sábado, 21 de agosto de 2010

Public Enemy (Castrelos, Vigo, 5 de Agosto de 2010)




Yeeeaah, boooyyyee! A mais grande banda de hip hop da história visitou Vigo para descargar duas horas de música sem interrupções, sem mais "descansos" que os os reservados para as exibições individuais de DJ Lord aos pratos e de Flavor Flav à bateria. Toneladas de atitude, entrega e experiência que começaram já desde a saída, com os dous MC's plenamente motivados e um apropriado "Brothers gonna work it out". Seguírom com "911 is a joke", e já parecia que iam tocar inteiro o Fear of a black planet (1990)... mas aginha caírom os dous temazos da sua obra mestra It takes a nation of millions to hold us back (1988): "Bring the noise" e "Don't believe the hype".


Flavor Flav, o showman...

Estávamos na 2ª fila quando começou o festival de saltos. Mágoa que a cámara de fotos estivesse já sem bateria, porque não todos os dias pode um receber o impacto de Flavor Flav! Velaí um ghicho de 51 tacos que não vacila em guindar-se sobre o público uma e outra vez... e é que PE em escena são coerentes com a mensagem que transmitem nos discos: a sua ética é a de The Clash e, ao igual que eles, não só predicam unidade e revolução, senão que tentam levar à prática a premissa de que não deve haver distância entre público e artista. Todos somos parte do show.



... Chuck D, o punho em alto...

Um show que inclui todo o esperado e mais. No primeiro apartado incluiríamos as coreografias a cargo da peculiar S1W (Security of the First World), um corpo de guarda-costas/bailarins de estética paramilitar que nos obsequiárom com curiosos passos de baile. Ou o de sacar o radiocasette oitenteiro, ou o sempiterno relógio de Flavor Flav. No segundo apartado poderíamos meter o de que saíssem com as camisolas da seleção espanhola de futebol, mal vício no que caera também Patti Smith. Claro que, ao igual que a sua vizinha neoiorquina, os de PE também o compensárom com outros gestos; neste caso, o comentário de Chuck D "we know you are fighting for independence..." e de que, se não nos dão o que queremos, temos o direito a reclamá-lo (puro PE).


... e DJ Lord ao control

O espectáculo estava indo mui bem, agás por um "pequeno" detalhe: o som era terrível. Ainda sabendo quase de memória a maior parte das canções custava reconhecé-las ao começo, e a letra muitas vezes havia que intui-la. Em busca de uma melhora movemo-nos um pouco cara atrás, mas o som pouco melhorou. Uma mágoa, porque o que puido ser um concerto memorável ficou lastrado por algo tão estúpido como um problema técnico.


Com o loro, e o guarda da S1W ao fondo

Eles seguiam ao seu, felizmente, e os hits iam caindo um tras outro: um oportuno "By the time I get to Arizona", o emblemático "Fight the power" com o que pensei que finalizariam o concerto (mas ainda quedava muito mais), outro tralhazo como "Can't truss it", "She watch channel zero", "Give it up" (creo lembrar, mas agora nem estou seguro)...



Guitarra!

Mesmo houvo tempo, como dissemos, para escoitar um longo solo de bateria de Flavor Flav, ou um tema integramente com guitarra-baixo-bateria. Porque PE não é uma simple banda de hip hop; di um estilo e eles fam uso del: rock, metal, funk, soul (o da canção que se deixárom no tinteiro: a "He got game", toda a noite agardando por ela, mágoa)... e rematárom o concerto com as arengas de paz e amor de Flavor Flav mentres de fondo soava o reggae de "One Love", de Bob Marley & the Wailers.



O coletivo LicorKafe.

Figeram de teloneiros vários rapeiros locais: o colectivo Licor Kafé e outros. Algumas táboas vão tendo, mas em geral... pouco que rascar. Vale que os rapazes (que não são tão rapazes: El Puto Coke é da nossa quinta) lhe botam vontade, mas parece-me que a estas alturas da película a escena viguesa deveria dar para algo mais. Polo menos para chegar ao nível da de Ordes... ;-)


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