MIA entre a gente O Sonar barcelonês tem uma consolidada trajetória, coerente e interessante. Até agora só o conhecía de ouvidas, e já tinha gana de catar a sua ediçom galega, uma versom reduzida da que podem desfrutar em BCN. Poder gozar dum evento assi na Crunha é todo um privilégio, ainda que a reduçom da oferta se traduziu num estreitamento do abano estilístico, prescindindo de algumas das propostas mais heterodoxas. De jeito que o menu que nos ofertavam estava mais centrado no baile que no conceito mais amplo e relativo de “músicas avançadas”: nada de Steve Reich, por exemplo, nem de Aphex Twin, Dizzee Rascal, Ryuichi Sakamoto ou Janelle Monáe... nem da idéia de Sonar de dia e Sonar de noite, que tanto me apetecia dadas as minhas querências diurnas.
Mas vou falar já do que si se puído escoitar, principiando polos encarregados de abrir a noite da sexta-feira, os veteranos Underworld. O trio inglês fora um dos referentes do encontro entre o mundo do rock alternativa e as pistas de baile, hai quinze anos. Ao vivo utilizam um par de trucos escénicos como a pantalha trás a que se ocultava por vezes o cantante, ou os jogos que fazia com uma câmara de vídeo... mas a fim e ao cabo eu ia por escuitar o de “mega mega white thing” de aquel "Born Slippy" que os figera famosos, o hit que nunca superárom, e que deixárom apropriadamente para o remate. O ambiente no festival era ainda um pouco frio, e a dizer verdade este primeiro dia ficou um pouco assi, sem achegar-se ao cheio nem de longe. DJ Ino y la Keise Band pugérom algo de calidez, era uma das bandas que nom conhecia e que me convenceu com a sua mistura de funk, hip hop, e mesmo jams de jazz. Mália que alguma resenha criticava o seu som, acho que o local nom ajudava, e de feito o mesmo reproche se lhe poderia fazer a mais grupos, como Magnetic Man. Os trio de DJs de dubstep pugérom-lhe vontade mas nom conseguírom espertar-me, apesar de "I need air". Restava por ouvir o kuduro de Buraka Som Sistema e o seu "wegue wegue", festa e baile para fechar a primeira noite.
O mais interessante estava reservado para a segunda, começando pola figura indiscutível do festival, M.I.A. A música desta londinense de Sri Lanka e o status de estrela que tem acadado som para mim do melhor que lhe tem passado à música no que levamos de século. Ofereceu-nos um show de altíssima intensidade, despois dos minutos iniciais nos que nos castigou com um interminável video de debuxos animados ao estilo bollywood. Houvo de todo, saltos ao público, invitaçom a que este invadisse o escenário durante vários temas, os rapeos de Afrikan Boy, temazos como "Paper Planes"... pero os 50 minutos que durou figérom-se moooi curtos. Uma autêntica mágoa. Cut Copy fôrom com diferença os mais popeiros do festival. Som uns horteras, e teimam em recuperar o pior dos anos 80 (por que volvem agora esses sintetizadores? porque é o revival que toca, claro)... pero tenhem o que hai que ter, ou seja hits: "Need you now" e "Take me over", inapeláveis. Só por isso, fôrom o melhor dos 3 grupos que se solapavam a essas horas: moito mais entretidos que Richie Hawtin, que quem apenas ouvimos um par de cortes - e bem nos chegou- e Four Tet, que nom estivo mal ainda que nom me impactou. Todo o contrário de Die Antwoord, fantásticos desde o começo. Esperava com interesse o show destes sudafricanos, que parodiam/defendem a idiosincrasia white trash (ali chamam-lhe "zef"), e nom defraudárom o mais mínimo. Personalidade, bós temas como "Ritch bitch" ou "Enter the ninja", original posta em escena e entrega total: todo o que se pode pedir. Despois deles vinha pinchar James Murphy, mas entre o cansaço e o pouco chamativo da proposta do ex-LCD Soundsystem, só nos quedamos a escoitar o começo.
A resposta selvagem