quinta-feira, 6 de maio de 2010

¿Encontraría a la Maga?


A tumba de Cortázar em Montparnasse

sábado, 17 de abril de 2010

Lisa Germano, Philip Selway




Curioso concerto o do passado 5 de Abril no teatro Caixanova. Anunciava-se à já veterana Lisa Germano e ao bateria de Radiohead, Philip Selway, mas não era a típica sessão dobre, senão uma única banda. Acompanhados por dous multi-instrumentistas mais, alternárom canções de uma e de outro em séries de 3 ou 4. Lisa Germano centrou-se quase em exclusiva no seu último disco, "Magic Neighbor" (2009), polo que não puidemos escoitar The dresses song nem outras preciosidades do seu repertório anterior. Philip Selway, pola sua banda, apresentou temas ainda não publicados, que causárom boa impressão: haverá que estar atentos a quando publique o disco.


Foi uma velada intimista e agradável, contida e sem grandes emoções, mas que deixou bom sabor de boca. Os da banda transmitírom ser boa gente e amosárom-se encantados com o local (certamente excepcional) e com todo em geral. Uma boa forma de se reincorporar ao trabalho, sendo a segunda-feira posterior à semana santa...

sábado, 3 de abril de 2010

Ancares Ocidentais


Despois de tantas visitas aos Ancares Orientais (Búrbia e demais), por fim uma visita à vertente ocidental que não se limita a passar pola A6 :-)
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Pontes de Gatim

Veigas perto de Doiras

Chegando ao castelo de Doiras

O castelo de Doiras dende dentro

Vistas dende perto do albergue de Ancares

Fervença caminho a Piornedo
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Restos de neve

sexta-feira, 19 de março de 2010

Yo La Tengo (Capitol, Santiago DC)



A estas alturas, com Yo La Tengo só procede uma cousa: hai que queré-los. Quase um quarto de século levam os de Hoboken indo à sua bola, sacando os discos que lhes peta, sem fazer caso de modas, e o que é mais importante, com estupendos resultados: é difícil assinalar um disco frouxo (o último, o recente "Popular Songs", parece-me ótimo). Também é certo que é uma banda que, a mim polo menos, tardou em me apaixonar; mas a dia de hoje a sua intransferível combinação de noise, rock clássico, pop retro, soul ou mesmo jazz resulta-me irresistível. Por isso agardava moito do concerto que dérom a passada terça 16 de março na sala Capitol... e saím plenamente satisfeito.
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Começaram puntualmente (às 21:10, deixando apenas 10 minutos de cortesia) com "Decora", da sua obra mestra "Electr-O-Pura" ('95). Com Georgia sentada à bateria, Ira Kaplan e James McNew intercambiavam lados do escenário e mudavam de instrumentos. O primeiro momento verdadeiramente emocionante chegou para mim com "More stars than there are in heaven", do seu último disco, e esse mantra que repite we walk hand in hand... para então já me ganharam, e quando interpretárom a sua melhor canção de sempre, "Tom Courtenay" (ver video), a entrega era total. Fiquei moi agradecido de que incluíssem também "Little Honda", uma versão dos Beach Boys que lhes sae estupendamente. E justo despois chegou, para fechar o concerto da melhor forma imaginável, "I heard you looking", barbaridade instrumental do "Painful" ('93) que alongárom até acadar tremendas cotas de intensidade eléctrica*.
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Claro que faltavam os bises. Na primeira tanda figérom uma homenagem ao fulano que tocou o teclado num par de canções, quem seica leva com eles uma chea de anos. Boa ocasião para cantar "You are the sunshine of my life"... e mesmo para deixar que o fagam os pipas! E já na segunda e derradeira tanda, "Drug test" (akward choice, diziam eles) e "By the time it gets dark", para completar 2 horas de show. Não quigeram dar-lhes gusto aos fãs que pediam insistentemente "Blue line swinger", mas a nós não nos importou...


