todo o concerto. Dos melhores do festival, sem dúvida, aínda que sem superar a sorpresa que deram em Paredes de Coura -era difícil.
Despois disto si que tocava inexcusavelmente parar pra descansar. Os damnificados desta vez, Bloc Party, aos que de todos jeitos oiamos -e viamos, ao longe- desde o punto 6. Tinha pinta de ser bom concerto, mais nom era o momento. Achegamo-nos um pouquinho apenas, pero enseguida voltamos à carpa pra ver a LCD Soundsystem. Sábia decissom. Para mim, um dos momentos álgidos do festival. Pugemo-nos pouco detrás da mesa de som, com moito espaço pra fazer o índio (bailar, dim-lhe) e desfrutamos encantados da primeira parte do concerto. Seica a segunda estivo aínda melhor, pero no-la perdimos por ir rondar ao escenário dos Scissor Sisters. Desparrame petardo para pechar o Summercase, estivérom bem pero sem chegar aos niveis de festa que propiciaram antes !!! ou LCD Sounsystem.
E assi rematou este Summercase 2007, o primeiro que agardo nom seja o derradeiro. Sem dúvida, o festival do (que vai de) ano em Arbolícia, agardemos poder recuncar o ano que vem. Sempre e quando a sempre postergada cita de Benicàssim nom me faga cambiar de opiniom...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Paisages 6: Nos confins da Ribeira Sacra


O mes de maio nas terras do Savinhao e Paradela, perto de onde o Minho começa o seu percorrido máis vistoso.


Impresionante a cor do outeiro cuberto de uces, ao fondo...



... e nom menos impresionante a cor verde primaveral

(Alguém com mais perícia coa cámara teria captado melhor o jogo de luzes do lusco-fusco)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Bnegão: espírito HEMPA!!

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Trrremendo concertazo o que puidemos presenciar a passada terça-feira (19 de junho)! Dentro da série de actuações programadas com motivo do 2º aniversário da Fábrica de Chocolate, preparárom-nos um evento no que houvo um pouco de todo.

Já ao chegar notamos que a parte da sala máis próxima ao escenário estava delimitada por umha linha de velas acesas postas no chão -velas que por certo pisoteei en quanto entrei, de jeito involuntário por suposto, vaia miope estou feito-. Polo visto o da performance anunciada nom ia de conha. E assi foi: para começar, espectáculo de dança e malabarismo a cargo de João, um hábil bailarim que se contorsionou a gusto ao ritmo marcado por Shiva (escreve-se assi?), que polo visto é um grupo de persoas que tocam os bongos -si, como os que pululam por qualquer festival, pero sem cães-. Despois de rematar a dança seguirom-lhe dando à percusiom um pedazo máis, pero tivérom o bom critério de parar quando começava a fazer-se cansino.

Esquecia-se-me: antes disto estivemos escoitando -com tempo, já que o retraso foi o habitual, é dizer, ao límite do tolerável-, os ritmos reggae seleccionados com gusto por um DJ que desconhecia, pero que recomendaria para animar qualquer festa na que se pinche música jamaicana.

Bem, como quecemento nom estivo mal, mais enseguida chegou o bom: saírom os de A.PER.TA. (associaçom de percusionistas e tamborileiros, de Vigo), armados de tambores, caldeiros e todo o que puidesse montar ruído, e vaia se o montárom! Em 3 segundos aquilo transformou-se no sambódromo, ou quase. Entre o ritmo que batia forte saírom Bnegão e P. Selectah a começar o seu show. E de súpeto aquilo parecia um concerto de Planet Hemp: o ritmo tribal mesturado coa voz funky-brasileira do Bnegão, e acompanhado pola trompeta de P. Selectah, levava-nos aos tempos no que o combo brasileiro reinventou a fussiom. Porque, hai que admiti-lo já, nem Black Alien nem Marcelo D2 seguírom a via -fecunda e avançada- aberta polos Planet. Bnegão, pola contra, si. E nom se molesta em oculta-lo, ao contrário, el si toca algumha que outra versiom daquela época (cousa que nom deixarei de agradecer-lhe, nom como ao soso de Black Alien, que me deixou coas ganas).

