sábado, 9 de maio de 2009

Akron/Family, 5 de maio de 2009



O último disco de Akron/Family, "Set 'em wild, set 'em free", saiu à venda hai tão só 4 dias. Casualidades da vida, nessa mesma data vinham a Cambridge para tocar no Middle East, local do que se falou nestas páginas hai bem pouco (ainda que neste caso foi no escenário Downstairs, mais grande que o Upstairs da vez anterior). 


Graças ao pirateo internauta puidera escoitar o disco uns dias antes da sua publicação oficial, e a primeira impressão fora mui favorável. Até agora só conhecia deles o anterior "Love is simple" (2007), um bom disco que me recomendara especialmente Alberto, e este não me parece inferior. Seguem a ser um grupo especial, uma espécie de Incredible String Band do século XXI, devalando entre o pastorismo neohippie, a experimentação friki duns Animal Collective e alguns arrebatos de intensidade talvez devedores do post-rock. E, mais importante, seguem a fazer algumas fermosas canções, como por exemplo a quase country "Set 'em free" (Set 'em wild, set 'em wild, set 'em free...), a séria candidata a hino massivo -- num mundo melhor, claro -- "They will appear" (woh-oh-oh-ohhh!) ou a balada folk "The alps and their orange evergreen". Em suma, um grande disco cargado de boas razões para i-los ver ao vivo.

Especialmente porque, em opinião generalizada, é em direto onde Akron/Family oferecem o melhor de si mesmos. Não é uma dessas bandas que simplemente tocam uma seleção das suas canções, senão que se esforçam em criar um show com introdução, desenvolvimento, desenlace e coda. E fazendo um pouco o tolo polo meio... vamos, como deve ser. A actuação começa com o escenário baleiro e uma cinta que reproduze o som de uma fogueira de campamento, e em consonância saem os três membros da banda, cintas brancas na cabeça, para cantar bem baixinho com o único acompanhamento da guitarra. A partir de aí vai subindo a intensidade, com um repertório centrado sobre todo nos dous últimos discos (mira que bem, os que conheço). É-lhes doado obter a complicidade do público, já predisposto a corear "Love, love, love" e outras peças emblemáticas. Por vezes diria que lhes perde a tendência a alongar de mais as partes instrumentais, mas também é certo que não estava eu mui de humor para essas cousas. Já cara o final, semelham voltar-se tolos com a frenética "MBF" (mas quando a voltei escoitar na casa descubrim que todos os berros que soltárom eram exactamente iguais aos gravados no disco). E como despedida, outra vez a juntar as cabeças e a cantar como bós Boy Scouts.

A sério, uns Grandes da Americana. Nº 1 da semana em Arbolícia.


P.S. Antes dos Akron/Family tivem que papar 3 teloneiros, que bem me podia ter aforrado. Fôrom We are the arm (horteras sem graça, uns rapazes que querem voltar aos '80 que nunca vivérom; sem o talento da Fundación Tony Manero, ponho por caso), Faces on film (algo mais salváveis, estes polo menos aspiram a ser Band of Horses) e Brad Barr (um tio só com a sua guitarra, tocando blues, folk e o que caera, que se foi sorprendido de levar tantos aplausos -eu também). 

2 comentários:

Moi disse...

Miña nai, xa vexo que da igual onde pares que o fin sempre te apañas para pasalo en grande. O que non vexo son os famosos posters que disque hai por esas terras anunciando os concertos...

Sr. J disse...

Pois si, hai que aproveitar, Moi. Isso aprendi-no de ti, hehehe ;-)
Para que não decaia, em breve virá a crónica do concerto de Animal Collective.
O dos posters, pois digo-che a verdade, não os vejo... nem no Middle East nem na House of Blues, que são as 2 salas onde fum. Isto não che é o Vera, polo visto...
Uma aperta!