segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Giant Sand (Salesianos, 23 de janeiro)


"Hello, I'm not Johnny Cash"

Com esta frase começou uma velada inusual: Giant Sand, veteranos do rock americano dos '80, tocando o mítico "Live at San Quentin", o segundo dos discos gravados ao-vivo-no-cárcere polo único e inimitável Johnny Cash.

Dado o meu fanatismo polo home de negro, o glorioso do repertório e a solvência dos intérpretes, a cousa pintava bem. Mas, incomprensivelmente, resultou um concerto falhido. A banda saiu desacoplada e não foi quem de remontar o voo em todo o show; bom, polo menos não foi capaz Howe Gelb. O frontman parecia não saber as canções, ou querer cambiá-las sem o apoio da banda. Entrava tarde, cantava baixinho...

De nada serviu que repetisse os comentários originais de Johnny Cash, como o de que estavam ali para fazer o que a eles e ao público lhes apetecia, e não a seguir o que lhes dizia a discográfica. Tampouco que uma pantalha detrás do escenário mostrasse imagens dum concerto de Cash (não o que se conmemorava, por certo). Salvo em contadas ocasiões (quiçais em "San Quentin", por exemplo, ou em "A boy named Sue"... pero não), a energia que desprende o disco original brilhou pola sua ausência.

Houvo vários bises, mas aquilo não tinha remédio. Despois duma pobre versão de "Jackson", a dobre de June Carter Cash sacou ao Gelb do escenário colhendo-o do braço. Parecia dizer-lhe "não volves tomar um tripi antes de sair a tocar". Quando deixárom sós aos músicos, estes dérom o melhor de si, deixando claro que a culpa não era deles. Mas durou pouco. E por se quedava alguma dúvida, antes de prender as luzes puxérom um vídeo, com som incluído, duma actuação de Cash e companhia... a pesares de ser um dos seus números de temática religiosa e ar algo cursi, as comparações fôrom odiosas.

P.S. Que conste que mal não o passamos: foi breve (menos de hora e média), barato (10€), cómodo (sentados), a 100 metros de casa, e o repertório era dificilmente insuperável... mas desde logo, si que foi manifestamente melhorável. Queda-me a curiosidade de saber o que farão nos restantes concertos da gira...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Dodos (MARCO, 17-12-09)



Moi altas estavam as expectativas para este concerto, que fechava o ciclo de inverno do festival Sinsal. Uma razão óbvia era o interessante da proposta do trio de San Francisco, em opinião generalizada um dos mais destacados da fornada weird folk. Ainda mais, esta consideração não se baseava só nos seus trabalhos de estudo, discos tão estupendos como o “Visiter” (2008) ou o recente “Time to die”; senão que também os seus diretos eram louvados pola sua excelência e originalidade. Todo isto foi demostrado sobradamente: não só não saímos defraudados, senão com o convencimento de atoparmo-nos ante um grupo de calibre maior do que pensávamos.

Trata-se de um trio atípico, no que o peso é levado por Meric Long (voz e guitarra) e Logan Kroeber (percussão). O terceiro elemento, Keaton Snyder, uniu-se recentemente ao grupo e tem um papel secundário, ocupando-se do vibráfono e outros instrumentos (mas não do baixo como seria lógico). O mais característico são os nunca óbvios ritmos impostos polo bateria, um autêntico animal (por vezes parece estar escoitando não um, senão vários). A originalidade do grupo vem determinada em boa medida por esse entramado, mas isso não quer dizer que a labor do Meric Long seja menos importante: é quem compom as canções e as defende cantando, e com que voz! A dizer verdade, nada se lhes pudo reprochar a nengum dos integrantes em quanto à execução, absolutamente impecável. E, apesar do pouco apropriado do local (uma sala do museu de arte contemporânea, habitualmente adicada a projeções fílmicas), o som foi igualmente sobressaliente (esse bater dos tambores!).

Mas, evidentemente, não são os detalhes técnicos os que decidem um juízo favorável, senão o talento. E os Dodos disso tenhem um lote, como demostram em canções como “Fools”, “Winter”, “Red and Purple” ou “Fables”. Se nos ponhemos a buscar-lhes parecidos, poderia atopar-se-lhes alguns com outros dous grupos cujos concertos foram resenhados aqui este mesmo ano: quando se ponhem mais folkies podem lembrar a Akron/Family, e quando desatam a tolémia sónica tenhem um ar a Animal Collective... mas, em realidade, não se asemelham a ninguém mais: ainda que seja um tópico, são únicos. Entregados e inspirados, rematárom justo a tempo de evitar que o suor nos derrotasse. Vencérom e convencérom, até o ponto de animar-me a comprar à saída o seu vinilo de debut, o “Beware of the maniacs” (2006).