O concerto foi a confirmaçom de que, em efecto, Bnegão é "funk até o caroço". Mais que dizer do seu acompanhante, o P. Selectah, que o mesmo tocava a trompeta que lhe fazia os coros, ou se turnava à guitarra com o seu companheiro. Mágoa que só estiveram eles 2 e nom o resto da banda, o que obrigou a que a maior parte da música fosse pregravada. Sem embargo isso nom estropeou o show, no que se repassou o disco "Enxugando Gelo" -já algo antigo, do ano 2003: para quando novidades?- e se fizo algumha incursiom noutros terreos. Ao final, momento culminante com o arrebato hardcore da Dança do Patinho, e todos contentos prá casinha.
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P.S. Esquecim a cámara... nom tenho fotos que ponher, assi que teredes que crer que estivem ali... o único que podo aportar como prova é o autocolante amarelo que vedes aqui à direita, e que regalavam no concerto... assi como as testemunhas de José António & Iago (máis conhecidos no mundo empresarial como "Doble Cero"), e o irmão deste último, que estivérom comigo compartindo cervejas e maconha.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Paisages 5 (estamos de volta!): Eume

Despois de 3 semanas sem novidades, por fim volvo postear algo em Arbolícia. Tenho que dizer, no meu descargo, que se tardei tanto foi porque o trabalho, os estudos e demais engorros da vida moderna impedírom durante este tempo que atingisse os meus níveis habituais de ociosidade. Que se lhe vai fazer! Tampouco é que agora tenha moitas novidades, mais, para ir fazendo boca, eis outras images da Arbolícia máis arvorícola, à que se accede desde as fragas do Eume (o nosso "inferno do norte" particular, moito máis que a Paris-Roubaix... mais isso é outra história). Por certo, segundo dim os lugarenhos, desde fai pouco hai a possibilidade de percorrer o encoro do Eume em kayak... haverá que prová-lo!







sábado, 19 de maio de 2007

Paisages 4: O Courel em primavera

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Arco da Velha de caminho a Seceda

Curiosos acivros numha aba vindo dende Lóuzara

Entrada à Devesa da Rogueira

A Nova Geografia Galega (III): A Marinha - Návia (1)

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Esta regiom, de forte personalidade, corresponde-se coa costa norde do nosso país, dende a punta de Estaca de Bares à desembocadura do rio Návia. Limita polo oeste co Ortegal, comarca situada no límite do mar Cantábrico, mais orientada já cara a costa noroeste e cara a área do Alto Eume; polo sur coa Terra Chá e coa Terra de Burom (A Fonsagrada), das que a separa o reborde montanhoso das serras da Faladoira, Carba, Xistral, Meira...; e polo leste com Asturies, coa que nom hai umha divisória clara pola costa, mais si polo interior (serra do Ranhadoiro, porto do Palo).

Apesar da grande homogeneidade e coesiom da regiom marinhá, pode ser dividida de jeito natural em diferentes áreas. Na atualidade adoita-se diferenciar entre: Marinha Occidental, em torno a Viveiro; Marinha Central, cujo referente na costa é Foz (ou Burela, que está situada no límite entre a parte Central e a Occidental) e no interior Mondonhedo; e Marinha Oriental, em torno a Ribadeo. As terras entre o Eo e o Návia, administrativamente asturianas, soem denominar-se como Eo-Návia. Além desta divisiom, pode-se distinguir tamém entre a zona costeira e a do interior, as quais podem, à sua vez, ser particularizadas nas bisbarras que enumeramos a continuaciom.

