sábado, 19 de maio de 2007

Paisages 4: O Courel em primavera

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Arco da Velha de caminho a Seceda

Curiosos acivros numha aba vindo dende Lóuzara

Entrada à Devesa da Rogueira

A Nova Geografia Galega (III): A Marinha - Návia (1)

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Esta regiom, de forte personalidade, corresponde-se coa costa norde do nosso país, dende a punta de Estaca de Bares à desembocadura do rio Návia. Limita polo oeste co Ortegal, comarca situada no límite do mar Cantábrico, mais orientada já cara a costa noroeste e cara a área do Alto Eume; polo sur coa Terra Chá e coa Terra de Burom (A Fonsagrada), das que a separa o reborde montanhoso das serras da Faladoira, Carba, Xistral, Meira...; e polo leste com Asturies, coa que nom hai umha divisória clara pola costa, mais si polo interior (serra do Ranhadoiro, porto do Palo).

Apesar da grande homogeneidade e coesiom da regiom marinhá, pode ser dividida de jeito natural em diferentes áreas. Na atualidade adoita-se diferenciar entre: Marinha Occidental, em torno a Viveiro; Marinha Central, cujo referente na costa é Foz (ou Burela, que está situada no límite entre a parte Central e a Occidental) e no interior Mondonhedo; e Marinha Oriental, em torno a Ribadeo. As terras entre o Eo e o Návia, administrativamente asturianas, soem denominar-se como Eo-Návia. Além desta divisiom, pode-se distinguir tamém entre a zona costeira e a do interior, as quais podem, à sua vez, ser particularizadas nas bisbarras que enumeramos a continuaciom.

Pola costa, e de oeste a leste, atopamos en primeiro lugar as rias do Barqueiro e de Viveiro. A vila de Viveiro é centro dumha Terra que vai dende o cabo de Estaca de Bares, ao norde, até a serra do Xistral ao sur, nas terras altas de Ourol e Muras. Aqui a costa presenta um perfil irregular e inzado de contrastes morfológicos. Seguindo cara o leste, a partir de Burela, a fisonomia da costa muda radicalmente, aparecendo a rasa costeira cantábrica, ampla plataforma de erosiom, singularmente aplanada, que continua até moito máis alá das nossas fronteiras. Atopamo-nos entom cos tramos central e oriental da regiom marinhá, sem nengum accidente geográfico que faga de divisória entre eles. A continuaciom da profunda ria de Ribadeo ou do Eo (sem querer entrar aqui na recente e absurda polémica sobre o seu nome), e após dum tramo de transiciom pola costa de Tápia e El Franco, aparece a desembocadura do rio Návia e a vila do seu mesmo nome, estremo nororiental da Galiza.
Se remontamos un pouco o rio Návia e colhemos agora a direcciom oeste, percorreremos a regiom en sentido contrário, atopando-nos as bisbarras da marinha “nom costeira”, é dizer, os vales e serras que conformam o hinterland marinhão. Assi, temos en primeiro lugar o que poderiamos denominar Alto Návia, espaço correspondente em realidade co curso meio desse rio, artelhado en torno a Grandas de Salime; e que tem a sua continuaciom natural nas terras montanhosas do sur, como A Fonsagrada e as correspondentes ao nascemento do Návia, na vertente norde dos Ancares: Íbias, Návia de Suarna, que incluímos já na regiom das montanhas orientais de Galiza. A continuaciom, bordeada pola serra da Bóvia, a pintoresca comarca d’os Oscos; e, passando por Taramundi, a histórica Terra de Miranda –nom confundir coa série da TVG ;-) . Seguindo cara ao oeste, atopamo-nos sucessivamente as depressiões de Lourenzá, Mondonhedo e O Valadouro, para chegar outra volta à Terra de Viveiro na sua parte alta.