P.S. Não podo rematar a crônica sem comentar que os de Sinsal tivérom para o meu gusto uma cagada na escolha do artista convidado, que fôrom (o nome soubemo-lo a posteriori, pois chegamos uns minutos tarde) uns tales Diadermin. Três aficionados no pior sentido da palavra (a Dee Dee Ramone ponho por testigo de que não me molesta o amateurismo, mas isto foi demasiado), petardeando ao estilo de, ehm, Fabio MacNamara. Na web de Sinsal recolhem-se críticas em diversos médios nas que são comparados com Violent Femmes, Yo la Tengo, Talking Heads, Kraftwerk ou Gang Of Four. Permitam que me ria. Se polo menos tivera havido uma barra onde se refugiar, poderia ter tido certa graça... mas não foi o caso, e os seus rípios (“mi robot me quiere más que tu, voy a besar a mi CPU”) nos perseguiriam até despois de rematar o concerto de The Dodos. Não foi culpa sua, todos os grupos são principiantes alguma vez; mas si que foi dos que lhes brindárom a oportunidade. Uma mágoa!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Unificar concelhos, ordenar o território




Levava tempo sem falar desta velha e querida teima. Mas uns dias atrás, lim uma notícia no Atlántico recolhendo uma postura das CC.OO. de Vigo favorável à unificação de concelhos. Tras constatar a inoperatividade das 6 mancomunidades da área viguesa (as de Vigo, Val Minhor, Condado, Paradanta, Morraço e Baixo Minho), proponhem a sua conversão em concelhos a todos os efeitos. Segundo a sua análise, isto permitiria reduzir custos e melhorar os serviços, sem implicar uma redução de persoal. Se isto não se fai é, segundo eles, unicamente por medo dos partidos políticos a perder poder.

Concordo absolutamente com esta análise. E alegro-me de ver que a racionalidade se vai abrindo passo, e que praticamente todo o mundo que estuda esta questão coincide nos pontos básicos - essencialmente, a necessidade de reformular o mapa municipal.

Coincidindo no tempo, a Junta de Galiza vem de publicar as suas Directrizes para a Ordenação do Território e do litoral. Um documento extenso, que cumpriria ler demoradamente, e no que prima (dizem) o continuismo respeito às anteriores (do bipartito). Talvez um dos aspectos mais significativos seja a aposta por singularizar 2 áreas metropolitanas: a do Norte, entre a Crunha e Ferrol, chamada Ártabra; e a do Sul, ou de Vigo e Ponte Vedra, chamada das Rias Baixas. Concordo com esta visão, na que estas áreas seriam fundamentalmente diferentes ás zonas de influência das restantes cidades do país (Santiago DC, Ourense e Lugo). Assim, haveria que diferençar entre as 2 áreas metropolitanas, as 3 comarcas com um centro urbano importante, e as regiões intercaladas.

Ilustro esta postagem com a minha (pen)última proposta de divisão municipal para Galiza. Evidentemente, parto da mesma ideia de sempre: a de fusionar concelhos para que adquiram dimensão comarcal. Além disso, avogo também pola criação das 2 grandes áreas metropolitanas (A.M.), cuja existência real é indiscutível. E por último, coido que cumpriria deixar a porta aberta a que os restantes concelhos se associem entre si, constituindo regiões de características mais ou menos uniformes, mas de natureza não necessariamente estática ou excluínte. É por isso que no mapa se indicam unicamente, para além das duas áreas metropolitanas, as três "comarcas urbanas" - e não se definem os limites de mais regiões, a diferença de noutras propostas anteriores (ver I, II).

Ah! E num alarde de possibilismo (porque estou convencido de que uma reforma como esta é factível a dia de hoje, sem ter que agardar por tempos melhores) o território considerado é o da atual Comunidade Autónoma da Galiza - e não da Galiza inteira, irredenta ou não.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À procura do cogumelo polas Terras do Bolo


A única bisbarra galega que me faltava por percorrer, as terras altas do Bolo. Alá fomos por fim este novembro, com a escusa de ir colher cogumelos na parróquia de Xares, subindo cara Pena Trevinca. Passamos as noites na vizinha Valdim, numa casa encantadora chamada Eido das Estrelas. Haverá que voltar.