Pola costa, e de oeste a leste, atopamos en primeiro lugar as rias do Barqueiro e de Viveiro. A vila de Viveiro é centro dumha Terra que vai dende o cabo de Estaca de Bares, ao norde, até a serra do Xistral ao sur, nas terras altas de Ourol e Muras. Aqui a costa presenta um perfil irregular e inzado de contrastes morfológicos. Seguindo cara o leste, a partir de Burela, a fisonomia da costa muda radicalmente, aparecendo a rasa costeira cantábrica, ampla plataforma de erosiom, singularmente aplanada, que continua até moito máis alá das nossas fronteiras. Atopamo-nos entom cos tramos central e oriental da regiom marinhá, sem nengum accidente geográfico que faga de divisória entre eles. A continuaciom da profunda ria de Ribadeo ou do Eo (sem querer entrar aqui na recente e absurda polémica sobre o seu nome), e após dum tramo de transiciom pola costa de Tápia e El Franco, aparece a desembocadura do rio Návia e a vila do seu mesmo nome, estremo nororiental da Galiza.
Se remontamos un pouco o rio Návia e colhemos agora a direcciom oeste, percorreremos a regiom en sentido contrário, atopando-nos as bisbarras da marinha “nom costeira”, é dizer, os vales e serras que conformam o hinterland marinhão. Assi, temos en primeiro lugar o que poderiamos denominar Alto Návia, espaço correspondente em realidade co curso meio desse rio, artelhado en torno a Grandas de Salime; e que tem a sua continuaciom natural nas terras montanhosas do sur, como A Fonsagrada e as correspondentes ao nascemento do Návia, na vertente norde dos Ancares: Íbias, Návia de Suarna, que incluímos já na regiom das montanhas orientais de Galiza. A continuaciom, bordeada pola serra da Bóvia, a pintoresca comarca d’os Oscos; e, passando por Taramundi, a histórica Terra de Miranda –nom confundir coa série da TVG ;-) . Seguindo cara ao oeste, atopamo-nos sucessivamente as depressiões de Lourenzá, Mondonhedo e O Valadouro, para chegar outra volta à Terra de Viveiro na sua parte alta.

Históricamente esta regiom correspondeu-se, nos tempos dos romanos, coa parte norde do convento lucense da Gallaecia (cujo límite oriental era precissamente o rio Návia). Posteriormente, a raíz da chegada de emigrantes procedentes das Ilhas Británicas no s. V e VI (empuxados pola invasiom anglo-saxona das suas terras de orige, no mesmo éxodo que deu lugar à Bretanha francesa), converte-se no território que poéticamente se tem denominado “A Galiza de Mailoc”, bispo de Bretonha.
Durante a Alta Idade Meia, tempo em que os poderes políticos e eclesiásticos nom estavam diferenciados, correspondeu-se, grosso modo, co bispado de Mondonhedo. No século XII produziu-se um ajuste das terras tributárias aos bispos, passando a terra comprendida entre o Eo e o Návia a depender do bispo de Ovieu, no lugar do de Mondonhedo como vinhera acontecendo até esse intre. Alguns dim que dito acordo foi a solución a un asunto de mulheres, como se os bispos tivessem essas debilidades ;-) ... Em qualquer caso, a partir de entom as terras do Eo-Návia ficárom já baixo dependência de Oviedo, tanto a nivel eclesiástico como político-administrativo, especialmente a partir da divisiom do s. XVI, baixo o reinado de Filipe II, que consolidou o Eo como fronteira entre Reynos. Nesse intre, e durante toda a Idade Moderna, esta regiom constitue-se na província de Mondonhedo; até o século XIX, em que coa nova divisiom esta província é suprimida e o território é englobado na de Lugo.



Antiga província de Mondonhedo

Como vemos, é umha regiom claramente individualizada pola geografia e pola história, tendo sempre por capital Mondonhedo. Hoje esta vila viu-se desprazada na sua influência polas de Ribadeo, Burela e Viveiro, principalmente, sendo outras localidades de importância as de Foz, Tápia de Casariego, Návia, A Pontenova, etc.

A seguir presenta-se umha proposta de ordenaciom territorial desta regiom. Existem, como quase sempre, várias compartimentaciões possíveis, e neste caso é tarefa especialmente complexa eligir a máis ajeitada. Exporemos primeiro os diferentes critérios que nos podem guiar, e a continuaciom a configuraciom escolhida.

