sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sons da lameira em Matamá, 7 de Julho


Sobre as 10 da noite recibo um sms do Xan, "ei, pensei que estariades em Matamá, agora tocam Falperrys". Cagho em rós! Nom era que esses iam sair de últimos? E eu ainda na casa... menos mal que ao momento chegou o Jose para recolher-me e em apenas 20 minutos chegamos ao campo da festa. Coido que nunca estivera nesta parróquia peri-urbana (di-se assi?) ou semi-rural de Vigo. É o berce de 2 associações culturais que conjuntamente organizam um festival bem jeitoso, o Sons da Lameira. Dura 2 dias: a sexta feira programam folk, e o sábado "rock" ou cousas parecidas - este era o nosso. Todo mui bem organizado, havia 2 escenários, um fronte ao outro, nos que se iam alternando 4 grupos mais ou menos conhecidos com 4 grupos "da juventú". 


Felizmente chegamos a tempo de escuitar vários temas dos Falperrys, esses sucessores de Motor Perkins aos que havia tempo que tinha gana de ver, pois só ouvira aos primeiros naquel mítico Castanhaço. Ainda era dia, e se cadra isso nom lhes senta mui bem aos punkis, porque o som nom era o melhor. Claro que igual era a escaseza de cerveja na sangue do espectador (lea-se eu), que acentua a percepçom das imperfecções. O que seja, de qualquer forma já tinham montada umha boa festa galaico-irlandesa, que rematárom com "O santo pai", a sua versom de Violent Femmes. Depois, mentres tocava o grupo novel de turno, aproveitei para mandar-lhe um bocata de crioulo ao bandulho. Por aí entre os fogões andava botando umha mão o Xulio, um companheiro irmandinho vizinho da parróquia. Bocatas ricos e preços populares... que mais se pode pedir? 


Os seguintes em subir ao escenário principal fôrom o orgulho de Ordes, a Dios Ke Te Crew. Com um poker de MCs de luxo (Jamás, Mou, Sokram, Garcia) e um crack aos pratos como Murdock, som o mais parecido ao espírito de Public Enemy que te podes atopar por aqui. Mas nom vou repetir o que já escrevim a raiz do seu 1º disco. Já os levo visto 4 ou 5 vezes, a primeira vez foi mesmo antes de que sacaram o seu debut ("Xénese"), e a progressom que levam é para dar enveja: se ao começo eram bons, medrárom tanto lírica como musicalmente e agora estám fora do alcance dos demais. Dérom um concerto pletórico, onde nom faltárom nem os clássicos da primeira época como "Herdeiros da dictadura", "Dios Ke Te Crew" ou "Colleita's party", nem os mais recentes como "Benvido a Mordor" ou "Berra!". Mençom especial para essas fases da actuaçom nas que incorporam guitarras e bateria e que tanto me gustam...


Os grupos anteriores já os conhecia, mas de Dakidarria só ouvira algunhas canções os dias prévios, para ver o que iamos atopar. O que ouvira nom me impressionara demasiado, a verdade, mas ao vivo melhorárom essa impressom. Dakidarria som do Val Minhor, cantam em bilingüe (ninguém é perfeito) e misturam rock com ska e outros ritmos tropicais. O seu direto foi intenso, combativo e mui disfrutável: eu repetiria. Com temazos como "Terra", possível candidato a novo hino nacional, conseguírom que a festa nom decaísse senom todo o contrário. E por certo, se manhã estades por Vigo podedes passar polo casco velho e participar no lipdub que se vai fazer para essa cançom.

A festa ainda continuava, mas nom para nós, que marchamos sem agardar por Escuela de Odio, que tocavam de últimos. Haverá que voltar o ano que vem!


sábado, 30 de junho de 2012

Björk no Gaiás



Hai umhas semanas escrevim sobre o privilégio que me parecia ver a Matt Elliott num local como o Labranza, e hoje toca falar de outro privilégio, se bem de outro tipo. Porque tivemos a sorte de que Björk, que cancelou vários concertos desta gira por supostos problemas vocais (como p.ex. o programado para o Primavera do Porto apenas uns dias antes), mantivo precisamente o de Santiago de Compostela. E assi tivemos a ocasiom de ver a esta peculiar artista, sem dúvida das melhores e mais originais das últimas duas décadas, num escenário singular como o da Cidade da Cultura no monte Gaiás... ao que imagino que nos iremos acostumando a acudir, se é que a crise nom acaba com todo (concertos e nós). Este era o primeiro, o estreno oficial, e dificilmente puido ser melhor.