Perto da Veiga

Pola rota das lagoas...

... subindo desde Xares cara às serras Calva e Segundeira

Psilocibes

Ao pouco de sair de Xares

Uma amanita

Mais jogos de luzes polo caminho

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Em Monfero de rachis: o Papagrelo!!



Sessão vermú...

Os concertos começavam às 22:00, mas nós chegamos ao mosteiro de Monfero um pouco cedo... umas 8 horas! Justo a tempo para o primeiro acto, uma comida para os músicos, organizadores e amiguetes... a qual, amenizada polas provas de som dos grupos, virou uma sessão vermú em toda regla. Ali nos juntamos umas 60 persoas, o ambiente era inmelhorável, e a minha camiseta original da I Festa folk no rio Dez (curiosamente, a única que alvisquei em toda a jornada!) causava sensação. Entre canha e vermú, aproveitei para que os integrantes dos Papaqueixos me assinassem a portada d'a "Lóxica aplastante...", dende já uma relíquia de valor incalculável (não escoito ofertas). O menú: caldo (a cargo de Pablo), churrasco e um requeijo fantástico... o próprio para ir colhendo forças para a que se nos vinha em cima: acompanhar à "Charanga dos veraneantes" (composta por todo aquel que tivesse um instrumento - ou similar - e vontade de tocá-lo) na rota polas tabernas.



Pila da lenha

Era algo digno de ver, como em questão de minutos uma tasca onde igual não havia mais que um par de persoas botando a partida se convertia em algo parecido ao carnaval de Rio (ou melhor, de Hio). A primeira parada foi a Pila da Lenha, despois subimos ao Alto Gestoso, baixamos ao Xiao (onde se nos uniu boa parte da família González / Jove), e recuncamos em dous bares de Rebordelo. Total, que quando voltamos ao mosteiro já eram quase as 10 da noite e estávamos agardando impacientes o começo dos concertos.


Alto Gestoso

Aquilo havia ser uma sucessão de músicos do mais promíscua, já que em todos os grupos havia músicos comuns. Após a apresentação de Isabel Risco começárom Banda Potemkin, que não são dos meus favoritos precisamente (não lhe acabo de pilhar o ponto ao seu estilo festivo, passa-me um pouco como com o Jarbanzo Negro). Apesar de que quando metérom canha não estivérom nada mal, foi o momento de cear e descansar: a tarde fora dura e a noite prometia outro tanto.


Banda Potemkin, com o mosteiro ao fondo

Seguírom os Tres Trebons e o Vendaval do Rosal, como sempre um autêntico all-star do que algum dia se deu em chamar bravú. Escoltados polos Homes sem Medo, dérom toda uma lição de poderio, com hinos como "Estrume", "Como o vento" ou "Berbés" que... eu que sei por que... mas cada vez soam melhor. Xurxo Souto - quem não quixo perder o evento mália estar a piques de ser pai -, não se esqueceu de agradecer aos membros de Abordelo que argalharam a festa, mesmo fazendo subir ao escenário a Ana.



Trebons!

Nessa altura já se nos unira Miguel Ángel, quem não puidera vir pola tarde. Justo a tempo para o principal, a razão última de todo este tinglado: a atuação dos únicos, inimitáveis, quase-defuntos... Papaqueixos!! A viagem temporal principiou com o "Sonho 77/1", e incluiu a meirande parte dos temas que forjaram a sua lenda: "Mai löb is güeitin' faregüei", "Matías o morcego", "O paraugas do José", ou, como não, "Teknotrafikante" - essa canção que é à música galega desta década o que "Galicia Caníbal" foi nos '80 (ai! se a tiveram sacado como single... e pensar que estivérom a piques de deixá-la fora do album!). A maquinária soava tão engraxada como de costume (ou mais!), e a tolémia propagava-se polas primeiras filas. Transformados em partículas elementais, rebotávamos uns com os outros sem ordem aparente, agitados tão só por essa mistura folk-ska-funk, muitas vezes admirada mas nunca igualada. O melhor, sem dúvida, foi escoitar de novo essas canções que, apesar de ser clássicos do seu repertório, não chegárom a ser incluídas no disco: falo dessa versão de "A desaramiar" (A desalambrar) ou, sobre todo, de "Mascalzone" - ou como se titule: esse irresistível ataque retranqueiro à traição socialdemocrata ("e somos amigos de Willy Brandt"...), outro mega-hit em potência. Como todas as cousas boas, o show durou bem pouco (ou isso nos pareceu, claro!), e ramatou com "Matías o morcego" por segunda vez.