Históricamente esta regiom correspondeu-se, nos tempos dos romanos, coa parte norde do convento lucense da Gallaecia (cujo límite oriental era precissamente o rio Návia). Posteriormente, a raíz da chegada de emigrantes procedentes das Ilhas Británicas no s. V e VI (empuxados pola invasiom anglo-saxona das suas terras de orige, no mesmo éxodo que deu lugar à Bretanha francesa), converte-se no território que poéticamente se tem denominado “A Galiza de Mailoc”, bispo de Bretonha.
Durante a Alta Idade Meia, tempo em que os poderes políticos e eclesiásticos nom estavam diferenciados, correspondeu-se, grosso modo, co bispado de Mondonhedo. No século XII produziu-se um ajuste das terras tributárias aos bispos, passando a terra comprendida entre o Eo e o Návia a depender do bispo de Ovieu, no lugar do de Mondonhedo como vinhera acontecendo até esse intre. Alguns dim que dito acordo foi a solución a un asunto de mulheres, como se os bispos tivessem essas debilidades ;-) ... Em qualquer caso, a partir de entom as terras do Eo-Návia ficárom já baixo dependência de Oviedo, tanto a nivel eclesiástico como político-administrativo, especialmente a partir da divisiom do s. XVI, baixo o reinado de Filipe II, que consolidou o Eo como fronteira entre Reynos. Nesse intre, e durante toda a Idade Moderna, esta regiom constitue-se na província de Mondonhedo; até o século XIX, em que coa nova divisiom esta província é suprimida e o território é englobado na de Lugo.



Antiga província de Mondonhedo

Como vemos, é umha regiom claramente individualizada pola geografia e pola história, tendo sempre por capital Mondonhedo. Hoje esta vila viu-se desprazada na sua influência polas de Ribadeo, Burela e Viveiro, principalmente, sendo outras localidades de importância as de Foz, Tápia de Casariego, Návia, A Pontenova, etc.

A seguir presenta-se umha proposta de ordenaciom territorial desta regiom. Existem, como quase sempre, várias compartimentaciões possíveis, e neste caso é tarefa especialmente complexa eligir a máis ajeitada. Exporemos primeiro os diferentes critérios que nos podem guiar, e a continuaciom a configuraciom escolhida.

Dende um punto de vista geográfico, poderiamos distinguir, como já expuxemos, entre costa e interior, mais neste caso as terras do interior estám claramente orientadas ao mar e tenhem umha forte ligaçom co espaço costeiro. Isto acontece tanto dende um punto de vista puramente “geográfico” –vales abertos à costa- como demográfico ou económico. Polo tanto, pensamos que a diferenciaciom costa/interior nom deveria reflectir-se na divisiom administrativa, senom que os concelhos deveriam abranguer tanto a franxa costeira como a sua continuaciom natural em forma de vales e serras. Dito isto, poderia-se contemplar como excepciom a esta regla a comarca naviega, a qual presenta umha maior extensiom em sentido Norde-Sur (e polo tanto maior distância da costa às terras máis interiores), e na qual –e nom só por isso- proponhemos criar dous concelhos diferentes (Alto e Baixo Návia). Outra possível excepciom seria a equivalente ao caso naviego, pero neste caso no Eo. Aqui hai umha diferenciaciom clara entre o espaço da Ria do Eo, cumha forte ligaçom entre o triángulo Ribadeo-A Veiga-Castropol, e o do seguinte tramo do rio, columna vertebral da chamada Terra de Miranda, bisbarra histórica que na atualidade se corresponde co espaço económico cujo centro é a Pontenova. Poderia-se pois criar um concelho de Ribadeo e outro de Miranda; sem embargo, e com moitas dúvidas, avogamos por integrar estes dous espaços num só concelho, como se explicará máis adiante.
Outro factor geográfico que actua como divisiom natural é o límite, já citado, da rasa costeira, formaciom geomorfológica singular que carcteriza grande parte da regiom. O câmbio desta forma de paisage a outra é bastante abrupto e localiza-se em Burela. Neste punto divide-se de jeito natural a Marinha Occidental do resto, divisiom que coincide com outra baseada em critérios económicos: a que distingue entre o espaço industrial/portuário de grande dinamismo que fica ao oeste (que inclue os portos de Burela, Sam Cibrão ou o Celeiro, máis as vilas de Viveiro e Burela, e o complexo industrial de Alúmina-Alcoa entre Cervo e Jove); e a zona ao leste de Burela, máis turística e menos industrializada.
Em conseqüência, e por nom extender-nos máis, proponhemos a criaciom dos 5 concelhos representados no seguinte mapa: Terra de Viveiro / Marinha Occidental, Marinha Central, Terra de Ribadeo / Marinha Oriental, Baixo Návia, e Oscos - Alto Návia. Na seguinte entrega descriviremos cada um máis polo miúdo.


