Verão do 2006. Arde Arbolícia -pero nom queima! Um grupo de aborigens busca refúgio nas ilhas. Ali, o lume é só um mal recordo e o rastro do fume confunde-se ao longe com a brétema da ria. Os dias passam felizes. Continuará...
terça-feira, 23 de outubro de 2007
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
A Nova Geografia Galega (III): A Marinha - Návia (2)
A Marinha Occidental - Terra de Viveiro:
Viveiro tem a sua orige como vila no florecemento dos burgos costeiros na Idade Meia, jogando um importante papel como umha das principais cidades de Galiza no Antigo Régime. No s. XIX experimentou um estancamento asociado ao declive do seu comércio portuário e à falta de industrializaçom. Hoje em dia, o povo de Viveiro prolonga-se polo lado direito da ria até o porto de Celeiro e polo esquerdo à zona de Covas. Ambas entidades formam parte a efectos prácticos da mesma realidade: a localidade mais povoada da costa norde galega, superando os 10.000 habitantes.
O concelho ou comuna de Viveiro que se propom aqui ocuparia a parte occidental da Marinha, o que na actualidade son os concelhos de Burela, Cervo, Jove, Viveiro, Ourol e O Vicedo. Tamém apostamos por incluir o terço norde do concelho de Manhom, é dizer, as parróquias d’o Barqueiro e Bares; se bem se trata dumha zona de transiçom com o Ortegal. Contaria no seu conjunto com uns 37.000 habitantes e umha extensom de 525 km2.
Já que logo, fariam parte deste concelho, entre outros, os núcleos de Burela, importante centro pesqueiro e económico onde se atopa ademais o Hospital Comarcal da Costa; e o de Sam Cibrão, que conta com o complexo industrial de Alúmina-Alumínio (ALCOA).
A Marinha Central:
Como já se dixo na introduçom, podem-se distinguir neste espaço quatro unidades naturais (entre parénteses, os concelhos actuais aos que correspondem): a depressom de Mondonhedo (Mondonhedo), o Valadouro (Alfoz e Valadouro), Lourençá (Lourençá), e a foz do rio Masma (Foz e Barreiros); sumando 25.000 habitantes em 567 km2
Historicamente o centro comarcal desta terra foi Mondonhedo, que se atopa em decadência prolongada dende fai máis dun século, ao ser incapaz de compensar a perda da sua condiçom capitalina. Na actualidade tem mais importância como centro comercial e de serviços a vila de Foz.
A Marinha Oriental - Terra de Ribadeo:
Viveiro tem a sua orige como vila no florecemento dos burgos costeiros na Idade Meia, jogando um importante papel como umha das principais cidades de Galiza no Antigo Régime. No s. XIX experimentou um estancamento asociado ao declive do seu comércio portuário e à falta de industrializaçom. Hoje em dia, o povo de Viveiro prolonga-se polo lado direito da ria até o porto de Celeiro e polo esquerdo à zona de Covas. Ambas entidades formam parte a efectos prácticos da mesma realidade: a localidade mais povoada da costa norde galega, superando os 10.000 habitantes.
O concelho ou comuna de Viveiro que se propom aqui ocuparia a parte occidental da Marinha, o que na actualidade son os concelhos de Burela, Cervo, Jove, Viveiro, Ourol e O Vicedo. Tamém apostamos por incluir o terço norde do concelho de Manhom, é dizer, as parróquias d’o Barqueiro e Bares; se bem se trata dumha zona de transiçom com o Ortegal. Contaria no seu conjunto com uns 37.000 habitantes e umha extensom de 525 km2.
Já que logo, fariam parte deste concelho, entre outros, os núcleos de Burela, importante centro pesqueiro e económico onde se atopa ademais o Hospital Comarcal da Costa; e o de Sam Cibrão, que conta com o complexo industrial de Alúmina-Alumínio (ALCOA).
