terça-feira, 21 de julho de 2009
O neno imigrante que dava de comer aos passaros
domingo, 21 de junho de 2009
TV On The Radio (HOB, Boston, 4 de junho)
Bises junto a Dirty Projectors
Soárom também "DLZ" ou "Dirty Whirl", e não se esquecérom de visitar o Desperate youth, blood thirsty babes (2004) com "Staring at the sun". E completárom um concerto sobresaínte deixando para os bises uma das minhas favoritas, a fermosa "Family Tree" (We're hanging in the shadow of your family tree / Your haunted heart and me / Brought down by an old idea whose time has come / And in the shadow of the gallows of your family tree / There's a hundred hearts soar free / Pumping blood to the roots of evil to keep them young). Insisto: tremendos.
sábado, 13 de junho de 2009
Matthew Day Jackson: The Lower 48







sábado, 6 de junho de 2009
Baleas
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Animal Collective (House of Blues, 14/05)
Um lenço com o patrom psiquedélico da portada do Merriweather Post Pavillion (2009) pendura ao fondo. Os teclados e maquinilhos vários estão cubertos por telas brancas sobre as que se projectarão formas e cores. Um gigantesco globo branco colocado com a mesma finalidade levita sobre o escenário. Todo preparado para uma das mais prometedoras experiências sensoriais que podemos pedir à música actual: um concerto de Animal Collective.
De esquerda a direita, colocam-se Geologist, Avey Tare e Panda Bear (Deakin segue de sabático), e começam a fuchicar nos cacharros. Já com o segundo tema, “Summer Clothes”, chega a primeira apoteose. O ritmo irresistível desta canção, a minha favorita do último disco, consegue pôr a toda a sala a bailar. E é que Animal Collective, em certa medida, estão a fazer música de baile, ou polo menos um dance pop genuinamente do s. XXI. E ao público encanta-lhe... é curioso como uma música tão original, persoal e intransferível pode conectar a este nível com tanta gente. Porque Animal Collective são verdadeiramente únicos, e ainda que quando os escoito não podo deixar de pensar “mas que doado... como ninguém provara a fazer isto antes?”, quando para a música penso “mmm... mas como era que faziam eles?”. E o que é que fam? Psiquedélia? Alt-folk? Electrónica? Post pop? Dança tribal? Nada disso, por suposto. Então... que? Melhor não pensá-lo muito e limitar-se a escoitar.
Outro momento cume da noite veu com “Peacebone”, o single de Strawberry Jam (2007). O grupo soubo espaciar moi bem alguns longos delírios instrumentais entre os temas de feitura mais pop, com o que o concerto fluiu sem costuras entre os estribilhos com resonâncias Beach Boys e os arrebatos de puro e gozoso ruído. A derradeira catarse tarareável chegou com “Brotherspost”, já nos (generosos) bises. Grande concerto, si senhor; quem queira saber mais ou menos como foi, pode escoitar aqui em NPR o podcast do show que dérom uns dias antes em Wahington DC. Eu ainda não o fixem, mas acho que foi bastante parecido.
P.S. 1. O teloneiro foi Grouper, um rolho moi, moi atmosférico, uma espécie de My Bloody Valentine em tranqui, sem ruido nem melodias. Si, já sei... é como dizer “nada”. Talvez por isso os únicos aplausos que escoitou foi quando se pirou. Não lamento ter chegado tarde à sua parte.
P.S. 2. O concerto foi na House Of Blues, um sítio bem curioso. Realmente são uma franquícia, tenhem várias salas similares por toda a geografia USA. Vão de autênticos (seica gardam uma caixa com lama do Mississippi baixo o escenário), mas para o meu gusto vai-se-lhes a pinça com caralhadas. Tenhem espaços para cear (bem caro, por suposto), e mesmo... para rezar! Mas logo não deixam entrar cámaras de fotos, nazis do caralho (Robert Johnson havia-os pôr de verão, se se erguesse da tumba). Eu de pardilho fixem caso à norma e não a levei, mas já vim que não é difícil meter uma, assi que para a próxima vez (que será em junho para TV On The Radio) haverá fotos próprias, se todo vai bem.
sábado, 16 de maio de 2009
Ninguém sabe como pode rematar

Artigo escrito por María Cedrón, publicado o 13 de janeiro do 2009. Foto de Óscar París.
«Nadie sabe dónde puede acabar. Mira las Torres Gemelas... ¡Qué altas eran! Y mira cómo cayeron. Bastaron solo unos segundos... Escupí para arriba y me cayó encima». Ramón (nome falso porque não quer que os seus filhos se enterem de que vive na rua) fala com conhecimento. Hai quatro decênios, quando colheu por primeira vez o volante de um camião, nunca teria pensado que acabaria vivendo, com 66 anos, baixo a rampa de subida para o portal dum edifício do corunhês bairro de Elviña.
sábado, 9 de maio de 2009
Akron/Family, 5 de maio de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Images da primavera em Novánglia (I)
domingo, 19 de abril de 2009
Noite de Garage no Middle East!
