quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sinsal San Simón




Fronte à surtida oferta de atos de exaltaçom nacionalista que nos oferecia Compostela, este ano decantamo-nos pola pouco patriótica alternativa de passar o 25 de Julho na ilha de Sam Simom. 11 grupos em 4 escenários, num festival diurno realizado com luz natural num entorno singular. 



(encima, o prezado programa, que só conhecimos ao chegar)



O festival deu começo às 12:00 com um concerto de bem-vida no escenário do peirão, a cargo do trio belga Hoquets. Umha formaçom caracterizada por empregar instrumentos de fabricaçom caseira e aparência de ter sido feitos numha aula de pretecnologia da ESO. Maiormente de percussom, ainda que tamém havia algo de vento e corda, como umha guitarra fabricada com caixa de puros, pau de vassoira e arame. Ficamos pampos ao ver que com estes cacharros eram quem de obter um som notável que para nada lastrava a sua música, rock vitamínico com inclinações funkies. Figérom gala de originalidade e sentido do humor, tanto na posta em escena como nas letras, e ganhárom-se que lhes comprássemos o disco. A posteriori, os melhores da jornada, ainda que naquela altura era cedo de mais para sabê-lo.




Às 13:00, com umha pontualidade esquisita que seria a tônica de todo o festival, saírom a tocar L’Enfance Rouge no escenário do passeio dos buxos. Um trio de rock francófono, ao igual que Hoquets, mas aí rematam as semelhanças. Se os anteriores ponhem o foco em descolocar ao espectador e sacar-lhe um sorriso, desprezando qualquer pretensom de trascendência, estes levam posta a máscara da seriedade e usam umha formaçom clássica, com guitarra, baixo e bateria (mais a colaboraçom nas primeiras canções do violinista de Al-Madar). Umha diferença que já se podia intuir só com ver o aspecto dos integrantes de um e outro grupo: da impossível combinaçom de cores dos Hoquets ao negro rigoroso de L’Enfance Rouge. Canha com querências “post-”, em resumo. Aprovado alto.



No mesmo escenário tocou Christian Kjellvander, o cantautor sueco de americana que eu, ingenuamente, pensei que ia ser The Tallest Man o Earth. Si, porque umha das peculiaridades deste festival é que nom se sabia a priori os grupos que iam tocar; em lugar de anunciá-los davam-se pistas via web. Pistas óbvias para listilhos e campeões do gafapastismo, mas nom para mim, que nom pilhei nengumha e trabuquei-me na única que crim saber. E por isso nom me puidem preparar a discografia do fulano este, cujo concerto perdia ao nom conhecer nengumha cançom. Isso si, como música de fondo para o bocata, cumpriu sobradamente.




Às 15:00 coincidiam dous concertos. No mesmo escenário que os anteriores tocava Aries, umha rapaza que se apanhava para cantar, tocar a guitarra e manejar o teclado ao mesmo tempo. Mália haver por momentos alguns problemas para escoitar a voz, o seu dream-pop deixou-me boa impressom e vontade de mais. Pero, havia que dar-lhe a oportunidade aos que tocavam simultaneamente, assi que deixamos a sua atuaçom pola metade e marchamos para o escenário Sam Antom, no outro extremo da ilha. 



Ali estavam Al-Madar, um quinteto cujo nome já dava pistas sobre os sabores árabes que caracterizam a sua música. A dizer verdade, o mais impressionante do seu show foi o próprio escenário, possivelmente o mais privilegiado no que tenha presenciado um concerto: ao borde mesmo da ilha, com a enseada detrás e Arcade ao fondo. De luxo total. 



Ali tocou a seguir Alela Diane, o único nome que se filtrara com antelaçom, ou polo menos o único que eu sabia que ia tocar. Trata-se dumha cantante de alt-folk (ou psych-folk, ou a etiqueta que lhe queiram dar); a mim lembra-me muito a Laura Veirs, o que é bom. Como já escoitara os seus discos no Spotify, sabia que tinha um feixe de canções meritórias. Porém, o escenário resultou algo inóspito para ela: o vento batia mui forte e enfriava algo o ambiente, nom só o metereológico. Um pequeno preço a pagar por umha localizaçom tam exclusiva.




Os problemas com o vento agudizárom-se com Maïa Vidal, até o ponto de ter que interromper o concerto momentaneamente ao pouco de começar. Felizmente o percance nom se repetiu, e puidemos desfrutar dum dos melhores concertos do dia. É americana e fai folk, mas o nom tem nada de country nem cousa parecida. Lembra mais à chanson francesa, em parte polo acordiom que é junto com a voz o mais característico do seu som.



Às 18:00 tocava Nite Jewel no 4º escenário, o Som Estrella Galicia, olhando cara Cesantes. Um grupo de synth-pop oitenteiro (mais um ano, e o revival que nom para...) aos que coido que nom lhes sentava mui bem o sol. Nom porque soassem particularmente mal, senom porque a sua música é nocturna por definiçom e pareciam um pouco fora de lugar. 




Aos que lhes dava igual a hora e todo eram aos Unicornibot. Um quarteto dedicado em corpo e alma à tralha, à religiom da intensidade rockeira levada à máxima expressom possível (lembravam-me a Shellac nesse aspecto). Demência ruidista enmascarada com cascos de papel de alumínio e rematada com invasom do escenário. Sem dúvida, outros dos triunfadores da noite.

E já nom restava tempo para mais: apesar de ser só as 20:00, tínhamos que voltar porque nom puidéramos comprar tickets para o derradeiro barco, polo que ficamos sem oir a Alt-J e Shangaan Electro. Um falho na planificaçom do festival, se repitem para o ano que vem deveriam fazer um esforço para pôr barcos suficientes ao remate da festa.