sábado, 6 de setembro de 2008

Pareces de Cóia


Xoves, 31 de julho

Saímos de Vigo com umha hora longa de retraso sobre o horário previsto pola organizaçom. Imos Moisés, Laura, Juan e mais eu. Chegamos a boa hora e conseguimos um sítio onde ponher as 5 tendas juntas (as nossas mais a de Javi e Ful, que virám manhã). A canadiense dos sogros de Moi proporciona os primeiros intres de diversom, pois a tarefa de montá-la resulta complicada abondo. Mais risas: quando o própio Moi descobre que as duchas som comuns (oh!) e que nom trouxo banhador, nem pantalom curto, nem xabrom, nem cepilho de dentes, nem…

Objectivo cumprido: esta noite Moi nom durmirá ao raso...

Ao caer a tarde, com as tendas já montadas e tras provar algo de vinho e licor café, encaminhamo-nos para o recinto dos concertos, chegando a tempo para o primeiro grande grupo do dia: The Bellrays. Capitaneados pola negra da pandeireta, prometiam umha boa descarga de r’n’r e nom defraudárom, conjurando por momentos o espírito dos MC5. Bem para começar.

Seguírom Mando Diao, a todas luzes umha banda das que hai centos, mais com a que desfrutei como um anano devido sem dúvida ao nosso comum estado de animaçom. E é que, que mala que é a sobriedade…
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Por fim, os Sex Pistols. Encomiável o espírito destes abueletes, que em vez de aproveitar as viages do Imserso británico prefirem montar-se o tour eles mesmos. Nom direi que estavam em boa forma pero si que soárom moi bem, mália as peroratas do Johnny Lydon-Rotten. Pagando tributo aos precursores, versioneárom três clássicos do pre-punk como No Fun (Stooges), Stepping Stone (Monkees) e Roadrunner (Modern Lovers). Dignos cabeças de cartel.

Com as forças aínda relativamente intactas do primeiro dia, dirigimo-nos ao outro escenário a ver outro dos pratos fortes, DJ Amable, quem fiel ao seu estilo pinchou um pupurri de indie hits e nos mandou contentos para a tenda. Nom sem antes enchermo-nos de lama até os nocelhos polo caminho…

Venres 1 de agosto

O sol inmisericorde fai que às 10 as tendas sejam já umhas saunas, pero o Moi consegue que nom perdamos o bom humor: o seu comentário “Que nom hai auga quente nas duchas? Nom me jodas!! Se é o mínimo!” fai-me escachar com a risa durante um bom cacho.

Descasando à beira do rio...


Passamos o dia entre as sombras da beira do rio, até que pola tarde vam chegando os que faltavam: Maricarmen, Javi, Ful, Chente, José Antonio e Joaquín. A tenda destes dous últimos resulta ser umha prova aínda mais dura que a de Moi, e as duas horas empregadas em montá-la fam que cheguem tarde ao primeiro grupo da noite, os fabulosos Two Gallants. Estes dous ghichos, a quem já viramos em Madrid, som do mais recomendável da actualidade, tanto em disco como em direto. Que energia, que raiva falsamente acumulada, quanta fame imaginada! E que pintas, e, sobre todo, que canções: o repertório que podem despregar em 40 minutos tem poucos rivais agora mesmo. Por todo isto, os trunfadores da jornada.

Sobre The Rakes passarei rapidamente; já lhes estou adicando mais tempo do que tardei em esquece-los. E de The Sounds, que dizer? Pois que tenhem umha cantante que se explota moito (aínda que nom tal, segundo Moi, quem já os vira e asegura que estivo comedida, nom me quero imaginar como será quando se desata); que tenhem 3 ou 4 temas que estám bem; e que, tendo tam pouco, estirárom a sua actuaçom mais do apetecível. Um festival com 1 só escenário tem estes inconvenientes: nom podes escolher.

Chegárom por fim The Editors, a quem tinha moita gana de ver desde que os perdim no Summercase. Sei que nom revolucionarám nada, e que apenas som umha cópia de Interpol com grandes canções –o que já está bem-, pero a mim gustam-me... mágoa que essa sensaçom de nom ser umha banda fundamental tamém a transmitam em direto: faltárom alguns gramos de emoçom.