* demasiado para Juan, quem tinha este tema marcado na lista mas tivo que sair tomar o aire :-)
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P.S. o setlist completo, aqui.

sábado, 13 de março de 2010

Atopei o Nirvana no hemisfério direito

Aldous Huxley adoraria esta imprescindível "Ted Talk", onde uma neuróloga conta como se lhe abrírom as portas da percepção ao sufrir um derrame no hemisfério cerebral esquerdo.

(Podem-se escolher subtítulos em diferentes línguas)


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Bill Callahan (Vigo, 19 de fevereiro)

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O auditório do centro cultural Caixanova leva caminho de se converter na Meca dos amantes da boa música alternativa, e moi particularmente do folk americano. Já acolhera a Bonnie Prince Billy, Vic Chesnutt ou (no teatro de arriba) a Calexico, e esta vez era o turno de Bill Callahan. Um velho conhecido dende começos dos '90, com o nome de Smog ou com o seu próprio, que está a viver um fantástico momento musical.


Abriu o concerto com "All thoughts are prey to some beast", do seu aclamado LP do 2009 Sometimes I wish we were an eagle, e de imediato nos sumergiu no seu particular mundo. Um universo persoal e intransferível, do que não sairiamos durante o resto do concerto, atrapados pola sua característica voz e as suas inconfundíveis melodias. Boa parte da culpa foi do seu único acompanhante, o bateria, quem fijo um grandíssimo trabalho marcando o ritmo, criando a atmosfera e extraendo uns sons incríveis do seu instrumento. Por certo, tocou descalço todo o concerto.
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O grosso do show conformou-no o material do seu último disco, o devandito Sometimes..., com temas como "Eid ma clack shaw", "Jim Cain" ou "Too many birds". Porém, não esqueceu tocar o seu tema icónico, o fermosísimo e eterno "Bathysphere" aparecido originalmente em Wild Love (1995). Ao interpretá-lo, supliu magistralmente a instrumentação original com imaginação, e modificou substancialmente tanto a música como, especialmente, a letra, engadindo novos versos. O resultado, Sobérbio e Emocionante.


O único "pero" (previsível) foi que não tocou uma favorita minha, o "Hit the ground running", de Knock Knock (1999). Mas não se lhe puido pedir mais a um tipo que, tras a sua aparente seriedade inmutável, amosou detalhes curiosos (esses passinhos de baile sem medo ao ridículo) e um completo domínio do show. Sem dúvida, e polo menos durante esta semana, o nº 1 em Arbolícia.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Giant Sand (Salesianos, 23 de janeiro)


"Hello, I'm not Johnny Cash"

Com esta frase começou uma velada inusual: Giant Sand, veteranos do rock americano dos '80, tocando o mítico "Live at San Quentin", o segundo dos discos gravados ao-vivo-no-cárcere polo único e inimitável Johnny Cash.

Dado o meu fanatismo polo home de negro, o glorioso do repertório e a solvência dos intérpretes, a cousa pintava bem. Mas, incomprensivelmente, resultou um concerto falhido. A banda saiu desacoplada e não foi quem de remontar o voo em todo o show; bom, polo menos não foi capaz Howe Gelb. O frontman parecia não saber as canções, ou querer cambiá-las sem o apoio da banda. Entrava tarde, cantava baixinho...

De nada serviu que repetisse os comentários originais de Johnny Cash, como o de que estavam ali para fazer o que a eles e ao público lhes apetecia, e não a seguir o que lhes dizia a discográfica. Tampouco que uma pantalha detrás do escenário mostrasse imagens dum concerto de Cash (não o que se conmemorava, por certo). Salvo em contadas ocasiões (quiçais em "San Quentin", por exemplo, ou em "A boy named Sue"... pero não), a energia que desprende o disco original brilhou pola sua ausência.