Dende um punto de vista geográfico, poderiamos distinguir, como já expuxemos, entre costa e interior, mais neste caso as terras do interior estám claramente orientadas ao mar e tenhem umha forte ligaçom co espaço costeiro. Isto acontece tanto dende um punto de vista puramente “geográfico” –vales abertos à costa- como demográfico ou económico. Polo tanto, pensamos que a diferenciaciom costa/interior nom deveria reflectir-se na divisiom administrativa, senom que os concelhos deveriam abranguer tanto a franxa costeira como a sua continuaciom natural em forma de vales e serras. Dito isto, poderia-se contemplar como excepciom a esta regla a comarca naviega, a qual presenta umha maior extensiom em sentido Norde-Sur (e polo tanto maior distância da costa às terras máis interiores), e na qual –e nom só por isso- proponhemos criar dous concelhos diferentes (Alto e Baixo Návia). Outra possível excepciom seria a equivalente ao caso naviego, pero neste caso no Eo. Aqui hai umha diferenciaciom clara entre o espaço da Ria do Eo, cumha forte ligaçom entre o triángulo Ribadeo-A Veiga-Castropol, e o do seguinte tramo do rio, columna vertebral da chamada Terra de Miranda, bisbarra histórica que na atualidade se corresponde co espaço económico cujo centro é a Pontenova. Poderia-se pois criar um concelho de Ribadeo e outro de Miranda; sem embargo, e com moitas dúvidas, avogamos por integrar estes dous espaços num só concelho, como se explicará máis adiante.
Outro factor geográfico que actua como divisiom natural é o límite, já citado, da rasa costeira, formaciom geomorfológica singular que carcteriza grande parte da regiom. O câmbio desta forma de paisage a outra é bastante abrupto e localiza-se em Burela. Neste punto divide-se de jeito natural a Marinha Occidental do resto, divisiom que coincide com outra baseada em critérios económicos: a que distingue entre o espaço industrial/portuário de grande dinamismo que fica ao oeste (que inclue os portos de Burela, Sam Cibrão ou o Celeiro, máis as vilas de Viveiro e Burela, e o complexo industrial de Alúmina-Alcoa entre Cervo e Jove); e a zona ao leste de Burela, máis turística e menos industrializada.
Em conseqüência, e por nom extender-nos máis, proponhemos a criaciom dos 5 concelhos representados no seguinte mapa: Terra de Viveiro / Marinha Occidental, Marinha Central, Terra de Ribadeo / Marinha Oriental, Baixo Návia, e Oscos - Alto Návia. Na seguinte entrega descriviremos cada um máis polo miúdo.


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Nº 1 em Arbolícia: o nosso Primavera sound particular...

A abundância de oferta musical neste arrabaldo surenho, combinada coa nossa disponibilidade de tempo, fixo que durante 3 dias (do 26 ao 28 de abril) puidéramos asistir a umha espécie de festival urbano à carta, no que desfrutamos dos mais variados estilos musicais. A seguir vai umha breve resenha do ouvido estes dias: Mr. Dixie Jazz Band (nº 1 nas listas de jazz de Arbolícia), Why Go (nº 1 nas de rock), Healthcontrol (nom chegárom ao nº 1, só pode haver um e esse posto foi para os anteriores, pode que noutra ocasiom...), Dios Ke Te Crew (nº 1 nas listas de hip hop); e de propina, umha semana máis tarde, os Jaylanders (nº 1 nas listas de folk de Arbolícia). Recomendados!

Quarta-feira, 26 de abril de 2007

Acudimos à Casa de Arriba para abrirmos boca cuns velhos conhecidos, a MR. DIXIE JAZZ BAND. Este combo afincado na Crunha –e máis concretamente na adega Jazz Vides- nom só é o melhor conjunto de jazz tradicional que hai em Galiza, senom tamém... o único. O abano musical que percorrem nom é, ehem, demasiado amplo: vai da New Orleans dos anos ’20 ao Chicago dos ’40. Pero é máis que de sobra para fazer-nos desfrutar com saltarins ritmos de dixieland (si, o nome da banda nom minte), tam ajeitados para umha voda como para um funeral. Sendo o concerto gratuito, era quase obrigado comprar-lhes um CD. Decidin-me por “Just in Jazz Vides”, gravado ao vivo na mencionada taberna –que por certo recomendo a qualquera que passe por Corunha: boas raciões e boa música ao vivo no mesmo local? si, amigos, é possível-. Bom som e repertório repleto de clásicos num disco que é umha perfecta introduciom à sua música.