Mamma mia, quanta illuminazione!!

A ingrata labor de tocar despois destes fenómenos foi para os Cuchufellos. Não vou mentir, pouco caso lhes fixem, ainda que pouco a pouco (esta era a já a 3ª vez que os via) vão-me gustando mais. Nós, abondo tinhamos com reponher líquidos! E ainda quedavam os Ulträqäns, a banda desse atleta chamado Antom Papaqueixo: como pode uma persoa estar tocando durante 12 ou 14 horas quase sem parar? Enfim, nós tinhamos menos aguante ca el, e um caminho mais longo para voltar a casa, assi que decidimos sair de caminho sem agardar a escoitá-los. Mas consta-me que o fixérom bem, e que despois a festa ainda se prolongou praticamente até a chegada do dia.

E assi rematou este Papagrelo que colmou, e desbordou, absolutamente todas as expectativas. Não só subjectivas: na barra esgotárom as cervejas, a organização vendeu todas as rifas e camisetas, e a opinião generalizada era que, se bem houvo que agardar 10 anos... pagou bem a pena! Assi que, já sabedes: no 2019, se hai sorte, teremos a seguinte entrega. Eu, por se acaso, já vou marcando a cita no calendário.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Agardando o Papagrelo

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Estamos em 1999. O bravú ainda rebule, e o amigo Pablo anda com a teima de organizar um festival de música perto da sua casa. Tanto tem que apenas tenha 20 anos cumpridos, ou que a sua casa esteja um pouco longe de quase todo - no val de Gestoso, acarão das fragas do Eume. O que conta é a ilusão e a vontade de fazer cousas, e dessas anda sobrado. E também tem algum que outro contacto: o seu curmão Xan toca nos Papaqueixos, uma banda de culto incipiente que tem alguma maketa gravada e uns quantos concertos às costas, e que vem de sacar um disco. Meu dito, meu feito. Consegue liar os Papaqueixos e alguma gente mais, e organiza a que será a I Festa folk no rio Dez. À beira do rio, com o tempo próprio do outono, aquilo começa com visos de desastre, pois o nível de lama ameaça com superar o de Woodstock. Mas as pequeneces sem importância não vão ser quem de estragar a festa, que resulta ser um êxito absoluto que gerará uma lenda instantánea.

(Repetide comigo: "1, 2, 3... estrume!!!" Ai... onde estará o vídeo que se gravou? e as maketas dos Papaqueixos... ubi sunt? Mágoa de não ter nem tão sequera uma foto, e ter que recurrir a esta frágil memória...)

Aquilo não podia ficar ali, e não ficou. Cumpria dobrar a aposta, assi que o ano seguinte o festival muda o nome polo de Grelo Folk e traslada-se ao vizinho mosteiro de Monfero. Como teóricos "figuras" venhem os Ruxe Ruxe (polo menos, são os que tocam ao final). Mas os triunfadores voltam ser os Papaqueixos, que numa das suas típicas exibições roubam o show e fam tolear à gente toda com a sua interpretação de "Teknotrafikante". Quando os Ruxe Ruxe saem a tocar, o primeiro que fam é louvar a esses fenómenos.

(Se alguém ainda não os conhece, já tarda em buscar uma cópia do seu único disco, "A lóxica aplastante do comité de propaganda": jazz, rock, folk e ska misturados como nunca antes se figera - e ainda nunca se volveu fazer na Galiza. Tristemente, os Papaqueixos separárom-se, fôrom cada um polo seu lado, e nunca mais pudemos disfrutar deles como tais... ainda que alguma cousinha relacionada puidemos escuitar a cargo dos Ulträcäns ou dos Trebóns)

Estamos em 2009. Passou o tempo, medramos um pouco, e... não, não quedamos na Flor de Montouto, senão que... queremos emendar a história! E abofé que o vindeiro sábado 31 de outubro o havemos fazer. Porque volve o grelo, e... VOLTAM OS PAPAQUEIXOS! Inesperado? Totalmente. Improvável? Si, amigos, mas também o parecia a volta dos Pixies e aí estivérom. Graças aos esforços dos de sempre, agora como associação cultural O Abordelo, de hoje em 9 dias imos poder reviver aqueis mágicos momentos. E não estarão sós: os Tres Trebóns, Cuchufellos, Ulträcäns, Banda Potemkin, e a Charanga dos Veraneantes unirão-se à festa. O que tenha que trabalhar, que pida o dia livre, e o que se perda este evento, que seja por uma boa excusa. Como mínimo, por estar morto.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Leonard Cohen em Castrelos