Houvo vários bises, mas aquilo não tinha remédio. Despois duma pobre versão de "Jackson", a dobre de June Carter Cash sacou ao Gelb do escenário colhendo-o do braço. Parecia dizer-lhe "não volves tomar um tripi antes de sair a tocar". Quando deixárom sós aos músicos, estes dérom o melhor de si, deixando claro que a culpa não era deles. Mas durou pouco. E por se quedava alguma dúvida, antes de prender as luzes puxérom um vídeo, com som incluído, duma actuação de Cash e companhia... a pesares de ser um dos seus números de temática religiosa e ar algo cursi, as comparações fôrom odiosas.

P.S. Que conste que mal não o passamos: foi breve (menos de hora e média), barato (10€), cómodo (sentados), a 100 metros de casa, e o repertório era dificilmente insuperável... mas desde logo, si que foi manifestamente melhorável. Queda-me a curiosidade de saber o que farão nos restantes concertos da gira...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Dodos (MARCO, 17-12-09)



Moi altas estavam as expectativas para este concerto, que fechava o ciclo de inverno do festival Sinsal. Uma razão óbvia era o interessante da proposta do trio de San Francisco, em opinião generalizada um dos mais destacados da fornada weird folk. Ainda mais, esta consideração não se baseava só nos seus trabalhos de estudo, discos tão estupendos como o “Visiter” (2008) ou o recente “Time to die”; senão que também os seus diretos eram louvados pola sua excelência e originalidade. Todo isto foi demostrado sobradamente: não só não saímos defraudados, senão com o convencimento de atoparmo-nos ante um grupo de calibre maior do que pensávamos.

Trata-se de um trio atípico, no que o peso é levado por Meric Long (voz e guitarra) e Logan Kroeber (percussão). O terceiro elemento, Keaton Snyder, uniu-se recentemente ao grupo e tem um papel secundário, ocupando-se do vibráfono e outros instrumentos (mas não do baixo como seria lógico). O mais característico são os nunca óbvios ritmos impostos polo bateria, um autêntico animal (por vezes parece estar escoitando não um, senão vários). A originalidade do grupo vem determinada em boa medida por esse entramado, mas isso não quer dizer que a labor do Meric Long seja menos importante: é quem compom as canções e as defende cantando, e com que voz! A dizer verdade, nada se lhes pudo reprochar a nengum dos integrantes em quanto à execução, absolutamente impecável. E, apesar do pouco apropriado do local (uma sala do museu de arte contemporânea, habitualmente adicada a projeções fílmicas), o som foi igualmente sobressaliente (esse bater dos tambores!).

Mas, evidentemente, não são os detalhes técnicos os que decidem um juízo favorável, senão o talento. E os Dodos disso tenhem um lote, como demostram em canções como “Fools”, “Winter”, “Red and Purple” ou “Fables”. Se nos ponhemos a buscar-lhes parecidos, poderia atopar-se-lhes alguns com outros dous grupos cujos concertos foram resenhados aqui este mesmo ano: quando se ponhem mais folkies podem lembrar a Akron/Family, e quando desatam a tolémia sónica tenhem um ar a Animal Collective... mas, em realidade, não se asemelham a ninguém mais: ainda que seja um tópico, são únicos. Entregados e inspirados, rematárom justo a tempo de evitar que o suor nos derrotasse. Vencérom e convencérom, até o ponto de animar-me a comprar à saída o seu vinilo de debut, o “Beware of the maniacs” (2006).