Venres, 27 de abril de 2007

Cambiamos radicalmente de música e nom tam radicalmente de escenário: a escassos metros da Casa de Arriba, no veterano Iguana Club, havia raciom dobre de rock (nom grátis coma onte, mais apenas por 5 €). Abrírom os locais WHY GO, um dos segredos melhor gardados do underground de por aqui. Já íamos avisados do sorprendente da sua proposta, pois tivéramos a oportunidade de escoitar a sua maketa (4 temas). E que fam? Bem, é difícil de descrivir com poucas palavras. Quizais a influência mais reconhecível seja Mike Patton, pero entom soa umha canciom e parece que Jeff Buckley siga vivo, e despois outra e me lembram a The Mars Volta, e... carai, vejo os nomes que ponho e dou-me de conta de que estou sendo tremendamente injusto com Why Go: nom é que os grupos citados sejam malos -todo o contrário-, pero o resultado de todo isto é realmente original, nom apenas um sumatório. E nom só isso, senom algo moito mais importante, polo menos para este humilde friki musical: tenhem boas canciões. Oh! Pois si amigos, algo raro entre os grupinhos independentes de hoje em dia, pero deve ser que a estes lhes sobra talento e, ademais de aportar originalidade sónica, sabem fazer temas que segues oíndo na tua cabeça despois de rematados. Agardo impaciente o seu 1º disco.
Só com Why Go já tínhamos a entrada amortizada, pero ainda assi quedamos a ver aos seguintes, os até entom desconhecidos (para mim, claro) HEALTHCONTROL. Os componhentes desta banda madrilenha fugem das etiquetas e dim que fam “impostrock”. A verdade, eu nom saberia como clasifica-los. Numha canciom sonavam-me post-rock, noutras mais indies, noutras -apuntava Buitre- pareciam !!!, em fim... vai ser certo o que dim eles! E polo momento, à espera de conhece-los máis, até aqui podo dizer.

Sábado, 28 de abril de 2007

De esquerda a direita: Sokram, Jamás, Murdock, García e Mou: DKTC!!


Tocava desprazar-se a um garito vezinho dos anteriores: a Fábrica de Chocolate. Por certo, hai que reconhecer-lhes aos seus gestores umha decidida aposta póla música ao vivo –case que todos os dias tes a oportunidade de ver um grupo- e o seu eclecticismo: assi a bote pronto, lembro-me dum concerto do clásico do power pop Paul Collins, ou doutro do rapeiro brasileiro Black Alien. Desta vez fomos ver (perdom, fum ver, porque nom atopei companhia; à mesma hora tocavam Los Planetas e já se sabe, hai moito indie... alá eles, a relaciom qualidade-prezo foi bastante superior aqui: só 5 €) aos que quizais sejam o meu grupo de hip hop favorito do momento: os Beastie Boys de Ordes –e nom é nengumha broma-, DIOS KE TE CREW. Para os que ainda nom os conheçam: http://www.theartwolf.com/dios_ke_te_krew.htm. Para os que si, a bom seguro nom lhes sorprenderá saber que, mália o enorme retraso co que começou a actuaciom, e apesar tamém do pouquíssimo público congregado (duas dúzias?), nom defraudárom. É mais, tivemos ocasiom de conhecer de primeira mão como vai o progresso compositivo/interpretativo do grupo: a reelaboraciom de temas antigos e o que se puído ver dos inéditos que deixárom caer transmite boas vibraciões. Ogalhá nom haja que agardar tanto pólo 2º disco como pólo 1º!