A Marinha Central:
Como já se dixo na introduçom, podem-se distinguir neste espaço quatro unidades naturais (entre parénteses, os concelhos actuais aos que correspondem): a depressom de Mondonhedo (Mondonhedo), o Valadouro (Alfoz e Valadouro), Lourençá (Lourençá), e a foz do rio Masma (Foz e Barreiros); sumando 25.000 habitantes em 567 km2
Historicamente o centro comarcal desta terra foi Mondonhedo, que se atopa em decadência prolongada dende fai máis dun século, ao ser incapaz de compensar a perda da sua condiçom capitalina. Na actualidade tem mais importância como centro comercial e de serviços a vila de Foz.
A Marinha Oriental - Terra de Ribadeo:
La Tierra de Ribadeo (territorio de la ribera oriental del Eo, sin ninguna vinculación con la villa gallega de Ribadeo salvo la inmediatez geográfica) es el nombre que durante buena parte de la Edad Media designó la parte occidental de Asturias incluida en el antiguo concejo de Castropol, que se extendía aproximadamente entre los ríos Eo y Navia. Históricamente dicho territorio correspondía al que en época prerromana y romana ocupaban las tribus más nororientales de los pueblos galaicos. En la actualidad tiende a singularizarse esta zona asturiana con el nombre de Comarca del Eo-Navia. (sacado da Wikipedia espanhola)
A vila de Ribadeo conta com umha história semelhante à de Viveiro, sendo hoje o núcleo reitor desta comarca situada nas beiras do rio Eo. A sua vila “xemelga” (situada na outra beira da ria) é Castropol, que contou historicamente com umha enorme influência na zona, ao ser primeiro capital dum estensísimo concelho e posteriormente cabeça de partido judicial. Ao seu carom está a pequena localidade portuária de Figueiras. Completando um triángulo geográfico acha-se, no começo da ria, a vila d’a Veiga (Veigadeo ou Vegadeo). Já um pouco mais longe, na costa cantábrica, atopamos Tápia de Casariego, podendo-se dizer que dende ali para o leste as terras ficam já mais baixo a influência de Návia.
Esta área, em torno à desembocadura do Eo, abrangue os concelhos de Ribadeo, Travada (alomenos em parte), Castropol, Veigadeo e Tápia, com um total de 23.000 habitantes repartidos em 420 km2.
Se remontamos o Eo atoparemos no seu curso meio outra zona, continuaçom da mencionada, cujo centro é a Pontenova, e que corresponde, grosso modo, com o que historicamente se denominou Terra de Miranda, a qual constituiu noutrora umha circunscriçom administrativa e eclesiástica. Hoje em dia, aínda sem cobertura oficial, existe umha área económica artelhada em torno à vila da Pontenova, cuja influência se estende aos vezinhos concelhos de Riotorto, Taramundi, Santiso de Abres e a parte meridional de Travada, com os que comparte ademais algumhas características etnográficas comuns (ferrarias, cabaços, ...).
La vida comercial se hace casi exclusivamente con Lugo y Puente Nuevo [A Pontenova], lugar este último centro ferial de la zona. En el aspecto lingüístico, Taramundi está dentro de la extensa zona astur de habla gallega, sin que apenas haya influido el castellano ni tampoco el bable. (Gran enciclopedia Asturiana, 2ª ed., 1984. Tomo 13, voz “Taramundi”)
Trata-se pois dum pequeno espaço que, aínda que englobável dentro da comarca do Eo ou de Ribadeo, conta com a sua própia singularidade. Ocupa umha extensom aproximada de 350 km2 e conta com umha povoaçom de 7.150 habitantes.
Como já dixemos, aínda sendo individualizáveis estas duas comarcas, correspondentes aos cursos baixo e meio do Eo, imos avogar pola criaçom dum só concelho que inclua as duas. Quedaria assi constituída a comuna do Eo, com um total de 770 km2 e uns 30.000 habitantes.