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Nº 1 em Arbolícia: o nosso Primavera sound particular...

A abundância de oferta musical neste arrabaldo surenho, combinada coa nossa disponibilidade de tempo, fixo que durante 3 dias (do 26 ao 28 de abril) puidéramos asistir a umha espécie de festival urbano à carta, no que desfrutamos dos mais variados estilos musicais. A seguir vai umha breve resenha do ouvido estes dias: Mr. Dixie Jazz Band (nº 1 nas listas de jazz de Arbolícia), Why Go (nº 1 nas de rock), Healthcontrol (nom chegárom ao nº 1, só pode haver um e esse posto foi para os anteriores, pode que noutra ocasiom...), Dios Ke Te Crew (nº 1 nas listas de hip hop); e de propina, umha semana máis tarde, os Jaylanders (nº 1 nas listas de folk de Arbolícia). Recomendados!

Quarta-feira, 26 de abril de 2007

Acudimos à Casa de Arriba para abrirmos boca cuns velhos conhecidos, a MR. DIXIE JAZZ BAND. Este combo afincado na Crunha –e máis concretamente na adega Jazz Vides- nom só é o melhor conjunto de jazz tradicional que hai em Galiza, senom tamém... o único. O abano musical que percorrem nom é, ehem, demasiado amplo: vai da New Orleans dos anos ’20 ao Chicago dos ’40. Pero é máis que de sobra para fazer-nos desfrutar com saltarins ritmos de dixieland (si, o nome da banda nom minte), tam ajeitados para umha voda como para um funeral. Sendo o concerto gratuito, era quase obrigado comprar-lhes um CD. Decidin-me por “Just in Jazz Vides”, gravado ao vivo na mencionada taberna –que por certo recomendo a qualquera que passe por Corunha: boas raciões e boa música ao vivo no mesmo local? si, amigos, é possível-. Bom som e repertório repleto de clásicos num disco que é umha perfecta introduciom à sua música.

Venres, 27 de abril de 2007

Cambiamos radicalmente de música e nom tam radicalmente de escenário: a escassos metros da Casa de Arriba, no veterano Iguana Club, havia raciom dobre de rock (nom grátis coma onte, mais apenas por 5 €). Abrírom os locais WHY GO, um dos segredos melhor gardados do underground de por aqui. Já íamos avisados do sorprendente da sua proposta, pois tivéramos a oportunidade de escoitar a sua maketa (4 temas). E que fam? Bem, é difícil de descrivir com poucas palavras. Quizais a influência mais reconhecível seja Mike Patton, pero entom soa umha canciom e parece que Jeff Buckley siga vivo, e despois outra e me lembram a The Mars Volta, e... carai, vejo os nomes que ponho e dou-me de conta de que estou sendo tremendamente injusto com Why Go: nom é que os grupos citados sejam malos -todo o contrário-, pero o resultado de todo isto é realmente original, nom apenas um sumatório. E nom só isso, senom algo moito mais importante, polo menos para este humilde friki musical: tenhem boas canciões. Oh! Pois si amigos, algo raro entre os grupinhos independentes de hoje em dia, pero deve ser que a estes lhes sobra talento e, ademais de aportar originalidade sónica, sabem fazer temas que segues oíndo na tua cabeça despois de rematados. Agardo impaciente o seu 1º disco.
Só com Why Go já tínhamos a entrada amortizada, pero ainda assi quedamos a ver aos seguintes, os até entom desconhecidos (para mim, claro) HEALTHCONTROL. Os componhentes desta banda madrilenha fugem das etiquetas e dim que fam “impostrock”. A verdade, eu nom saberia como clasifica-los. Numha canciom sonavam-me post-rock, noutras mais indies, noutras -apuntava Buitre- pareciam !!!, em fim... vai ser certo o que dim eles! E polo momento, à espera de conhece-los máis, até aqui podo dizer.