Bônus: Quarta-feira, 3 de maio de 2007

Umha semana mais tarde, voltamos ao lugar do delicto –A Casa de Arriba- para ver tocar a THE JAYLANDERS (3 €, teloneiro incluído, e umha cerveja de regalo). Se a semana anterior tivéramos umha raciom de tradicionalismo “negro”, a cargo dos Mr. Dixie Jazz Band, desta volta tocou o lado mais “branco” do revival. Tenho que admitir que fomos com certa prevenciom, já que pola forma de anunciar o concerto podia parecer que ia consistir exclusivamente de versiões de Pete Seeger –o que por fortuna nom aconteceu, ao contrário, chegárom a tocar “The River” do Boss. Pero a práctica totalidade do concerto adicou-se a velhos clásicos do folk americano, com incursiões no lado mais country ou mais blues, ou mesmo no cancioneiro irlandês (estes cabrões sabem o que nos gusta!). A banda, de reciente criaciom, contou com violino, baixo, guitarra, acordeom e bateria –e harmônica nalguns temas, of course-, e de certo que sabem como toca-los. Os meus momentos favoritos, as interpretaciões de “John Henry” e “Jesse James”: para passar todo o rato batendo co pé no chão e tirando o sombreiro ao aire. We shall overcome / Venceremos nós!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Paisages 3: O guepardo de Cabo Home



Umha das máis raras e perigosas espécies que havitam O Morraço...

sábado, 28 de abril de 2007

A Nova Geografia Galega (II): Terras do Bolo, as Frieiras e as Portelas


Nesta primeira entrega describen-se as terras do extremo sueste do país, que proponhemos agrupar en 3 concelhos: As Portelas, As Frieiras e a Terra do Bolo, claramente diferenciados mais con características comuns.
Se geográficamente o que caracteriza estas terras é a elevada altitude e a complexidade orográfica, demográficamente é-o a sua baixa densidade de povoación e a forte dispersión desta. A única vila que supera os 1000 habitantes é Viana do Bolo, sendo freqüentes na zona os desprazamentos a outras povoaciões como Verín, A Rua, O Barco de Valdeorras ou Póvoa da Seabra (Puebla de Sanabria).
As principais vias de comunicación que atravesan este território son: a autovia A-52 (Ourense-Zamora), que o percorre de Oeste a Leste na sua parte sur, conectando-o con Verín (ao oeste) e coa Póvoa da Seabra ( polo leste); a estrada OU-533, perpendicular a aquela, que parte da Gudinha e vai en dirección norte até Valdeorras; e o caminho de ferro Ourense-Zamora, que ten parada na Gudinha.

Terra do Bolo:

Notas características del País del Bolo: predominio de los aspectos serranos (pueblos grandes y aislados, maquis de ruina de bosque), matizados por los surcos del Bibey, Camba y Xares. Valles altos boscosos y pastorales. Valles bajos vitícolas. Centros: las villas en colina del Bolo y Viana, ambas en posiciones centrales respecto de la sierra. Valor predominante de los aspectos de sierra y de invierno. Relación con el país de Castro [As Portelas], zamorano, gallego de lengua, tipo de sierra.

(Otero Pedrayo, “Guía de Galicia”, 1926)

A Terra do Bolo abrangue os atuais concelhos de Vilarinho de Conso, Viana do Bolo, A Veiga e O Bolo, cumha extensión de 853 km2 e umha povoación de 7.016 habitantes. Un dato resume por si só a evolución vital desta terra: no ano 1900 a sua povoación era o triple (!) que a atual. Os concelhos que a integran, creados nun tempo no que a zona estava aínda chea de vida –a velha Galiza nación de labregos- carecen hoje da base demográfica mínima para cumprir as suas funciões. A necessidade dumha reorganización territorial aparece aqui como evidente.
Nada engadirei ao verbo barroco de Otero Pedrayo e à sua elegante descrición do País do Bolo. Passamos pois às Frieiras.

As Frieiras:

Notas características de las Frieiras: ausencia de valles profundos, altos lomos monótonos de aspectos de sierra y montaña, cruzados por la carretera de Villacastín a Vigo, que anima el país y lo coordina (Portillas). Centro: A Gudiña, villa itineraria en el engarce del camino de Castilla y del de Viana.

