domingo, 17 de junho de 2012

Matt Elliott no Labranza



O dia, umha segunda feira, nom era o mais propício para ir a um concerto. Tampouco o lugar, o pequeno núcleo morracense de Meiro, a médio caminho entre Cangas e Bueu, era um destino habitual. Que um artista como Matt Elliott, minoritário mas com um culto consolidado dentro do mundinho indie, recalara ali o passado 4 de Junho, pode parecer raro a primeira vista. Mas é umha feliz rareza que hai que agradecer ao bom fazer do Labranza, um desses pequenos refúgios com formato de bar espalhados por Galiza adiante, que enchem de vida cultural o país mas que adoitam passar desapercibidos para os nom iniciados. Nós temos a sorte de que Jose Antonio venha de fazer casa na vizinhança, e que tenha a bem convidar-nos em ocasiões coma esta. Assi que na lembrança fica nom só o concerto, senom tamém o churrasco prévio no jardim e o caminho de ida e volta entre leiras de milho.

Ouvim falar por primeira vez do trabalho de Matt Elliott nos anos 90, quando estava na formaçom experimental Flying Saucer Attack. Logo começou a fazer música mais electrónica em solitário, com o alias de Third Eye Foundation. Nom é que eu prestara muita atençom a essas primeiras etapas suas, mais alá de escoitar algum corte em recopilatórios de rockdelux e similares. Ainda nom havia internet, e a sua música nom me seduzia o suficiente como para comprar um disco. A cousa mudou em 2003, quando apresentou com o seu próprio nome o disco "The Mess We Made", um câmbio importante a respeito de todo o anterior. Com o folk atmosférico e escuro desse disco si que puidem conectar mais. No seu ambiente decadente pareciam ecoar canções populares do leste de Europa, e quase se podia ulir a absenta e a humidade dumha taberna parisina frequentada por bohémios e malditos. Esse convertiu-se no estilo característico de Matt Elliott, quem leva repetindo a fórmula dende aquela. Este ano publicou novo álbum na mesma onda, "The Broken Man", em cuja gira recalou nestas terras. 

Se a sua música evoca soidades, e el mesmo parece um tipo solitário, parece acaído que Matt Elliott toque tamém sem acompanhantes. Chega-lhe a sua voz, a guitarra, e o recurso a reproduzir sons gravados no momento. Desse jeito foi desfiando umha sucessom de temas dos seus últimos discos, e a verdade é que o setlist resultou mais satisfactório que qualquera das suas obras por separado. O local, pequeno e de ambiente quase familiar, ajudava a criar o ambiente propício. Foi um concerto delicado e intenso, mália nom chegar a altíssimas cotas de emoçom. Foi tamém breve, feito polo que se desculpou por estar canso; e nom nos veu mal, já que o seguinte era dia de garabulhos. Ao marcharmos, justo ao rematar o concerto, Matt ficava só numha das mesas da terraça, liando um cigarrilho, sem que ninguém se achegasse a pedir-lhe um autógrafo ou a felicitá-lo. Estivem a piques de dar-lhe as graças, mas afinal nom lhe dixem nada.

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