quinta-feira, 10 de abril de 2008

Nº 1 em Arbolícia: Billy Bragg

Fazia moito tempo que nom me passava isto: escoitar um disco por primeira vez e, ao acabar, repassar a lista de canções e lembrar-me de quase todas como “temazos”. É algo moi, moi inusual, desgraçadamente –sobre todo para mim, que estaria disposto a pagar moito por essa sensaçom.

E o curioso é que isto nom me aconteceu com o último de R.E.M., nem com outros que escoitei ultimamente de gente como Björk, Eric Dolphy, Jeff Buckley, the Byrds, Kinks, Moby Grape, Zombies, “My life in the bush of ghosts” de Eno & Byrne, Peter Tosh, Massive Attack, Fela Kuti, The Mars Volta, Scout Niblett… todos eles bós discos, sem dúvida, e alguns deles mesmo moi grandes. Mas nom me causárom esse efecto (o "Angel Dust" de Faith No More e o de Vampire Weekend estivérom cerca), e esse efecto, meus amigos, só se pode causar a primeira vez.


Estou falando dum disco que o tem todo: canções, interpretaçom, estilo, encanto. Esse disco, que veu a mim de casualidade, como sem querer, é o “Don’t try this at home” de Billy Bragg. Originalmente publicado em 1991, foi reeditado fai um par de anos com um 2º CD de extras. É precisamente essa ediçom a que merquei numha das excelentes tendas de música de Planícia (si, aínda nom dixem nada, pero estou passando umha temporada exilado: deica logo Arbolícia, ola Planícia), por só 8.90 €. Escolhim-no basicamente porque tinha “Sexuality”, a única cançom de Billy Bragg que conhecia. Eu preferia mercar o “Brewing up with Billy Bragg” que seica está considerado um dos seus melhores discos, mas nom o tinham. E tenho que agradecer à fortuna que fosse assi, já que assi pudem conhecer este.
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Suponho que vos soará o nome de Billy Bragg, mas suponho tamém que nom estaredes demasiado familiarizados com el. Trata-se do clássico inglês com consciência de classe (graças a Marx, em Inglaterra a classe obreira aínda conserva a noçom de que nom todos somos iguais; o de ter cámara dos lords seguramente ajuda), com pinta de boa gente e predilecçom por Woody Guthrie. Nos oitenta argalhou o da Red Wedge, a plataforma de músicos contra Thatcher, que tivo o éxito que acostumam ter estas iniciativas: zero.

Ao igual que os grandes mestres, o Billy toca temas políticos e persoais com igual capazidade de conmover. Como bom filho da Grande Bretanha, os seus temas favoritos som o futebol, o sexo, as histórias cotiás, a política. A miúdo todo junto.


E musicalmente?

Pois aqui começamos com o que realmente importa. E é que estamos falando dumha época e dumha mentalidade na que, se nom tinhas umha boa cançom, nom a metias num disco. E por isso neste disco hai pop de estribilhos perfectos, guitarras, baladas folkis… diferentes estilos, pero sempre grandes temas. E todos eles unificados pola moi reconhecível voz de Billy Bragg, assi como polo seu moi característico sotaque.

Nom vou repasar todo o disco cançom a cançom, seria longo de mais. Assi que simplemente vou dizer que o principal deste disco é: 1) Está ateigado de boas canções (creo que isto já o deixei claro), 2) Está bem gravado e interpretado, e 3) Aparte dos vímbios, tem algo mais: esse chisco de mágia que distingue as grandes obras, e que se che queda pegado durante um tempo.

E ademais disso, vou salientar 3 canções:
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Em primeiro lugar, como nom, “Sexuality”. Umha das mais perfectas canções do pop de todos os tempos, dessas onde um desejaria viver toda a vida se puidera parar o tempo. Hilarante e genial. Ah, com Johnny Marr à guitarra e com (cabaleiros, ergam os seus puchos) a adorável Kirsty McColl (R.I.P.) aos coros. Desfrutade-a neste video, e atentos à sua "pronunsiaishion". E... joder... como se pode fazer um verso tam chulo cumha frase como "tinha um tio que jogou para o Estrela Vermelha de Belgrado"?
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Cambiamos de estilo. “Everywhere” poderia passar por um tema de Eric Bogle, já que tem um aire a “Waltzing Matilda” ou “My Youngest Son Came Home Today”, himnos antibélicos desse atípico cantautor escocés/australiano. E, mália que nom o é, consegue causar o mesmo efecto, o que é moito dizer. Mas em realidade está escrita por um tal Greg Trooper e por Sid Griffin (si, o dos Long Ryders). A história dos dous amigos, um gringo e um japonés, é conmovedora.
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Finalmente, “North Sea Bubble”, outro tema com feituras de himno, que se che pega instantanemente e fai-che repetir mentalmente todo o tempo “we’re living in a north sea bubble"... ou nom tenho razom?
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E nom podia rematar sem antes comentar o segundo CD com os extras, basicamente de maquetas. Hai de todo, incluída umha acelerada versom do "Revolution" dos Beatles, pero hai que destacar umha marabilha que vale por si soa um disco: “Bread and Circuses”, composta e interpretada a médias com Natalie Merchant (10.000 Maniacs). Alta Emoçom Acústica.

1 comentário:

Carminha disse...

Eu prefiro Arbolicia!!!
Abandona Planicia!!!, bueno como moito ... uns días máis... para que sigas atopando discos coma este.
Bicozzzzzzzzzzzzzzzzzzz