E pechando a noite, Primal Scream. Agardava (por pedir que nom quede) um concerto brutal e memorável, provavelmente centrado na sua faceta mais rockeira. Nisto último acertei, no primeiro nom tanto. Bebérom, efectivamente, do seu repertório mais rock, tanto na faceta surenha de “Give out but don’t give up” como na mais actualizada de “Evil Heat” ou do último disco. Fixérom incursões tamém no “Screamadelica” –nom por casualidade, a moi rock “Movin’ on up”- ou no “XTRMNTR” –tem mérito reproduzir o “Swastika Eyes” mais ou menos ao vivo-, expnhendo umha moi válida leitura da sua trajectória musical. Se tam só tivessem originado algum que outro motim, seria umha actuaçom memorável. Assi, acadárom o que vindo doutro grupo teria sido umha exhibiçom, pero deles sabemos, polas crónicas, que podem dar algo mais.

Sábado 2

Maricarmen e mais eu deixamos a esta gente abandoada em Paredes, indo passar o dia a Vigo. Um fastuoso arroz caldoso caseiro de ameijas e luras e umha sesta de 3 horas deixa-nos como novos. Voltamos a tempo de tentar, em vão, rematar o vinho e licor café. Chegamos puntuais para ver a The Mars Volta (justo antes tocaram the Teenagers, a quem daquela nom conhecia), quem dérom a maior exhibiçom da fim de semana. Tanto física –esses saltos mortais cara atrás de Cedric, o cantante, ou o exercício contínuo do bateria- como musical -essa revisitaçom do rock setenteiro a la Led Zeppelin ou Black Sabbath, com puntuais derivações free-jazzísticas, sempre a tope de intensidade. Vencérom por esgotamento, por K.O. total, apabulhando por momentos até que os fixérom rematar o concerto (que devia ter sido o derradeiro do dia, mais foi mudado de hora por problemas logísticos com o seu equipo). Umha mágoa que Moisés os perdera, vítima de umha infecçom de ouvido que o mandou para casa (o seu posto seria ocupado o dia seguinte por Alejandro (Marzoa), quem aguantou aínda menos: só um dia, e o domingo de volta para casa).



Ponhendo caras de malosos


Tocava-lhe despois a uns clássicos, os belgas dEUS, que demostrárom que a veterania é um grau, defendendo o seu repertório com habilidade e inteligência. Moi boa impressom a causada por estes artesans do pop no sentido mais amplo: mália nom ser dos meus favoritos, volveria pagar por ve-los ao vivo.

.E de últimos quedaram Wraygunn, que tiveram que intercambiar o seu horário com Mars Volta. Passamos deles, outra vez será.

Domingo 3

Se onte foi o arroz caseiro o que nos deu forças para continuar, hoje fôrom os bifinhos e a carne espetada dum restaurante habilmente situado às aforas do povo. Quantidade e qualidade a um preço mais que accesível. Isto, unido a um -nom menos importante- quarto de banho de verdade e em boas condições higiénicas, fixo que voltássemos ao camping com amplos sorrisos de satisfacçom.

Havia que acabar o vinho e o licor café, tarefa árdua que nom fomos quem de completar e que ademais fixo que chegássemos à zona de concertos quando o Tributo a Joy Division já estava rematando. Vinheram despois Biffy Clyro, de quem nom gardo recordo algum; menos mal que o festival nom durou mais dias porque o cansaço ia fazendo mais efecto cada dia.



O grupo, (quase) ao completo


Nom sei os demais, pero se eu aínda estava ali o domingo era unicamente por escoitar a The Lemonheads. Nom é que seja um fan, pero a verdade é que o "It's a shame about Ray" me parece um disco tremendo, umha obra mestra do pop/rock indie dos '90, e em apenas meia hora. Assi que, em certo sentido, nom tivem queixa, já que Evan Dando interpretou o disco ao completo (pode que faltara algumha cançom, nom sei) quase como se fora um desses concertos tam de moda agora onde as velhas glórias reproduzem um álbum tema a tema. Isso foi o que tivemos: himno tras himno de pop perfecto, abondo para debuxar um sorriso moi grande na cara do mais râncio... apesar de estarem interpretados com notável desgana e dando umha image bastante lamentável de velhos acabados. Nom se pode ter todo; polo menos som conscientes do que hai e tocárom os seus hits em lugar de castigar-nos com o que seja que fam agora.

E para fechar o festival, o dub electrónico de Thievery Corporation. Apenas os conhecia e sorprendérom-me agradavelmente, mágoa de estarmos já cansos de mais para aprecia-los como mereciam. A mim fechavam-se-me os olhos, e Ful, que durmia de pé, começou a esvarar pola aba abaixo... era o momento de dar por finiquitado o festival. Até o ano que vem!

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