sábado, 30 de junho de 2012

Björk no Gaiás



Hai umhas semanas escrevim sobre o privilégio que me parecia ver a Matt Elliott num local como o Labranza, e hoje toca falar de outro privilégio, se bem de outro tipo. Porque tivemos a sorte de que Björk, que cancelou vários concertos desta gira por supostos problemas vocais (como p.ex. o programado para o Primavera do Porto apenas uns dias antes), mantivo precisamente o de Santiago de Compostela. E assi tivemos a ocasiom de ver a esta peculiar artista, sem dúvida das melhores e mais originais das últimas duas décadas, num escenário singular como o da Cidade da Cultura no monte Gaiás... ao que imagino que nos iremos acostumando a acudir, se é que a crise nom acaba com todo (concertos e nós). Este era o primeiro, o estreno oficial, e dificilmente puido ser melhor.



Começo admitindo que Björk conseguiu meter-me na sua onda desde o primeiro momento, desde que saiu rodeada dumha tropa de coristas. O ambiente já estava criado e era bem propício, possivelmente a data tamém ajudava: 22 de Junho, véspera de Sam Joám. Aginha chegou o primeiro amago de êxtase com "Cosmogony", arrebatadora como se pode ver no video. As canções do Biophilia nom me impactaram no disco, mas conquistárom-me ao vivo; ou polo menos essa o conseguiu. A seguir veu um clássico como "Hunter" para pôr-nos os pelos de ponta, e enseguida duas mais do Biophilia, o "Thunderbolt" -para o que se currou umha bobina Tesla que lançava descargas encima dela-, e "Moon". 


"Hidden Place" foi outro dos momentos álgidos da noite, que ia tendo um guiom bastante claro: alternância entre o seu repertório clássico e temas do seu último disco, praticamente ao 50%. "Isobel", "Jóga"... se realmente tinha problemas vocais, nom se lhe notavam. Os videos que se projectavam afondavam na estética das suas canções, ainda que tamém botei em falta que botassem algumha que outra image do concerto; os que estávamos a certa distância do escenário teriamos agradecido algum primeiro plano de Björk. O remate foi por todo o alto, com um tralhazo como "Declare Independence". 

Setlist:
01. Óskasteinn
02. Cosmogony
03. Hunter
04. Thunderbolt
05. Moon
06. Hidden Place
07. Crystalline
08. Unravel
09. Isobel
10. Mouth's Cradle
11. Jóga
12. Hollow
13. Virus
14. Pagan Poetry
15. Náttúra
16. Mutual Core
Bis:
17. One Day
18. Declare Independence

domingo, 17 de junho de 2012

Matt Elliott no Labranza



O dia, umha segunda feira, nom era o mais propício para ir a um concerto. Tampouco o lugar, o pequeno núcleo morracense de Meiro, a médio caminho entre Cangas e Bueu, era um destino habitual. Que um artista como Matt Elliott, minoritário mas com um culto consolidado dentro do mundinho indie, recalara ali o passado 4 de Junho, pode parecer raro a primeira vista. Mas é umha feliz rareza que hai que agradecer ao bom fazer do Labranza, um desses pequenos refúgios com formato de bar espalhados por Galiza adiante, que enchem de vida cultural o país mas que adoitam passar desapercibidos para os nom iniciados. Nós temos a sorte de que Jose Antonio venha de fazer casa na vizinhança, e que tenha a bem convidar-nos em ocasiões coma esta. Assi que na lembrança fica nom só o concerto, senom tamém o churrasco prévio no jardim e o caminho de ida e volta entre leiras de milho.

Ouvim falar por primeira vez do trabalho de Matt Elliott nos anos 90, quando estava na formaçom experimental Flying Saucer Attack. Logo começou a fazer música mais electrónica em solitário, com o alias de Third Eye Foundation. Nom é que eu prestara muita atençom a essas primeiras etapas suas, mais alá de escoitar algum corte em recopilatórios de rockdelux e similares. Ainda nom havia internet, e a sua música nom me seduzia o suficiente como para comprar um disco. A cousa mudou em 2003, quando apresentou com o seu próprio nome o disco "The Mess We Made", um câmbio importante a respeito de todo o anterior. Com o folk atmosférico e escuro desse disco si que puidem conectar mais. No seu ambiente decadente pareciam ecoar canções populares do leste de Europa, e quase se podia ulir a absenta e a humidade dumha taberna parisina frequentada por bohémios e malditos. Esse convertiu-se no estilo característico de Matt Elliott, quem leva repetindo a fórmula dende aquela. Este ano publicou novo álbum na mesma onda, "The Broken Man", em cuja gira recalou nestas terras. 

Se a sua música evoca soidades, e el mesmo parece um tipo solitário, parece acaído que Matt Elliott toque tamém sem acompanhantes. Chega-lhe a sua voz, a guitarra, e o recurso a reproduzir sons gravados no momento. Desse jeito foi desfiando umha sucessom de temas dos seus últimos discos, e a verdade é que o setlist resultou mais satisfactório que qualquera das suas obras por separado. O local, pequeno e de ambiente quase familiar, ajudava a criar o ambiente propício. Foi um concerto delicado e intenso, mália nom chegar a altíssimas cotas de emoçom. Foi tamém breve, feito polo que se desculpou por estar canso; e nom nos veu mal, já que o seguinte era dia de garabulhos. Ao marcharmos, justo ao rematar o concerto, Matt ficava só numha das mesas da terraça, liando um cigarrilho, sem que ninguém se achegasse a pedir-lhe um autógrafo ou a felicitá-lo. Estivem a piques de dar-lhe as graças, mas afinal nom lhe dixem nada.

domingo, 3 de junho de 2012

Deça



Pequena excursom pola bisbarra de Trasdeça, terra da família de minha mãe. 


A célebre fervença do Toxa, justificando a sua sona.


Mais umha vista da fervença...


Caminho da fervença


Era no passado mes de Março, ainda em tempo de seca...


Vista dende umha janela do mosteiro de Carvoeiro



Baixada desde o mosteiro até o rio Deça


Rio Deça, fazendo de limite entre os concelhos de Silheda e Vila de Cruzes


A Ponte do Demo, protagonista de lendas