sábado, 17 de setembro de 2011

Pareces de Coia (por derradeira vez?)


No Age

O ano passado, o pouco atractivo do cartaz fijo que faltara(mos) à cita de Paredes de Coura. Este ano a cousa pintava melhor, e ademais eu tinha ganas de festival... ou polo menos as tinha quando comprei a entrada, em Maio ou por aí. A medida que se achegava a data, tenho que confesar que cada vez sentia mais preguiça ante a perspectiva de passar 4 dias de camping, aturando calor e incomodidades e durmindo pouco... quando podia passar esses dias tranquilamente na praia e nos bares. Aburguesamento? Sem dúvida, e é que os anos passam e cada vez hai menos aguante e paciência. Mas, a fim e ao cabo, tinha comprado o abono, e ademais tinha companhia; reduzida, mas companhia: se outros anos eramos vàrios os que nos apontávamos, esta ocasiom foi unicamente o Ful quem se animou, influido claramente polo feito de que a cerveja do festival deixava de ser Heineken para voltar à clássica Superbock.

Omar Souleyman

Repetindo a jogada de 2009, fomos já o domingo para plantar as tendas, e menos mal que o figemos com tanta antelaçom, pois colhemos uns dos últimos sítios de sombra. Está claro que a afluência de gente nom decresce nem moito menos... Uma vez assegurada a nossa comodidade, voltamos a Paredes o primeiro dia de concertos, a quarta feira. O programa era reduzido, mas havia um par de grupos que queriamos ver: sobre todo os Crystal Castles, cabeça do cartaz dessa noite. Ouvíramos falar maravilhas do seu direto (Guede já os vira noutro Paredes) e era moito o que agardávamos deles; porém, nom alcançárom o nível de selvagismo esperado. Tamém influiu o feito de tocarem no escenário secundário (esta noite ninguém tocou no principal, o do anfiteatro natural), que estava tam ateigado de gente que apenas nos puidemos achegar o suficiente para alviscá-los. Mornas sensações, em resumo. Claro que moito pior foi o do Omar Souleyman, protagonista do maior timo que tenho presenciado: o seu show consistiu a maior parte do tempo em aplaudir ao público mentres sujeitava o micro baixo o braço; esporadicamente levantava as mãos como dizindo "venha, todos arriba", e de quando em vez soltava alguma frase em idioma moruno... todo isto mentres um compinche ponhia uma cinta. Tenho visto actuações mais defendíveis fazendo playback no Luar, com isto digo todo. E nós que pensávamos que o tio ia ser um espectáculo, coitados! Antes deste figura tocárom Wild Beasts, grupo británico de moda moi apreciado pola crítica... e que nos deixou bastante frios. Em resumo, um primeiro dia bem modesto.

Warpaint

A quinta feira foi o dia no que fomos comer a picanha ao já mítico restaurante situado no alto da vila... pagou a pena por suposto, e nom só pola comida senom polo ar acondicionado, já que a calor este dia era de record. Sobre os concertos, o primeiro ao que chegamos, já começado, foi o de Twin Shadow. Pouco esperava deste ghicho, que me parecia um hortera polo que tinha escoitado, e porém, deixou-me bom sabor de boca. Ao vivo pareceu-me mais variado e interessante que a image cutre-oitenteira-com-sintetizadores que me fixera del. A seguir, Warpaint, o quarteto angelino (e angélico) de dream pop; paga a pena escoitar o seu single "Undertow", do seu disco "The Fool". Outro grupo interessante foi Blonde Redhead, trio neoiorquino que conta já com uma dilatada trajectória (esta frase é puro #ranciofact). Mas o que todos esperávamos era Pulp, banda destacada da noite e do festival. Os de Jarvis Cocker amosárom-se em plena forma, executando os seus hits com entrega e precisom; tinham difícil sorprender mas dende logo nom defraudárom, e deixárom-nos com ganas de mais. Ainda fomos escoitar um pedaço a Delorean, mas a essas horas já nom estávamos para moita festa.

