segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Área Metropolitana de Vigo e Ponte Vedra

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A grande metrópole do Sul da Galiza é indiscutivelmente um continuum urbano que abrangue dende a cidade de Ponte Vedra até o Minho. Consta de várias bisbarras relativamente cativas e facilmente identificáveis: Ponte Vedra, o Morraço, Vigo, Redondela, o Val Minhor, a Lourinha, o Baixo Minho e o Condado. Podem-se incluir tamém dentro deste espaço as terras dos montes meridionais da dorsal galega, principalmente o Suído e a Paradanta. Toma-se partido aqui, pois, por umha única área metropolitana foirmada por uns novos concelhos que correspondam com estas bisbarras, tal e como se descrevem a seguir:

Ponte Vedra

Incluímos nesta bisbarra (e portanto no correspondente concelho que cumpriria criar) o espaço dos atuais concelhos de Ponte Vedra, Barro e Poio, assi como as parróquias de Figueirido, Bértola e Vila Boa, pertencentes a dia de hoje ao município de Vila Boa.

Redondela

A vila de Redondela é a capital dumha bisbarra que abrangue ademais do seu município os contíguos de Souto Maior e Paços de Borbém. No seu partido judicial inclui-se tamém o de Fornelos de Montes, que incluímos pola sua sua similitude geográfica na comarca de Suído-Montes.

O Morraço

Comprenderia os atuais concelhos de Marim, Bueu, Cangas e Moanha (que som os que conformam esta comarca segundo o Mapa Comarcal -M.C.- da Junta de Galiza), assi como as parróquias de Cobres do concelho de Vila Boa. Este último concelho tem umha adscriçom ambígua, sendo moi próximo em todos os sentidos a Ponte Vedra (em cuja comarca foi enquadrado segundo o devandito M.C.) mais fazendo parte já -polo menos Cobres si o fai de forma clara- da península do Morraço. Proponhemos portanto que a bisbarra do Morraço se constitua num concelho integrado polas comunas que se amosam no seguinte mapa, as quais se correspondem -com pequenas modificações- com as parróquias históricas.


Vigo

O atual concelho de Vigo é relativamente extenso, incluíndo no seu território terreos maiormente rurais. Constitui portanto por si só umha bisbarra, à que se lhe poderia engadir a parróquia de Chapela, atualmente no concelho de Redondela.

Val Minhor

Esta bisbarra (atuais concelhos de Baiona, Nigrám e Gondomar) forma umha unidade claramente individualizada, tanto se se considera a geografia física como a humana. A estrutura de povoaçom é descentralizada, solapando-se as os distintos núcleos entre si. A vila de referência é, já dende a Idade Média, Baiona.

Baixo Minho

Comarca artelhada geograficamente en torno ao val do Rosal, que a ocupa só parcialmente. O papel de cabeceira comarcal corresponde-lhe principalmente a Tui, histórica capital de província, sé episcopal e cabeça do partido judicial que se corresponde com esta comarca, ademais de tradicional fronteira de passo a Portugal por ser aqui onde estava a principal ponte sobre o Minho arraiano. Mas a decadência desta vila fai que hoje em dia tenha tamém influência a Guarda, importante porto pesqueiro situado no extremo oposto da comarca, já no atlântico. Entre ambas, os atuais municípios de Tominho, o Rosal e Oia.

Lourinha

Pequena bisbarra natural formada pola terra regada polo rio Louro. Consta dos atuais municípios de Mos e o Porrinho, e corresponde-se com a área de influência desta última vila. Toda a comarca tem um forte carácter de área de expansom económica da cidade de Vigo, contando com vários parques industriais que albergam algumhas das mais importantes empresas da área metropolitana.
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Condado

Denominaçom que se remonta à idade média para umha bisbarra que gira arredor da vila de Ponte Areas. Esta suma ao seu tradicional papel de cabeceira comarcal o mais recente de cidade satélite de Vigo, em cuja área de expansom industrial e demográfica se insire. Integram tamém a comarca os atuais municípios de Mondariz e Mondariz-Balneário, as Neves, Salvaterra do Minho e Salzeda de Caselas. Cómpre sinalar que este último nom tem umha clara adscriçom geográfica, debatendo-se entre as influências das áreas do Condado, a Lourinha e o Baixo Minho tudense. No mapa comarcal da Junta de Galiza optou-se por incluí-lo na comarca viguesa (dentro, portanto, do que seria a bisbarra da Lourinha ou do Porrinho, a cujo partido judicial pertence).
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Paradanta