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O passado 13 de agosto tivemos um imenso privilégio. Disfrutar de um concerto perfecto. Não são necessários mais qualificativos, inútil buscar mais: esta crónica escreve-se soa. Noite perfecta de verão, cálida e pracenteira. O sítio perfecto, no meio dum parque. A companhia perfecta. Todos no perfect mood, comodamente sentados. Mais luxo não se pode. Saboreando os nossos gin-tonics. Um escenário a escasos metros de nós, justo de frente.


Em cima, um gigante da canção, com a experiência dos anos - mas sem o seu desgaste ou cansaço. Um velho favorito de alma nova. Uma banda perfecta, impecável. Uma actuação pletórica. Todas as canções que lhe podiamos pedir, sem faltar nenguma: um glorioso e extenso cancioneiro destilado para nós. Incrível, mas certo. Para que buscar os melhores momentos, se houvo tantos. Para que dizer mais, só o estropearia. Sempre ficará no nosso recordo. (E se for precisa alguma ajuda, podemos ver o video.)


1. Dance Me To The End Of Love
2. The Future
3. Ain’t No Cure For Love
4. Bird On The Wire
5. Everybody Knows
6. In My Secret Life
7. Who By Fire?
8. Heart With No Companion
9. Waiting For The Miracle

10. Anthem
11. Tower Of Song
12. Suzanne
13. The Sisters Of Mercy
14. Hey, That’s No Way To Say Goodbye
15. The Partisan
16. Boogie Street
17. Hallelujah
18. I’m Your Man

19. Take This Waltz
20. So Long, Marianne
21. First We Take Manhattan
22. Famous Blue Raincoat
23. If It Be Your Will
24. Closing Time
25. I Tried To Leave You
26. Whither Thou Goest


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ken Stringfellow na Casa de Arriba (28/9/09)

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Ken Stringfellow... na Casa de Arriba? Um ex-Posies, um ghicho que tocou com REM ou Big Star, num local onde não colhem mais de 70 persoas? A ocasião parecia um luxo absoluto, e a verdade é que cumpriu -que digo cumpriu!- desbordou todas as expectativas possíveis. Sendo segunda feira, baixávamos pocos motivados, agardando que não houvesse teloneiros e que às 12 puidéssemos liscar para casa. Mas a realidade seria bem distinta. Em primeiro lugar, si que houvo teloneiros: Maryland, uma banda que venera o pop-rock americano com raízes (p.ex. Jayhawks) e que o tocam com uma curiosa formação de 3 guitarras + teclado. Gostei deles, apesar de que a priori não tinha gana nenguma de escoitá-los. E em segundo lugar, porque Ken Stringfellow não estava disposto a fazer um concerto rapidinho para passar o trámite.


E é que este home é um autêntico animal de direto, e num escenário (o de escenário é um dizer) tão familiar ofereceu um recital como se estivera na sua casa... e estivesse a dar uma festa! Não lhe fijo falta microfono para nos cautivar: chegou-lhe com a sua voz a pelo, que passava dos sussurros (milagrosamente audíveis) aos berros sem perder a compostura; e por suposto com a guitarra, a qual cambiava polo teclado quando lhe apetecia. Talento, muito talento e classe saindo-lhe por todos os poros... e alma de autêntico showman: os discursos entre canção e canção, ou mesmo no meio delas, não tinham desperdício.


Porque quase o melhor foi o encanto e engenho com que apresentava cada tema, ou nos contava a sua vida (vive em Paris, e sinte-se um estranho em Seattle), ou mesmo improvisava canções sobre Marisa (a nai de uma das assistentes!) ou Baltimore (a conto de que está em Maryland, e queria ter um detalhe com os teloneiros!). E no puramente musical, que é o que mais importa, também hai que pôr-lhe um sobresaínte. Avisou de que as canções alegres as tocara em Ourense (por ser sábado noite) assi que a nós nos tocavam as tristes, mas não houvo queixa. Tocou um pouco de todos os seus discos, revisitou aos Posies e versioneou... a Supertramp! Gostei especialmente de uma canção sua que não conhecia (de feito nunca escoitara nengum disco seu em solitário): "The lover's hymn", buscade-a no seu LP "Touched" (2001). E rematou, despois de 3 (!) horas, ponhendo-nos em pé (pois grande parte do público estava sentado), mandando parar a música que estava a soar abaixo (Juan pensou, dada a hora, que o concerto já acabara, e puxo a Wilco bem alto) e fazendo que nos achegássemos a el, para cantar-nos em voz baixinha e olhando-nos fixamente um por um. Glorioso! Ao remate tentou vender alguns discos, com pouco êxito... e quase me fum com mal corpo por não comprar-lhe nengum. Como somos.