Sábado, 28 de abril de 2007

De esquerda a direita: Sokram, Jamás, Murdock, García e Mou: DKTC!!


Tocava desprazar-se a um garito vezinho dos anteriores: a Fábrica de Chocolate. Por certo, hai que reconhecer-lhes aos seus gestores umha decidida aposta póla música ao vivo –case que todos os dias tes a oportunidade de ver um grupo- e o seu eclecticismo: assi a bote pronto, lembro-me dum concerto do clásico do power pop Paul Collins, ou doutro do rapeiro brasileiro Black Alien. Desta vez fomos ver (perdom, fum ver, porque nom atopei companhia; à mesma hora tocavam Los Planetas e já se sabe, hai moito indie... alá eles, a relaciom qualidade-prezo foi bastante superior aqui: só 5 €) aos que quizais sejam o meu grupo de hip hop favorito do momento: os Beastie Boys de Ordes –e nom é nengumha broma-, DIOS KE TE CREW. Para os que ainda nom os conheçam: http://www.theartwolf.com/dios_ke_te_krew.htm. Para os que si, a bom seguro nom lhes sorprenderá saber que, mália o enorme retraso co que começou a actuaciom, e apesar tamém do pouquíssimo público congregado (duas dúzias?), nom defraudárom. É mais, tivemos ocasiom de conhecer de primeira mão como vai o progresso compositivo/interpretativo do grupo: a reelaboraciom de temas antigos e o que se puído ver dos inéditos que deixárom caer transmite boas vibraciões. Ogalhá nom haja que agardar tanto pólo 2º disco como pólo 1º!

Bônus: Quarta-feira, 3 de maio de 2007

Umha semana mais tarde, voltamos ao lugar do delicto –A Casa de Arriba- para ver tocar a THE JAYLANDERS (3 €, teloneiro incluído, e umha cerveja de regalo). Se a semana anterior tivéramos umha raciom de tradicionalismo “negro”, a cargo dos Mr. Dixie Jazz Band, desta volta tocou o lado mais “branco” do revival. Tenho que admitir que fomos com certa prevenciom, já que pola forma de anunciar o concerto podia parecer que ia consistir exclusivamente de versiões de Pete Seeger –o que por fortuna nom aconteceu, ao contrário, chegárom a tocar “The River” do Boss. Pero a práctica totalidade do concerto adicou-se a velhos clásicos do folk americano, com incursiões no lado mais country ou mais blues, ou mesmo no cancioneiro irlandês (estes cabrões sabem o que nos gusta!). A banda, de reciente criaciom, contou com violino, baixo, guitarra, acordeom e bateria –e harmônica nalguns temas, of course-, e de certo que sabem como toca-los. Os meus momentos favoritos, as interpretaciões de “John Henry” e “Jesse James”: para passar todo o rato batendo co pé no chão e tirando o sombreiro ao aire. We shall overcome / Venceremos nós!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Paisages 3: O guepardo de Cabo Home



Umha das máis raras e perigosas espécies que havitam O Morraço...