P.S. Não podo rematar a crônica sem comentar que os de Sinsal tivérom para o meu gusto uma cagada na escolha do artista convidado, que fôrom (o nome soubemo-lo a posteriori, pois chegamos uns minutos tarde) uns tales Diadermin. Três aficionados no pior sentido da palavra (a Dee Dee Ramone ponho por testigo de que não me molesta o amateurismo, mas isto foi demasiado), petardeando ao estilo de, ehm, Fabio MacNamara. Na web de Sinsal recolhem-se críticas em diversos médios nas que são comparados com Violent Femmes, Yo la Tengo, Talking Heads, Kraftwerk ou Gang Of Four. Permitam que me ria. Se polo menos tivera havido uma barra onde se refugiar, poderia ter tido certa graça... mas não foi o caso, e os seus rípios (“mi robot me quiere más que tu, voy a besar a mi CPU”) nos perseguiriam até despois de rematar o concerto de The Dodos. Não foi culpa sua, todos os grupos são principiantes alguma vez; mas si que foi dos que lhes brindárom a oportunidade. Uma mágoa!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Unificar concelhos, ordenar o território




Levava tempo sem falar desta velha e querida teima. Mas uns dias atrás, lim uma notícia no Atlántico recolhendo uma postura das CC.OO. de Vigo favorável à unificação de concelhos. Tras constatar a inoperatividade das 6 mancomunidades da área viguesa (as de Vigo, Val Minhor, Condado, Paradanta, Morraço e Baixo Minho), proponhem a sua conversão em concelhos a todos os efeitos. Segundo a sua análise, isto permitiria reduzir custos e melhorar os serviços, sem implicar uma redução de persoal. Se isto não se fai é, segundo eles, unicamente por medo dos partidos políticos a perder poder.

Concordo absolutamente com esta análise. E alegro-me de ver que a racionalidade se vai abrindo passo, e que praticamente todo o mundo que estuda esta questão coincide nos pontos básicos - essencialmente, a necessidade de reformular o mapa municipal.

Coincidindo no tempo, a Junta de Galiza vem de publicar as suas Directrizes para a Ordenação do Território e do litoral. Um documento extenso, que cumpriria ler demoradamente, e no que prima (dizem) o continuismo respeito às anteriores (do bipartito). Talvez um dos aspectos mais significativos seja a aposta por singularizar 2 áreas metropolitanas: a do Norte, entre a Crunha e Ferrol, chamada Ártabra; e a do Sul, ou de Vigo e Ponte Vedra, chamada das Rias Baixas. Concordo com esta visão, na que estas áreas seriam fundamentalmente diferentes ás zonas de influência das restantes cidades do país (Santiago DC, Ourense e Lugo). Assim, haveria que diferençar entre as 2 áreas metropolitanas, as 3 comarcas com um centro urbano importante, e as regiões intercaladas.

Ilustro esta postagem com a minha (pen)última proposta de divisão municipal para Galiza. Evidentemente, parto da mesma ideia de sempre: a de fusionar concelhos para que adquiram dimensão comarcal. Além disso, avogo também pola criação das 2 grandes áreas metropolitanas (A.M.), cuja existência real é indiscutível. E por último, coido que cumpriria deixar a porta aberta a que os restantes concelhos se associem entre si, constituindo regiões de características mais ou menos uniformes, mas de natureza não necessariamente estática ou excluínte. É por isso que no mapa se indicam unicamente, para além das duas áreas metropolitanas, as três "comarcas urbanas" - e não se definem os limites de mais regiões, a diferença de noutras propostas anteriores (ver I, II).

Ah! E num alarde de possibilismo (porque estou convencido de que uma reforma como esta é factível a dia de hoje, sem ter que agardar por tempos melhores) o território considerado é o da atual Comunidade Autónoma da Galiza - e não da Galiza inteira, irredenta ou não.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À procura do cogumelo polas Terras do Bolo


A única bisbarra galega que me faltava por percorrer, as terras altas do Bolo. Alá fomos por fim este novembro, com a escusa de ir colher cogumelos na parróquia de Xares, subindo cara Pena Trevinca. Passamos as noites na vizinha Valdim, numa casa encantadora chamada Eido das Estrelas. Haverá que voltar.

Perto da Veiga

Pola rota das lagoas...

... subindo desde Xares cara às serras Calva e Segundeira

Psilocibes

Ao pouco de sair de Xares

Uma amanita

Mais jogos de luzes polo caminho