Começo admitindo que Björk conseguiu meter-me na sua onda desde o primeiro momento, desde que saiu rodeada dumha tropa de coristas. O ambiente já estava criado e era bem propício, possivelmente a data tamém ajudava: 22 de Junho, véspera de Sam Joám. Aginha chegou o primeiro amago de êxtase com "Cosmogony", arrebatadora como se pode ver no video. As canções do Biophilia nom me impactaram no disco, mas conquistárom-me ao vivo; ou polo menos essa o conseguiu. A seguir veu um clássico como "Hunter" para pôr-nos os pelos de ponta, e enseguida duas mais do Biophilia, o "Thunderbolt" -para o que se currou umha bobina Tesla que lançava descargas encima dela-, e "Moon". 


"Hidden Place" foi outro dos momentos álgidos da noite, que ia tendo um guiom bastante claro: alternância entre o seu repertório clássico e temas do seu último disco, praticamente ao 50%. "Isobel", "Jóga"... se realmente tinha problemas vocais, nom se lhe notavam. Os videos que se projectavam afondavam na estética das suas canções, ainda que tamém botei em falta que botassem algumha que outra image do concerto; os que estávamos a certa distância do escenário teriamos agradecido algum primeiro plano de Björk. O remate foi por todo o alto, com um tralhazo como "Declare Independence". 

Setlist:
01. Óskasteinn
02. Cosmogony
03. Hunter
04. Thunderbolt
05. Moon
06. Hidden Place
07. Crystalline
08. Unravel
09. Isobel
10. Mouth's Cradle
11. Jóga
12. Hollow
13. Virus
14. Pagan Poetry
15. Náttúra
16. Mutual Core
Bis:
17. One Day
18. Declare Independence

domingo, 17 de junho de 2012

Matt Elliott no Labranza



O dia, umha segunda feira, nom era o mais propício para ir a um concerto. Tampouco o lugar, o pequeno núcleo morracense de Meiro, a médio caminho entre Cangas e Bueu, era um destino habitual. Que um artista como Matt Elliott, minoritário mas com um culto consolidado dentro do mundinho indie, recalara ali o passado 4 de Junho, pode parecer raro a primeira vista. Mas é umha feliz rareza que hai que agradecer ao bom fazer do Labranza, um desses pequenos refúgios com formato de bar espalhados por Galiza adiante, que enchem de vida cultural o país mas que adoitam passar desapercibidos para os nom iniciados. Nós temos a sorte de que Jose Antonio venha de fazer casa na vizinhança, e que tenha a bem convidar-nos em ocasiões coma esta. Assi que na lembrança fica nom só o concerto, senom tamém o churrasco prévio no jardim e o caminho de ida e volta entre leiras de milho.

Ouvim falar por primeira vez do trabalho de Matt Elliott nos anos 90, quando estava na formaçom experimental Flying Saucer Attack. Logo começou a fazer música mais electrónica em solitário, com o alias de Third Eye Foundation. Nom é que eu prestara muita atençom a essas primeiras etapas suas, mais alá de escoitar algum corte em recopilatórios de rockdelux e similares. Ainda nom havia internet, e a sua música nom me seduzia o suficiente como para comprar um disco. A cousa mudou em 2003, quando apresentou com o seu próprio nome o disco "The Mess We Made", um câmbio importante a respeito de todo o anterior. Com o folk atmosférico e escuro desse disco si que puidem conectar mais. No seu ambiente decadente pareciam ecoar canções populares do leste de Europa, e quase se podia ulir a absenta e a humidade dumha taberna parisina frequentada por bohémios e malditos. Esse convertiu-se no estilo característico de Matt Elliott, quem leva repetindo a fórmula dende aquela. Este ano publicou novo álbum na mesma onda, "The Broken Man", em cuja gira recalou nestas terras. 

Se a sua música evoca soidades, e el mesmo parece um tipo solitário, parece acaído que Matt Elliott toque tamém sem acompanhantes. Chega-lhe a sua voz, a guitarra, e o recurso a reproduzir sons gravados no momento. Desse jeito foi desfiando umha sucessom de temas dos seus últimos discos, e a verdade é que o setlist resultou mais satisfactório que qualquera das suas obras por separado. O local, pequeno e de ambiente quase familiar, ajudava a criar o ambiente propício. Foi um concerto delicado e intenso, mália nom chegar a altíssimas cotas de emoçom. Foi tamém breve, feito polo que se desculpou por estar canso; e nom nos veu mal, já que o seguinte era dia de garabulhos. Ao marcharmos, justo ao rematar o concerto, Matt ficava só numha das mesas da terraça, liando um cigarrilho, sem que ninguém se achegasse a pedir-lhe um autógrafo ou a felicitá-lo. Estivem a piques de dar-lhe as graças, mas afinal nom lhe dixem nada.

domingo, 3 de junho de 2012

Deça



Pequena excursom pola bisbarra de Trasdeça, terra da família de minha mãe. 


A célebre fervença do Toxa, justificando a sua sona.


Mais umha vista da fervença...


Caminho da fervença


Era no passado mes de Março, ainda em tempo de seca...