(Otero Pedrayo, “Guía de Galicia”, 1926)

A Terra das Frieiras estende-se polos concelhos de Orriós, A Gudinha e A Mesquita, sumando 5.128 habitantes en 390 km2. Carece dun centro claro, puidendo jogar esse papel a vila d’A Gudinha, pola sua situación central, a sua condición de núcleo máis povoado da bisbarra (con máis de 500 habitantes), a oferta de serviços que alberga, e o seu carácter de pequeno “nó de comunicaciões”, como resenhamos ao começo. De todos os jeitos, o verdadeiro centro comarcal desta zona é Verín. De feito, na distribución comarcal da Junta de Galiza Orriós está integrado na comarca de Verín, ademais de pertencer, ao igual que o resto das Frieiras, ao seu partido judicial. Pola sua banda, A Gudinha e A Mesquita fan parte, na citada distribución, da comarca de Viana, junto con Vilarinho de Conso e a própia Viana. Esta solución non nos parece a máis ajeitada, e seguramente derive da decisión –tamén discutível- de dividir a Terra do Bolo entre a comarca de Viana e a de Valdeorras.

As Portelas:

A brúxula da nosa identidade anda louca. O seu norte é o oeste. Hai que fixar nela ese punto cardinal.

(Felipe Lubián, “Tristuras e ledicias de nacer en ningures: cousas das Portelas”, Actas do I Congresso Internacional da Cultura Galega, Santiago, 1992).

Esta bisbarra, situada entre as portelas da Canda e do Padornelo, está formada polos municípios de Hermisende, Pias, Porto e Lubián. A posición central deste último converte-o no núcleo reitor da zona, que en conjunto ocupa umha extensión de quase 450 km2 e conta con 1.245 habitantes. Trata-se pois dumha zona cumha baixísima densidade de povoación (en contínuo descenso), e cremos que é un exemplo claro da conveniência da fusión de concelhos rurais que por separado non chegan ao tamanho mínimo necessário para ser viáveis.
Geograficamente, esta terra é similar às bisbarras já descritas. Formou parte de Galiza até o s. XVIII, e aínda foi incluída na província de Ourense no reparto provincial de 1822. Porén, no de 1833 foi cambiada para a província de Zamora; dende entón enquadra-se na comarca de Sanabria ou Seabra (denominando-se-lhe às vezes Alta Sanabria). Sen embargo, a sua identidade segue a ser nídiamente galega segundo qualquer critério que se empregue, incluíndo o lingüístico: aínda a dia de hoje, os seus habitantes seguen sendo (moi) maioritariamente galego-falantes. Dá-se a circunstância de que aqui a mentalidade galeguista non só está viva, senon que é espalhada por gente como Felipe Lubián. Este mestre e durante moitos anos alcalde de Lubián polo PSOE é o máis conhecido defensor da galeguidade das Portelas. Veja-se ao respeito a entrevista de fai alguns anos http://vello.vieiros.com/entrevista/lubian.html na que se autodenominava galego e avogava pola integración destes concelhos na Galiza.
Como anécdota, sinalar que para chegar a Lubián por estrada dende Porto ou Pias é preciso atravesar território da Comunidade Autónoma de Galiza.