E bom, como eu escrevo moi mal, pero el não, quase melhor vos deixo que leades a sua crónica desse dia (disponível em http://www.kenstringfellow.com/index.html):

VIGO, 9/28

This day tells me why I love Mondays. Why my job is the greatest. We took our time getting up and checking out of the hotel. Walked down to the harbor to have croissants and cafe. Drove to an absolutely breathtaking connected string of beaches. Over all, a mile of sand, which we were obliged to share with about 8 people. Again, the water is frigid, but the sun is strong, so it feels great to dunk and then dry off. We also explored the ruins of Our Lady of Sorrows, an ancient church built within the even more ancient ruins that take over a headland. Something very Irish about it--and remember, the Galicians were Celtic people.

On the way to Vigo, we stopped then in Portonovo for lunch--more necorinos, and some squirty percebes, which are large gooseneck barnacles. The neck’s exterior is a future fabric that feels like nylon; you detach it from the head and inside is the soft flesh of the animal. It’s also filled with liquid so you end up, by pressing on the thing when you try and open it (oh, they are boiled BTW this is not vivisection) you get barnacle nectar in your face, on the table next to you, etc. Funny stuff. I was obliged to drink 90% of our bottle of wine, too, since Luis was driving. So, once again...nap time. ??When I woke up, we were in Vigo, and Fernando, one of my tennis friends from the previous day, was pulling up to meet us and take me to another match, singles, followed by a an hour and a half group lesson. Which took the place of soundcheck (I don’t really need much of one anyway) but not dinner, so after showering up in my groovy modern hotel, I met Luis for a plate of Spanish charcuterie, cheese, and a local specialty of very thin slices of pork in a spicy sauce. Delish. Then we walked to the venue--we had already received the call that the support band was finished. But we were only ten minutes away. I arrived, which is what you do at La Casa de Arriba, and went upstairs to the showroom to find it was totally jammed, everyone sitting on the floor in anticipation...so I set up, ditched the PA, put the piano on the floor next to everyone, and proceeded to rock the house for three hours, minus a ten minute intermission I included so people could stretch their legs. To make this third show unique I...put in maximum effort, pushing and playing with the melodies, pulling out old and new songs, moving guitar songs to the piano and vice versa. I played covers, Posies songs, and in honor of support band Maryland, who are super fans, I improvised a little song called ‘Baltimore’ (you had to be there), and did many weird jams on the piano, on the mic...I rapped the intro to “Known Diamond”...just went on and on. I emptied all three of my albums, and new songs, and god knows what. They tried to turn the house music on at the end, I shut ‘em down, got everyone to stand up and come in close, and closed the evening with an a capella version of ‘Nature Boy’. Woah.

Now we’re headed to my flight in Porto and had the pleasant realization that we’ll gain an hour by crossing the border into GMT. So, time for lunch near the Porto airport. A successful conclusion to the ‘Galicia Keys’ tour 2009!

Love
KS
Route A55 near Portuguese border

sábado, 5 de setembro de 2009

Ons


Por fim, este ano puidemos fazer uma visita longamente adiada.










New York Ska Jazz Ensemble


Tocou na Iguana uma versão em formato reduzido (faltavam alguns ventos) da NYSJE; uma banda que fai honor ao seu nome, se bem tendendo mais cara o Ska que cara o Jazz. Ou polo menos assi foi neste concerto, no que a descarga de ska apenas foi interrompida por alguma incursão no reggae, um algo de jazz e mesmo um blues. Havia vontade de montar festa tanto nos músicos como entre o público, polo que a receita foi bem acolhida. E como tocárom "A message to you, Rudy", pois não se lhes puido reprochar nada. Que voltem quando queiram.

(esta crónica vai com algo de retraso, mas assi é o verão: hai preguiça até para escrever no blog... e isso que a deste concerto foi breve, ainda resta falar de Paredes de Coura e de Leonard Cohen, nada menos. Enfim, vaiamos a modo...)