Baixo Návia:
Esta bisbarra corresponde-se lógicamente com o curso baixo do rio Návia, que coincide com a área de influência da vila do mesmo nome. Trata-se dos concelhos baixo administraçom asturiana de El Franco (capital: A Caridade ou Caridá), Návia, Coanha, Boal e Vilaiom (“Villayón”), que sumam 460 km2 e 20.500 habitantes.
A cabeceira comarcal é a vila de Návia, centro económico da zona desde o s. XIX, devido principalmente à sua industria (papeleira, láctea ou naval).
Os Oscos - Alto Návia:
Os Oscos (ou Ozcos, segundo a grafia tradicional que se emprega ali), é umha bisbarra situada nas montanhas que separam as cuncas do Eo e o Návia; conta com umha extensom meia (186 km2) e baixa povoaçom (1.440). Com umha forte personalidade, individualizada dende fai moito tempo, atopa-se na atualidade repartida (absurdamente) en três pequenos concelhos –Santalha, Vilanova e Samartim, todos com o apelido “de Oscos”. Carece dum núcleo que tenha um carácter claro de cabeça comarcal, tendo jogado esse papel ao longo da história, nom umha vila, senom um mosteiro, o de Vilanova. Por certo que desta bisbarra era originário o ilustrado Antonio Raimundo Ibáñez, marqués de Sargadelos, industrial iniciador da siderúrgia moderna, quem criou a fábrica de cerámica de Sargadelos e o alto forno que foi daquela o primeiro do estado espanhol.
Cremos que cómpre umha unificaçom dos três concelhos num só, e quizais, por razões de viabilidade, mesmo a sua inclusiom num espaço maior como seria este concelho de Os Oscos–Alto Návia.
Uniria-se assi aos concelhos do curso meio do Návia, é dizer: Eilao (“Illano”), Pezós, Grandas de Salime, e a parte occidental do concelho de Alhande, a que corresponde a Verduzedo. Hai que sinalar que neste último caso a fronteira lingüística e cultural entre Asturies e Galiza nom coincide com nengumha fronteira administrativa, senom que descorre polo meio do concelho de Alhande, e sem embargo está claramente marcada. Abonda ver o que di ao respecto a “Gran enciclopedia Asturiana”, na sua voz “Allande” (2ª ed., 1984. Tomo 1):
Las dos partes en que se divide el concejo por la línea que señala el Puerto del Palo (1146 m) poseen distinta condición agrícola, agrupándose en la oriental o “del Palo acá”, con mucha diferencia, los pueblos y parroquias de mayor potencialidad agropecuaria (…). A sus habitantes, que hablan el bable occidental, los llaman coritos o curitos y son los antiguos pésicos del convento astur. En la zona “del Palo allá”, “Tras el Palo” o “Tras la Sierra”, encontramos las parroquias del paisaje bravío, montaraz y pastoril; sus pobladores, que reciben el nombre de gatsegos, por su dialecto, y en alguna zona farracos, son herederos de los galaicos prerromanos.”
Já que logo, a parte occidental (em torno a Verduzedo) é a que incluímos nesta bisbarra.
Como antecedente desta unidade comarcal pode-se mencionar o antigo arciprestádego de Grandas de Salime, cujos límites eram algo menores que os da bisbarra proposta aqui. Em suma, a comuna d’os Oscos-Alto Návia abranguiria 640 km2 e uns 4.000 habitantes.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Gente de Arbolícia 2: O ancião que viu o mar por primeira vez
Escrito por Maria Cedrón e publicado n'a Voz de Galicia o 23 de Julho de 2006.