PRANTEXAMENTOS ALTERNATIVOS

- Alternativa 1: a situación atual
A realidade desta zona bate teimudamente coa atual organización territorial. En primeiro lugar, pola sobreabundância de concelhos que, como já resenhamos, contan con moi pouca povoación e non responden, nos seus límites, à realidade geográfica e socio-económica. En segundo lugar, pola forma en que se agrupan estes concelhos: assi, a Terra do Bolo está desprazada cara o Sur (de feito non se lhe denomina desta forma, senon como “comarca de Viana”), ao restar-lhe os concelhos do Bolo e da Veiga, integrados en Valdeorras, e sumar-lhe os da Gudinha e a Mesquita. A razón da resta é a maior influência económica que exercen as vilas do Barco e da Rua –e, en geral, toda a comarca de Valdeorras- sobre O Bolo e A Veiga. Sen embargo, este maior dinamismo económico non justifica a inclusión destes dous concelhos na comarca valdeorrense, coa que non comparten características geográficas –já que non fan parte do val do Sil- nen económicas, como si fan con Viana e Vilarinho de Conso. A criación dun concelho da Terra do Bolo como o proposto aqui non privaria aos habitantes da sua zona norte de ir trabalhar ou mercar no Barco, por exemplo; mentres que permitiria un melhor aproveitamento dos recursos da comarca, que presenta en todos os seus aspectos umha grande homogeneidade. Pola sua banda, a inclusión da Mesquita e a Gudinha na comarca de Viana –coa que, de feito, tenhen moitas características en común- non obedece, segundo o nosso critério, mais que a “quadrar as contas” evitando que a comarca de Viana ficasse só con dous concelhos, e “buscar-lhe un sítio” à Gudinha e à Mesquita.
Da distribución atual parte tamén a proposta de Nós-UP que se amosa na image inferior. Conserva as mesmas comarcas, e coa mesma composición, que o mapa comarcal da Junta, mais coa novidade da inclusión da Seabra enteira, non apenas da sua parte occidental (As Portelas). Achamos injustificada esta decisión, por quanto non existe realmente umha clara identificación das Portelas coa Seabra. Ademais, isto implicaria a anexión a Galiza de terras que, se ben é certo que noutro tempo pertenceron a ela (toda a comarca da Seabra foi Galiza durante séculos), perderon já a efectos prácticos a sua condición de galegas.



Mapa editado por Nós-UP


- Alternativa 2: Un só concelho
Umha outra possibilidade seria a criación dun único concelho que abranguesse as terras do Bolo, as Frieiras e as Portelas. A favor desta opción está a homogeneidade do território, o carácter central da vila de Viana do Bolo que é umha capital natural da región, e o feito de que en conjunto non chegaria, nin de longe, aos 15.000 habitantes, cifra aínda cativa para un concelho. Na sua contra, naturalmente, a elevada extensión (quase 1700 km2), assi como o feito de “borrar” uns espaços, as bisbarras que o forman, con séculos de existência diferenciada. Ben é certo que a isto último non se lhe deveria dar umha importância desmedida, se o que se pretende é chegar a umha organización territorial desenhada con critérios de racionalidade.

Para rematar, mencionar que, cumha perspectiva diferente –mantemento dos concelhos atuais e criación de “distritos” de carácter comarcal-, a Fundaçom Carvalho Calero propujo fai uns anos a sua própia reordenación territorial da Galiza, incluíndo os territórios da franxa leste. Na área que nos ocupa, propunhan un distrito con capital en Viana do Bolo que incluisse as terras do Bolo, o concelho de Maceda de Trives, as Frieiras e toda a Seabra (ver image inferior).

Mapa da Fundaçom Carvalho Calero
(o punto do meio é Viana do Bolo)

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Paisages 2: A Baixa Límia

Um dos territórios máis fascinantes. Um universo de auga. Umha constelaciom de poças entre os montes máis desérticos. Tosdos os roteiros do mundo. É doado atopa-los nas guias. Eu limitarei-me a amosar 3:

Poça na rota dos muinhos em Vilameá. A fervenza é um tobogam natural polo que se pode esvarar. Nom hai perigo: debaixo hai 2 metros de profundidade.

Na Corga da Fecha. Atopa-se seguindo a via romana desde Lóvios, nom longe da vila.

A poça principal da corga da fecha



E... a fervença da Corga da Fecha

E como nom, o máis impresionante, o nom-vai-máis: o parque aquático natural máis incrível de Arbolícia. As fotos que vedes a continuaciom nom lhe fam justiça, já que fôrom sacadas desde zona "segura", onde a câmara nom se podia molhar. Pero dou fe de que ali atoparedes jacuzzis, chorros de auga e banhos de todo tipo. Trata-se do rio Castro Laboreiro, ao seu passo por Olelas. Hai que baixar desde o povo por umha estradinha à esquerda e já logo se chega ao RIO. A este lado, Galiza, do outro, Portugal. Polo meio, o rio, o de Heráclito polo menos.


Deste lado, GZ, do outro, PT


Cómpre avançar aínda um chisco máis...


... e por ali é; onde está o ghicho esse, ao fondo à direita.
Que vostedes o desfrutem