Para a minha primeira noite de concertos em Novánglia, nada melhor que acudir ao que os leitores de The Boston Phoenix consideram a melhor sala de rock de Boston e arredores: o Middle East. Cómpre sinalar que fôrom vencedores também nas categorias de "melhor local de Hip Hop", "melhor cozinha oriental" (!), e "porteiros mais tatuados" (!!). E é que é um sítio bem curioso, se o vemos com olhos europeus: conta com espaços que funcionam como restaurante, bar, e local de concertos (com 2 ambientes diferentes). Não é que lhe pense sacar moito partido ao do restaurante (é caro de mais para cear ali por sistema de passo que vas ver um concerto; melhor uma hamburguesa no Wendy's que está ao lado), mas si que lho penso sacar à sala de concertos, pois ademais de ter uma variada e selecta programação, está a apenas 15 minutos andando da minha casa.
10.15 p.m. THE NOUVELLAS
11.15 p.m. THE LYRES
12.15 a.m. THE FLESHTONES
Que tal se lhe pedimos a Jeff, dos Lyres, que suba a tocar o órgano com nós? E Jeff sobe, claro. Que tal se fazemos a pirámide, com Keith Streng subido em riba de Zaremba e Ken Fox (ver foto em baixo)?
Que tal se colhemos todos os instrumentos, bombo incluido, e percorremos o garito a ver que atopamos? (os que não estivestes ali, podedes alviscar algo parecido neste video de "I'm not a sissie anymore" -por certo, vaia temazo- a partires do 1:40, mália que com bastante má qualidade de som. Para algo mais parecido em intensidade ao que estes são capazes de fazer, ver este outro, sem desperdício -deve ser de hai mais de 25 anos, mas os pavos seguem igual, devérom beber o mesmo elixir que Iggy Pop).
Enfim, obrigado, Peter Zaremba, por lembrar-nos que estamos, como ti dis, em "the hidden capital of rock'n'roll, Boston Massachusetts", e por fazer-no-lo crer (quem nom o creria, vivindo o que se estava a viver ali)? A questão é que a capital do r'n'r, amigos, é qualquer garito onde toquem The Fleshtones. Isto é o que vim, e nom podo mentir. O ano passado Man Man, The Mars Volta e Gogol Bordello subírom ao meu pódio de concertos em Arbolícia. Este ano o listão não vai baixar, está claro...
sábado, 11 de abril de 2009
Miaoqi Zhu
.
Miaoqi Zhu não vive em Novánglia, senão em Indiánia, mas estivo por aqui assistindo a um congresso. Como el e um dos meus companheiros de apartamento eram amigos dende nenos, estivo uns dias vivindo connosco, e assi é como o conhecim. El tinha mais tempo livre que os meus companheiros e era simpático e sociável. E eu havia apenas uns dias que chegara, e não tinha ninguém com quem passar o tempo, assi que uma noite fomos cear os dous juntos. El queria ir a um restaurante chinês, mas não atopavamos nengum e na rua ia frio, assi que nos demos por vencidos e entramos num hindú, onde tirei esta foto.
Miaoqi Zhu nasceu e criou-se em Hefei, na China. Estudou psicologia ali, e hai dous anos cruzou o oceano para se estabeler nesta terra. Fala o inglês bastante bem, melhor do que a maioria dos seus compatriotas, mas ainda comete o clássico erro por querer ser correcto de mais: consciente do difícil que lhe resulta o "r", por vezes pronuncia-o mesmo quando deveria pronunciar "l".
Na sua cidade natal hai várias universidades, entre elas uma das mais prestigiosas da China. El pensa que a causa disso, por terem os seus vezinhos muitas oportunidades de aprender, estão mal acostumados e são preguiceiros. El não o é. Está decidido a trabalhar e sair adiante. Tivo sorte, não todos tivérom a oportunidade de buscar-se a vida nas condições em que o fai el, estudando um master numa boa universidade americana. Os seus pais, a sua família, estão orgulhosos del e querem que saia adiante, que triunfe, que o consiga. Por isso apoiam que esteja aqui, tão longe deles. Nestes dous anos não voltou nem uma soa vez, nem por uma semana. Tampouco o vinhérom visitar. El di que não quer voltar, que tampouco tem morrinha. Não sabe quando os volverá a ver, talvez nunca.
Eu penso nos seus pais em Hefei e pregunto-me a mim mesmo se quereria ter filhos e criá-los tão só para botá-los ao mundo e não voltá-los a ver.