Vista dende umha janela do mosteiro de Carvoeiro



Baixada desde o mosteiro até o rio Deça


Rio Deça, fazendo de limite entre os concelhos de Silheda e Vila de Cruzes


A Ponte do Demo, protagonista de lendas

domingo, 22 de abril de 2012

A senhora Maria de Neixom




Falam dela na Praza. Era Maria de Neixom, da parróquia de Cespom, no Barbança (concelho de Boiro). Nessa web pouco mais dim dela, apenas que faleceu hai cousa dum ano. Incluem, isso si, a ligaçom ao blogue do Manuel Gago, o imprescindível Capítulo 0, e el si conta algo mais. Entre outras cousas, aporta a ligaçom à notícia da sua morte, na que sucintamente se comenta que Maria tinha 84 anos e que morreu atropelada perto de Rianxo, quando caminhava pola estrada às 6 da manhã. Ainda que nom sei nada dela, parece-me que esse dado, o da hora tam temprana, encaixa perfeitamente na sua vida. Morreu madrugando, nom podia ser doutro jeito. Graças a Toño Chouza, que gravara para um documental estas images da senhora Maria, ainda podemos vê-la e, sobre todo, escuitá-la. E despedi-la fazendo nossas as palavras do Manuel, que tem alma de poeta: "adeus, senhora Maria, alma, orfa, soínha do mundo". 

sábado, 14 de abril de 2012

O Eume, depois do lume

Percorrido duns 15 kms., feito esta tarde com meu pai e o Paulo de Gestoso. Depois de deixar o carro no camping Fragadeume, fomos cara o Penedo Gordo, onde atopamos os primeiros rastros do lume.

Zona bastante queimada, dende a que podiamos ver o lado ao Norte do rio.

O lume nom se iniciou aqui, assi que esta barbacoa nom tivo nada que ver.

Ao fondo, o mosteiro de Caaveiro.

Começamos o descenso cara o Eume...

... atravesando uma paisagem totalmente calcinada.

Até que começou a aparecer o verde...

... coincidindo com o passo dos alcolitos à autêntica fraga.

Os fieitos e o musgo, em perfeito estado.

E o verde, fermoso como sempre.

Por fim, o Eume, à altura de Caaveiro mais ou menos.

Continuamos rio arriba, sempre pola beira de Monfero.

O lume cruzara o rio, mas notava-se mais a sua presença na beira norte.

Haverá que ver como evoluem as àrvores que até agora conservárom a copa verde.

Os regatos derramavam auga a varrer...

... ajudados pola chuva, que nos acompanhou durante todo o trajecto ainda que de jeito intermitente.

Ao chegar à central do Parrote, subida pronunciada...

... e volta polo caminho real.

Muínho da Laje.

E as piscinas correspondentes.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

The Vegabonds no Aturuxo, 21/02/2012



The Vegabonds som uma jovem banda de Auburn, Alabama. Debutaram em 2010 com o LP "Dear Revolution", e estes dias estivérom de visita por estes lares com um 2º disco recém saído do forno. Se vos digo que o seu título é "Southern Sons", e o do correspondente single -excelente tema, por certo- é "Georgia fire", já vos fazedes uma idéia de por onde vam os tiros. Rock surenho de toda a vida, moi ao estilo duns Black Crowes, por exemplo (e moi pouquinho Kings of Leon, ainda que se lea alguma comparaçom por aí). Puidemos desfrutar deles uma noite inusual, a passada terça feira; em parte fomos porque no-los recomendou Jose Antonio, e em parte porque já ia tocando catar o célebre ambiente do Aturuxo, um pub que é algo assi como a Iguana, mas em Bueu. A experiência foi satisfactória e, apesar de ter que deslocar-nos, de ter que madrugar ao dia seguinte (bom, eu nom muito, hehehe), e dos 10 € da entrada, valeu sobradamente a pena. O som foi excepcional (vaia fenómenos tocando) e cada tema deixava-che essa sensaçom de parecer-se muito a uma ou duas canções que já escoitaches antes... mas sem conseguir lembrar quais som. Tanto nos rocanroles como nas baladas soárom cómodos e convincentes; sem conhecer a fundo o seu repertório, só podo engadir que abrírom versioneando "Loving Cup" dos Rolling Stones, e superárom com nota o test. Assi que, bem por eles, e já sabes, se se achegam à tua vila, vai sacando do armário a camisa de lenhador e as gafas de sol.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fraga da Marronda



De rota entre onde nasce o rego do Souto, um afluente do rio Martim, perto da aldeia d'a Branha, e o lugar de Mendreiras, de caminho à Cortevelha. Fica no concelho de Baleira, na terra de Burom. É a zona da fraga da Marronda, que infelizmente nom estava na época do ano de maior esplendor. Haverá que voltar em primavera ou outono para desfrutar mais das paisagens.