«Ai Dios... nunca vim tanta extensión. E claro, tras do horizonte tamém haverá pueblos». Dositeo fizo-se essa pregunta despois de ver onte por primeira vez o mar em Valdovinho. Soubo que navegando en direçom a aquela linha distante que albiscavam os seus olhos estava a Grã-Bretanha e que, se em lugar de olhar para o norte tivesse botado a vista ao oeste, estaria América do norte. Entom, com curiosidade de descobridor, fizo-se outra pregunta: «E Buenos Aires aínda quedará moito máis longe, ¿ou?».
A sua pregunta nom era casual. Dositeo, da casa de Ramos, naceu em Touzom, na parróquia de Penamaior (Becerreá), e queria saber onde está a Argentina. Vários dos seus irmãos recorrérom mais de 10.000 quilômetros e assentárom-se ao outro lado do Atlântico. Dositeo, com 87 anos, fizo onte a viagem mais longa da sua vida. Foram pouco mais de 168 quilômetros. «Hoje (por onte) vim ou que nunca vim -di durante o retorno-. Som moitas cousas num dia. Todo grácias ás rodas. Porque se temos que fazer todo este caminho a pé...».
Durante os últimos 70 anos, Dositeo nunca saiu da província de Lugo. Foi várias vezes à cidade das muralhas em táxi «para ir aos médicos». Antes, quando começou a guerra, em 36, passou uns dias na Corunha para tratar umha úlcera que ainda tem num pé. Só tinha visto a ria.
Por isso, onte colheu o seu bastom e um chapéu para o sol disposto a ver, por fim, as ondas. Com curiosidade de neno descreveu a existência de duas Galizas. «Aqui saes dumha poblaciom e metes-te noutra -comentou chegando já ao litoral-. Esta deve ser boa terra. Ve-se moita gente e moita produçiom. Aqui hai moita riqueza e ali pobreza». E justo ao passar sobre a ponte da ria de Ferrol, olhou ao longe: «Esso que se vê alí parece néboa, pero é o mar, de verdá?».
Pola estrada, descendo para a praia seguiu analisando a paisage. «¿E aqui nom nevará?, ¿Tampouco xeará? Hai moito milho, deve haver moito javali porque lhes gusta moito». Sorprendeu-lhe, no meio de tanto plano, ver um monte ao longe, um alto sem repetidor.
Chegou o grande momento. Com bastom e um pé vendado, Dositeo pisou a area pola primeira vez. «Nom se anda moi ben, pero hai que andar. Na vida hai que andar». Mais el, de súpeto ficou parado, pensando. Despois sorriu. «¡Que lindo está o mar. Como trabalha -dixo referindo-se às ondas- Mira, e fai ruído, he, he... E como farám esses rapazes (surfeiros) para que nom os envolva a auga co seu arte?».
Contemplou todo o que havia ao seu redor: «E hai gente durmindo. E nom tenhem medo a que lhes venha a auga». E entom chegou umha onda. Dositeo levou um susto, mais riu. «Estes estám descansando, mais cum olho para trás». Despois dum tempo, Dositeo olhou ao céu. «Cheira a tormenta. Vai chover, haverá que marchar».
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Paisages 7: Nos confins da Europa
O planeta Arbolícia está situado ao começo -ou ao final, segundo se mire- da sistema conhecido como Europa. E devido a esta posiçom extrema é possível admirar nas terras arborícolas fenómenos tamém extremos, como som os que nos ocupam hoje: os acantilados mais altos da Europa. Situam-se no borde planetário noroccidental, ali onde a serra da Capelada se afunde direitamente no océano. Som as terras de Ortegal, golpeadas mais que banhadas polas forças conjuntas de dous mares. Terras de vento e cabalos.
Em chegando, os rios adoptam formas curiosas ao desembocar...
Nom tardamos em atopar os bosques primigénios, onde todo é luz e fieitos
Montes que se ofrecem abertos ao mar...
A alguns os invitam a descansar, a outros, a caminhar
Mais fraga, mais verde
e por fim, os acantilados!
Escarpados? Provem a subir em bicicleta por essas abas...
A costa
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