Comarca fortemente ligada à vezinha do Condado, entre outras razões por fazer parte do partido judicial de Ponteareas. Zona de transiçom entre os tramos baixo e médio do Minho, entre a costa e o interior, entre a área viguesa e a ourensá. A centralidade corresponde à vila da Caniça, situada entre os municípios minhotos de Arvo e Crecente e o montanhoso do Covelo, na própia serra d'a Paradanta que dá nome à bisbarra.

Suído-Montes

Bisbarra nom existente no mapa comarcal da Junta, no que os municípios que a formam se repartem entre as comarcas de Ponte Vedra (Campo Lameiro, Cotobade, a Lama e Ponte Caldelas) e Vigo (Fornelos de Montes). Está constituído polas terras da vertente occidental da Serra do Suído, semelhantes à Paradanta e à histórica bisbarra vezinha de Terra de Montes (Cerdedo, Forcarei, Beariz)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A singularidade vai chegar...

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... ou talvez nom. Que pensades?

Umha "singularidade tecnológica" é um salto qualitativo no desenvolvimento humano, produzido num momento histórico concreto. Actualmente, a singularidade por excelência refire-se à eventual apariçom dumha inteligência sobre-humana autoconsciente. É dizer, e desbotando apariçons extraterrestres:
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  • ou bem a criaçom, por parte de seres humanos, de máquinas que nom só nos igualem ou superem em inteligência, senom que ademais tenham consciência de si mesmas,

  • ou bem o aumento artificial da inteligência humana (um "upgrading", por assi dizer) por meio de próteses ou software adicionado.

O quid da questom está evidentemente em que é a Consciência, como defini-la, como detectá-la, e como seria possível -se é que o é- que umha máquina a adquira. Nom som a única persoa à que, matinando nestas questons, se lhe ocorreu que, sendo a consciência um produto cerebral e o cerebro a fim e ao cabo umha máquina (da que desconhecemos moito, mas cujo comportamento a pequena escala já somos capazes de reproduzir por meio de redes neuronais artificiais), talvez seria possível criar umha máquina consciente. A história da técnica amosa que avanços nom imaginados som possíveis, e a lei de Moore sobre o medre exponencial da capazidade computacional é de aplicaçom em vários ámbitos; polo que podemos polo menos imaginar um escenário onde a nossa consciência seja transferida a umha máquina capaz de armazená-la e reproduzi-la. Como o tema dos androides tamém vai evoluindo, o sonho da inmortalidade quase se pode albiscar à volta da esquina.

Parece brincadeira mas nom é. O IEEE, a associaçom de engenheiros da que fai parte o que escreve (e que é a meirande organizaçom profissional de carácter tecnológico do mundo), sacou recentemente um informe especial ao respecto, cuja leitura recomendamos. Nel podem-se atopar moitos artigos com opinions para todos os gustos, desde os que pensam que a singularidade vai chegar em poucas décadas até os que desbotam totalmente essa possibilidade, passando polos que adiam a sua chegada a um futuro distante. Em qualquer caso, os expertos consultados som nos mais dos casos autênticas luminárias, gente de reconhecido prestígio (professors do MIT e gente assi), o que fai deste estudo umha leitura mais que interessante.

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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Adelino de Igor Lugrís

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A Adelino
quando lhe perguntavam
dizia que trabalhava no polígono industrial
E nom era mentira

A sua família sempre tivera umha leira
em aquele terreo
no final da costa de vacas
Fora de seu pai
E da sua avó
E da mae desta
Ele nunca tivera vendido
mas foi expropriaçom forçosa
É polo bem de todos
diziam-lhe no bar à hora dos cafés e as partidas

Comprou
justo onde tivera as patacas
umha parcela com o dinheiro que lhe dérom
e a pensom dos anos em Zurique
Só havia três naves
um burguer com karaoke
e a sua horta

Quando lhe perguntavam
dizia que trabalhava no polígono industrial
E nom era mentira

Da Revista das Letras do Galicia Hoxe, 04/09/08