Battles

O dia seguinte fixemos uma escapadinha a Vigo para descansar um pouco do camping, comer na casa, tentar (sem éxito) uma sesta, e repor forças em definitiva. Se tivéramos tido tempo de ir à praia o goço seria completo, mas nom puido ser. De forma que chegamos para o enérgico rock de ... And they will know us by the trail of dead. Mais interessante foi a inclassificável proposta de Battles, rock "experimental" se é que essa palavra tem algum sentido falando de música (cousa que duvido) que sentou francamente bem: refrescante, entretido, intenso... um grupo a seguir, definitivamente. Chegava despois o turno de Deerhunter, a priori um dos pratos fortes do festival e seguramente tamém um dos melhores concertos; para o meu gosto o melhor da noite junto com os anteriores. Ficavam ainda os noruegueses Kings of Convenience, moito mais convencionais: pop-folk agradável para escoitar sentadinhos na erva. Fechou a noite Marina & the Diamonds, e por mais que me esforço nom consigo lembrar nada dela...

Death from above 1979

O que nos coloca já no derradeiro dia de festival, o sábado 20 de Agosto, o dia grande. Entramos em calor com os irlandeses Two Door Cinema Club, rapacinhos com algum que outro tema resultom, mas a todas luzes secundários ou moito me equivoco. O realmente interessante vinha a continuaçom, com No Age e Mogwai, possivelmente os dous grupos que mais me interessava ver e que, malditas casualidades, justo fôrom a solapar-se: começavam No Age no escenário secundário, que tomárom ao asalto com o seu noise-pop-punk tam persoal. Na minha opiniom, este duo angelino tem proporcionado alguns dos melhores arrepios musicais dos últimos anos, quase todos incluidos no seu LP "Nouns", a obra mestra da sua curta trajectória; sirva como exemplo a emocionante "Teen Creeps". Notável concerto, mas nom o puidemos rematar de ver porque tinhamos que ir ao de Mogwai, evidentemente... e bem que fixemos. Eu já vira aos de Glasgow hai 8 anos em Dresden, mas já me ia apetecendo outro concerto seu. E abofé que nom defraudárom: os seus discos podem ser cada vez mais previssíveis, a sua música seguramente nom chegará aos níveis de emoçom dos seus discos anteriores, mas ao vivo seguem a ser uma tremenda máquina eléctrica que justifica o bom nome que alguma vez tivo o post-rock. Mágoa que se fixeram breves, moi breves, e apenas puidérom visitar o "Rock Action " ou o "Happy songs for happy people" (perfecto "Hunted by a freak"). Ainda vinhérom despois os Death from above 1979, ingrata tarefa a sua pois era difícil manter o nível, ainda que para quem tivesse ganas de festa fôrom uma beiçom. Nom era o nosso caso.


Pulp: Disco 2000

E isto foi o que deu de si o que foi seguramente o meu derradeiro Paredes de Coura... e mesmo diria o derradeiro festival de acampada, porque sinceramente, a estas alturas cada vez tenho o corpo com menos vontade de aturar o pó, a calor, os subnormais que madrugam para berrar idioteces com megáfono ("olá... sou Katia"), a sobredose de concertos de grupos polos que maiormente nom pagaria uma entrada... enfim, fago-me maior e hoje por hoje prefiro um concerto de um ou dous grupos que realmente me interessem e que poida apreciar em toda a intensidade... porque tamém tenho que dizer que a dia de hoje, transcurrido apenas um mes dende o festival, apenas consigo lembrar nada da maioria dos concertos... e para isso, amigos, nom paga a pena tanto "secrefício". Ou nom é?

4 comentários:

Buitre disse...

Siempre dices lo mismo y al final...
Cuando Moi nos consiga la casa en Paredes (modo irónico "on"), seguro que te animas, jejeje... (y con esa condición, yo también)
Dices que ahora no te acuerdas mucho de los conciertos... A mi eso ya me pasaba hace años, jejeje

Sr. J disse...

Por suposto, nom tenho nada em contra do conceito "casa rural + concertos"... que nom é o mesmo que "festival de acampada"... pero, como ti e mais eu sabemos, o da casa em Paredes está complicated... ;-)

Anónimo disse...

Yo se de un festival el año que viene al que tendremos que ir si o si; festival urbanita, cartel de ensueño, localización increíble, durmiendo como un señor.... vamos una respuesta a tus deseos... y seguro que con mucha más compañía

Anónimo disse...

Minha nai querida!!!
Pra que imos quedando... Meu amigo... Menos mal que os anos so passan por ti... E que eu metome en novo!!