sábado, 24 de julho de 2010

Patti Smith (Castrelos, 18 de Julho)

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Cita em Vigo com uma responsável de parte da minha melhor educação musical, dende que com 12 anos o Rubén me gravara um casette com o "Horses" numa cara e uma seleção dos Pixies na outra. Já tivera oportunidade de ver a Patti Smith no Festimad 2004, ainda que um festival não era talvez o formato ideal. Era esta, já que logo, uma ocasião de luxo a baixo preço (10€) no parque de Castrelos.

A noite começou com "Redondo Beach", um clássico do "Horses"... fermosa e contida, para ir entrando em calor. Seguiu com "Space Monkey", algo mais de canha para ir subindo a temperatura. Foi a primeira de muitas canções de "Easter", o disco do '78 do que remataria por cair a sua primeira cara quase integramente. A primeira apoteose, falo por mim, chegou com "Free Money", canção que este ano cobrou um significado especial para nós ;-)

Mália os seus 35 anos de carreira, Patti Smith não tem uma discografia mui extensa, de aí que o seu repertório ao vivo esteja bastante estabelecido: hai uma série de canções que não devem faltar, e poucas ficam no tinteiro. Assim, de "Radio Ethiopia" tocaria "Ask the angels" e "Pissing in a river" (bem!)... ainda que não "Distant fingers", a minha favorita desse álbum e um dos poucos temas que botei em falta (o outro foi "Summer Cannibals").

"Beneath the Southern cross", "Dancing barefoot"... uma versão dos Rolling Stones sesenteiros, "Play with fire", e outra de Jim Carroll para lembrar este amigo seu, falecido o passado Setembro: a tremenda "People who died", um tema que me flipa e que não esperava em absoluto. Momento intenso para berrar mentres lembramos os seres queridos mortos e celebramos seguir vivos.
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Outro intre para lembrar chegou quando, tras desculpar-se por não conhecer a nossa língua ("eu não falo galego", sic) explicou o emocionados que se sentiam de tocar aqui no aniversário do levantamento fascista de 1936. Pediu-nos que lembrássemos os nossos antepassados mortos naquela guerra, e abofé que erguimos o punho mentres ela recitava os versos de "Ghost dance", "we shall live again". Grande Patti.

Algo mais prosaica foi a lembrança do triunfo da selecção espanhola no mundial de futebol (!), ao que fijo menção um par de vezes. Ninguém é perfeito e não lho vou ter em conta... ;-) Soárom também, como não, "People have the power" e a dos "Bicos de nai" (já sabedes, essa que sacara com o Bruce Springsteen). E nos obsequiou com uma poesia (improvisada?) sobre as suas andanças por Galiza, de Vigo a Compostela, comendo peixe, peixe e mais peixe, até que os espíritos dos peixes chegaram ao céu... ou algo assim.

Reservou para os bises um medley que começou com "Babelogue"-"Rock'n'roll nigger" - no que por fim presenciei como lhe dava passo ao Lenny Kaye para que cante a sua parte ("Lenny!")... pequenos momentos de deleite para um fã- prosseguiu com "Land", e rematou com essa canção que disque era originalmente dos Them, mas que ela fijo sua por sempre em 1975 com uma reinterpretação para a história... já sabedes a qual me refiro.

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